O velejador Serafim Gonçalves, “laserista” do Clube Naval Povoense (Póvoa de Varzim), ao qual representa há mais de duas décadas ininterruptas, classificou-se em 31º lugar no recente Campeonato do Mundo de “masters”, disputado no Centro de Alto Rendimento de Barcelona da Real Federação Espanhola de Vela e da Federação Catalã, reunindo velejadores de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, origem do vencedor absoluto do evento – Ernest Rodriguez, que terminou no topo das doze regatas do Mundial, com 17 pontos de penalização, na sequência de sete triunfos parciais. Rodriguez venceu folgadamente, já que o seu compatriota Peter Hurley. que se lhe seguiu na tabela, não conseguiu melhor do que 44 pontos, enquanto o francês Bertrand Blanchet preencheu o terceiro patamar do pódio com 56 pontos, sem ter averbado qualquer triunfo parcial, tal como o segundo classificado.
Quanto ao único participante português, Serafim Gonçalves averbou na quarta regata a sua melhor performance (21º), mas andou sempre entre esta posição e a 30ª, vindo a terminar com 292 pontos. Porém, nesta competição, o velejador natural de Matosinhos só deparou com obstáculos “estranhos”, por via da leitura que o Comité Técnico (um elemento grego e um indiano), fez dos selos competitivos da embarcação lusa, colocando reservas na dimensão das velas. Esse entendimento acabou por pôr em causa todo um historial das participações anteriores de Serafim Gonçalves, ao ponto de o terem impedido de participar em três das 12 regatas. Esse facto levou o representante do Povoense a subscrever um protesto oficial, que a ser homologado em tempo útil colocaria Serafim Gonçalves numa posição bastante mais consentânea com o seu historial de várias décadas de competição. É certo que o protesto escrito foi aceite pelo Comité, mas isso em nada alterou a classificação final de Gonçalves, em virtude de não ter sido decidido em tempo útil. Em função do exposto, o único concorrente português esteve longe de reunir neste Mundial as condições mínimas de estabilidade emocional para competir num evento desportivo tão importante como um Campeonato do Mundo.
De salientar que, já este ano, no norte de Itália, o laserista do Naval Povoense havia participado no Europeu da mesma categoria (Masters ) e regressado a casa com o 25º lugar da geral, entre um numeroso grupo de mais de duas centenas de concorrentes, de vários países do “velho” continente e não só, pois por norma, as competições de vela não têm limites de âmbito geográfico.