Num relatório global, a WWF revela que há várias espécies de baleias ameaçadas, mundialmente. A realidade portuguesa é destacada devido ao Arquipélago dos Açores ter um papel fundamental na dinâmica oceânica da zona do Atlântico Norte, capaz de proteger os animais em causa.
No passado dia 19 de fevereiro assinalou-se o Dia Mundial das Baleias. Em relatório global, divulgado 2 dias antes (17 de fevereiro), a WWF, em cooperação com a comunidade científica que estuda mamíferos marinhos, apela a uma ação urgente para salvaguardar as baleias. No relatório são evidenciadas várias espécies que se encontram ameaçadas, muitas delas devido a ações humanas sendo “O mais mortal de longe é o enredamento nas artes de pesca – matando cerca de 300.000 baleias e golfinhos por ano”, afirma Chris Johnson, líder global para a conservação de baleias e golfinhos na WWF.
Tendo em conta que 60% do mar português, pertence à região dos Açores, existe uma responsabilidade acrescida no que diz respeito à proteção deste recurso. Nuno Barros, especialista em Oceanos da ANP|WWF destaca que, “o paradigma moderno da conservação marinha (e não só) é o de proteger o património natural para benefício das pessoas e do planeta, numa lógica de “bem-comum”.
O arquipélago dos Açores é destacado como uma das zonas mais seguras em todo o mundo, sendo possuidor de uma vasta diversidade, visto que foram encontradas mais de 28 espécies diferentes incluindo as duas maiores baleias migratórias do mundo – a baleia-azul e a baleia-comum. Sendo, desta forma, considerado no relatório como “um oásis no meio do Atlântico Norte”.
Nos Açores está a ser traçado um caminho com a finalidade de proteger este património de todos, através de processos ambiciosos em curso para definir Áreas Marinhas Protegidas e a sua gestão, bem como melhorar a gestão das pescas. Devido a toda a sua envolvência, a região em questão tem a oportunidade de ser um exemplo para o mundo na medida da gestão sustentável de ecossistemas marinhos, desde que haja meios e vontade de passar da teoria à prática.
A temperatura das águas influencia em grande parte as migrações de baleias e golfinhos e, nas ilhas esta tende a ser melhor para estes mamíferos, daí serem avistados com frequência nas 9 ilhas dos Açores, funcionam como uma espécie de “estações de serviço” para estes animais que trazem inúmeros benefícios à própria saúde dos oceanos e do clima visto que uma baleia tem a capacidade de capturar a mesma quantidade de carbono que milhares de árvores. Sendo assim necessário proteger, cada vez mais, os Corredores Azuis, zonas por onde migram os animais marinhos.