A Igreja Paroquial de Santa Catarina de Alexandria recebeu as comemorações do 507º Aniversário da freguesia de Castelo Branco, na Horta, ilha do Faial. A cerimónia de comemoração contou com a bênção e colocação da placa identificativa no bote Senhora de Fátima, a Missa Solene animada pelo Coral de Santa Catarina, o concerto pelo Coral de Santa Catarina, a Sessão Solene do Dia da Freguesia, o Lançamento da 2ª edição do livro de Manuela Bulcão “Rascunhos de Alma” e a atuação do Coro “Stella Maris”. No discurso do presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, Vítor Pimentel não poupou críticas ao poder regional, afirmando que “não é compreensível que uma Junta de Freguesia esteja seis ou sete meses à espera da marcação de uma reunião”.
No dia 10 de julho comemorou-se o 507º aniversário da freguesia de Castelo Branco, na Horta, ilha do Faial. A comemoração deu-se na Igreja Paroquial de Santa Catarina de Alexandria e foi dividida pelos seguintes momentos: bênção e colocação da placa identificativa no bote Senhora de Fátima, Missa Solene animada pelo Coral de Santa Catarina, concerto pelo Coral de Santa Catarina, Sessão Solene do Dia da Freguesia, Lançamento da 2ª edição do livro de Manuela Bulcão “Rascunhos de Alma” e atuação do Coro “Stella Maris”.
“Hoje prestamos honra ao passado, celebramos o presente e perspetivamos o futuro. Como é bom viver em Castelo Branco”, foi assim que terminou o discurso de Vítor Pimentel, presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco. Durante a sua intervenção, o autarca salientou a importância do momento para não esquecer “toda a nossa história, mas acima de tudo, todos os que nos antecederam”. O presidente de Castelo Branco ainda referiu algumas das obras da freguesia, admitindo que o executivo estava atento à necessidades da terra e da sua população. Vítor Pimentel deu enfoque especial à zona balnear da freguesia, admitindo que a sua manutenção tem custos elevados, mas que é um orgulho ostentar desde 2017 o galardão de bandeira azul. O edil agradeceu a todos, desde colegas do executivo, a instituições do concelho, colaboradores da Junta, não esquecendo a Câmara Municipal da Horta, confessando que “sem o apoio da Câmara tudo seria mais complicado”. Manuela Bulcão também esteve entre os agradecimentos por ter escolhido Castelo Branco para o lançamento da segunda edição do seu livro “Rascunhos de Alma”. As críticas de Vítor Pimentel ficaram para os órgãos do poder regional: “não é compreensível que uma Junta de Freguesia esteja seis ou sete meses à espera da marcação de uma reunião para uma simples apresentação de projetos. Sei que somos o poder situado na última linha da pirâmide, mas somos o primeiro dessa mesma pirâmide quando se começa pela base e nessa base está a população, os problemas e as dificuldades”.
José Leonardo Silva, presidente da Câmara Municipal da Horta, elogiou a comemoração, classificando-a como uma forma empenhada de demonstrar orgulho na freguesia e admitindo que o momento serve para todos, mas principalmente os habitantes de Castelo Branco, pensarem na sua terra. O presidente ainda referiu que seria “fundamental que o Governo Regional, no próximo mandato autárquico, reveja a possibilidade de utilizar fundos do PRR para duplicar o investimento nas nossas ilhas”.
Discursou também na sessão solene, Manuel São Jorge, Secretário Regional do Mar e Pescas, em representação do presidente do Governo Regional dos Açores. O secretário foi curto nas palavras reforçando apenas o papel importante das autarquias locais no poder político, uma vez que são os mais próximos das populações. “São os autarcas de freguesia que estão na linha da frente e, ironicamente, os que menos meios dispõem”, disse.
Por fim, Luís Garcia, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, dedicou também algumas palavras à data, enaltecendo a veia empreendedora das pessoas de Castelo Branco e dando uma palavra de reconhecimento, também, ao papel dos presidentes de junta. “Uma palavra de reconhecimento para os autarcas pelo seu papel fulcral de proximidade com a população e as associações, principalmente na crise que ultrapassamos. Não me canso de relevar o seu papel nesta fase, mas acredito mais ainda no papel preponderante que poderão ter na fase que se segue, na fase de recuperação da nossa vida social e económica”, disse Luís Garcia.
Depois da Sessão Solene, deu-se a apresentação da segunda edição do livro “Rascunhos da Alma”, de Manuela Bulcão. A autora decidiu doar os fundos da venda do seu livro à Paróquia de Santa Catarina de Alexandria. Fábio Carvalho, padre dessa paróquia, agradeceu à autora em nome de toda a comunidade e reforçou a ideia de que “A Igreja e Junta de Freguesia procuram sempre trabalhar lado a lado e para o bem comum, temos uma semelhança, procuramos o melhor para a nossa comunidade”. Odete e Rui Caldeira, proprietários da Quinta da Boucinha, em Vila Nova de Gaia, amigos da escritora, marcaram presença na cerimónia. A Odete coube a missão de falar de Manuela. A tarefa não foi fácil, mas Odete Caldeira classificou-a como uma “mulher emblemática, que deixa marca por onde passa” (…) “uma mulher forte, sem medo de mudar e tentar algo novo”. Além de tudo isso, a expressão que melhor classifica a escritora é “Mulher da Cultura”, que se preocupa com a dinamização da língua de Camões. A José Manuel Braia Ferreira coube a tarefa de falar um pouco do livro. Foi poupado nas palavras, mas profundo. Salientou a mulher da ilha, orgulhosa da sua raiz. “Quando li “Rascunhos da alma” compreendi que estão presentes cartas, muitas confidências, alguns suspiros e muitos desabafos sobre os amores da autora, numa prosa poética muito fluida e muito interessante”, disse José Manuel. E acaba concordando com a autora quando ela escreve que talvez seja uma obra inacabada, questionando “Não seremos todos nós obras inacabadas?”.
Manuela Bulcão subiu ao púlpito já emocionada com as palavras que lhe tinham sido dirigidas. “É bem mais doloroso para um ilhéu sair da ilha do que viver nela. Um ilhéu que vai embora, parte em busca do sonho, como eu com 22 anos, leva um peso enorme, porque eu levei a ilha dentro de mim. A saudade é perpetua e cada palavra que escrevo é a saudade da orla marítima, por isso escolhi Vila Nova de Gaia para viver”, contou a escritora. Odete acabou por falar da ligação
Depois do momento, Odete Caldeira entregou a Vítor Pimentel, presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, uma oferta do Município de Vila Nova de Gaia e, para terminar, as comemorações, o Coro “Stella Maris” brindou os presentes com uma atuação.