De 20 de abril a 20 de julho, Vila Nova de Gaia vai voltar a ser o centro da arte. A 3ª edição da Bienal Internacional de Arte Gaia 2019 vai reunir mais de 500 artistas, entre exposições em Gaia e em outros oito municípios do país e um de Espanha. Agostinho Santos, diretor da Bienal, acredita que esta edição, que irá homenagear Zulmiro de Carvalho, será o “pontapé de saída para em 2021 ser a maior Bienal” a nível nacional.
Decorreu no passado dia 12 de março, na Casa Museu Teixeira Lopes, a apresentação dos artistas premiados do concurso e da programação da 3ª Bienal Internacional de Arte Gaia 2019, que irá decorrer de 20 de abril e 20 de julho.
Dos 222 artistas inscritos, de 13 nacionalidades, 89 foram selecionados, entre os quais foram distinguidos Carmo Diogo com o Grande Prémio da Bienal/Câmara Municipal de Gaia, Ana Almeida Pinto com o Prémio de Escultura Zulmiro de Carvalho/Câmara Municipal de Gondomar e a espanhola Verónica Vicente com o Prémio Águas de Gaia. Além disso, serão ainda entregues menções honrosas a Analice Campos, Avelino Rocha, Barroso Gomes, Dida Cunha, Manuel Rodrigues Almeida, Mónica Oliveira e Sérgio Paiva.
Uma das novidades desta 3ª edição da Bienal Internacional de Arte Gaia é a homenagem a um único artista, neste caso, Zulmiro de Carvalho, que terá uma exposição antológica com curadoria de uma antiga aluna do próprio, Helena Fortunato. “A obra dele é tão rica que merece uma grande exposição. Ao contrário do que é habitual, em que homenageamos duas pessoas, este ano é apenas um porque é um dos maiores nomes da escultura nacional, tem uma obra fantástica e é um dos exemplos que não estar na capital e nos focos das grandes televisões, se reflete. Só o facto de noticiar esta homenagem devia fazer com que as grandes cadeias de televisão a nível nacional estivessem aqui presentes”, afirmou o diretor da Bienal, Agostinho Santos.
“É uma inteira justiça homenagear um homem simples e humilde mas que é um milionário da arte, pela sua qualidade. Foge às homenagens, mas conseguimos com influência da esposa que aceitasse. Espero que esta exposição esteja à altura da tua obra”, comentou ainda Agostinho Santos, dirigindo-se ao artista presente.
Ao todo, a 3ª Bienal Internacional de Arte Gaia 2019 contará com 15 exposições em Vila Nova de Gaia, sendo que esta edição será em Lever, numa grande fábrica onde se irá concentrar o maior número de atividades. “Estamos muito satisfeitos com o local onde se vai realizar a bienal, é um local amplo, é o maior de sempre, é onde vai ser mais uma vez a grande manifestação artística como o presidente da Câmara fez questão de realçar. Vamos ter a participação de cerca de 500 artistas, nacionais e estrangeiros, e vamos certamente reafirmar Gaia como a cidade das artes como o verdadeiro município onde se vive e respira arte”, referiu o diretor em declarações ao AUDIÊNCIA.
Contudo, um dos objetivos da iniciativa é também “levar a marca da Bienal de Gaia a outros municípios”, pelo que haverá oito polos fora do concelho, nomeadamente em Alfândega da Fé, Braga, Estremoz, Gondomar, Monção, Seia, Viana do Castelo e Vigo. “Não somos egoístas ao ponto de querermos que a nossa obra fique só aqui, queremos que vá ao encontro de outros municípios. É uma forma de levar a arte ao encontro das pessoas. Somos realistas e temos consciência que estes habitantes podem não vir a Gaia e achamos que é imprescindível tentarmos contribuir para o engrandecimento das artes plásticas noutros municípios, sobretudo municípios do interior onde, infelizmente, ainda não têm muitas atividades deste género”, referiu Agostinho Santos.
Por ser uma “Bienal em movimento”, que contará no total com mais de 500 artistas, a iniciativa irá continuar a acolher novas ideias e algumas iniciativas diferentes, como uma exposição de artistas convidados na Casa Museu Teixeira Lopes, vários colóquios, workshops e debates em todas as exposições.
Mantendo o intuito de “abanar consciências”, haverá também exposições temáticas, como a exposição “Paz e refugiados”, com curadoria de Ilda Figueiredo e Mirene, ou a exposição “Livremente”, que terá como temática os 45 anos do 25 de Abril. Outra das novidades desta 3ª edição é uma exposição de Maria do Carmo Vieira, intitulada “Desempacotar a Cultura”, onde, a partir de pacotes de leite vazios, nascem rostos da cultura nacional e a exposição “Territórios do Vinho” que vai dar origem a rótulos de vinhos e água.
Por tudo isto, Agostinho Santos está convencido que esta 3ª edição será “o pontapé de saída para em 2021 sermos a maior Bienal, que vai consagrar Vila Nova de Gaia como a cidade das artes e a Área Metropolitana do Porto vai finalmente ter uma Bienal com força e um dos objetivos é que a nossa Bienal assinale o roteiro da arte quer em Portugal quer no estrangeiro”, rematou.