O lançamento do livro “Violante de Cysneiros: O Outro Lado do Espelho de Côrtes-Rodrigues?”, da autoria de Pedro Paulo Câmara, decorreu no passado dia 21 de maio, no auditório do Centro Cultural de Vila Franca do Campo. A apresentação da obra esteve a cargo do estudioso e escritor açoriano Urbano Bettencourt e contou com a presença de Ricardo Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, vereadores da autarquia, José Andrade, Diretor Regional das Comunidades, Eduíno de Jesus, professor e escritor, Carolina Cordeiro, escritora, assim como entidades e associações culturais.
O livro “Violante de Cysneiros: o outro lado do espelho de Côrtes-Rodrigues?” resulta da investigação de Pedro Paulo Câmara para a sua dissertação de mestrado, feita pela Universidade Aberta, dedicada a Armando Côrtes-Rodrigues, que foi um eminente escritor, poeta, dramaturgo, cronista e etnólogo, que se distinguiu nos meios literários portugueses pelos seus estudos de etnografia e em particular pela publicação de um “Cancioneiro Geral dos Açores” e de um “Adagiário Popular Açoriano”.
O poeta e escritor explicou, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, que “o livro foi uma aventura que consistiu na publicação, precisamente da minha dissertação de mestrado, feita pela Universidade Aberta, que visava precisamente enriquecer um estudo sobre Violante de Cysneiros”.
O lançamento desta obra inseriu-se nas celebrações dos 130 anos do nascimento de Armando Côrtes-Rodrigues e Pedro Paulo Câmara revelou, a este propósito, que “eu estou em crer que este livro assinalará bastante bem os 130 anos do nascimento de Armando Cortês-Rodrigues e tendo em conta o feedback que temos recebido, está a causar bastante surpresa e bastante interesse, não só a título individual, mas em diversas academias, em diversas associações. Portanto, o livro tem sido bastante requisitado”.
O autor relembrou, ainda, a importância da presença de Ricardo Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, uma vez que a autarquia “foi a entidade que patrocinou em grande escala esta obra”, tal como a comparência de José Andrade, Diretor Regional das Comunidades, Eduíno de Jesus, professor e escritor, Carolina Cordeiro, escritora, Associação de Emigrantes dos Açores, Biblioteca Pública e Regional de Ponta Delgada, Biblioteca Daniel de Sá, Biblioteca Tomaz Borba Vieira. “Portanto, nós tivemos representações de várias entidades e associações que contribuem em larga escala para a cultura nos Açores”, sublinhou Pedro Paulo Câmara.
O poeta e escritor aproveitou, também, a ocasião para ressaltar o impacto da covid-19 na literatura e afirmou que “a pandemia atinge tudo e todos, de todas as formas possíveis e imaginárias”, esclarecendo que “as pessoas têm mais tempo para estar em casa, mas também estão mais aborrecidas, estão mais frustradas e eu não sei se isso ajudará à leitura, principalmente à leitura de um livro de investigação. Mas, posso dizer que a preparação de todo o evento foi complicada, tendo em conta o número de pessoas que poderiam estar presentes, o distanciamento necessário, as constantes medidas que são implementadas pela Direção Regional de Saúde e pelo Governo Regional. Todo este processo é complicado, no momento que nós vivemos agora. Se as pessoas puderem aproveitar para lerem mais, os escritores e as editoras ficariam bastante agradecidos”.
Relativamente às expectativas, Pedro Paulo Câmara, que é um dos autores mais conhecidos e mais lidos de São Miguel, revelou que “o grande objetivo será que a leitura e a literatura se espalhem independentemente de eu ser ou não o autor mais conhecido. Existem nichos de mercado, existem, obviamente, vários tipos de leitores, existem vários tipos de obras e se nós, autores, nos pudermos ajudar uns aos outros, para sermos reconhecidos e, obviamente, criarmos sinergias, ficaremos todos a ganhar. Ficarão os autores, ficarão os leitores, ficará a própria cultura. Será sempre difícil chegar a todos”.