Na manhã do dia 11 de julho, nas instalações do CIVISA, na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, a Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) e da Tabaqueira, subsidiária portuguesa do grupo Philip Morris International (PMI), entregaram ao Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), cinco sensores de gás. O evento contou com a presença de Mário Fortuna, presidente da FTM, Pedro Nunes dos Santos, presidente da Tabaqueira e Fátima Viveiros, coordenadora da unidade científica geoquímica de gases.
A Fábrica de Tabaco Micaelense (FTM) e da Tabaqueira doaram cinco sensores de gás, que permitem a monitorização de emissões e ajudam a proteger a população, em caso de crise sismovulcânica, como ocorreu em São Jorge. Foi através da recente crise em La Palma, Espanha, que o CIVISA identificou a necessidade de adquirir sensores de gás. Estes equipamentos permitem apurar a concentração de gases no ar, possíveis perigos e aconselhar a população durante crises vulcânicas. Nas áreas vulcânicas, a desgaseificação pode constituir um perigo permanente, no entanto, estes equipamentos podem ser usados, como medida de prevenção, não apenas em eventuais erupções vulcânicas, mas também para avaliar a qualidade do ar e os níveis a que a população poderá estar exposta. Neste sentido, importa salientar que um destes instrumentos já se encontra na Graciosa a apoiar a monitorização permanente da Furna do Enxofre. A doação concedida pelas duas empresas visa reforçar a capacidade de resposta técnica e científica do CIVISA e contribuir para o desenvolvimento social e económico sustentado da Região Autónoma dos Açores. A parceria histórica e estratégica que une estas empresas tem o propósito de implementar um processo de transformação de negócio e operações assente na sustentabilidade, rumo a um futuro melhor e sem fumo. Mário Fortuna, presidente da Fábrica de Tabaco Micaelense, afirmou que, foi através das notícias, que “constatamos que haveria necessidade de equipamentos adicionais para acompanhar a crise sísmica”. Após esta perceção e de entrar em contacto com o CIVISA, “foram identificados esses equipamentos e nós, prontamente, disponibilizamos os recursos necessários os adquirir e melhorar a capacidade de motorização do CIVISA”, assegurou Mário Fortuna. O presidente da FTM referiu que “esta é a primeira vez que colaboramos com o CIVISA” e que a parceria surgiu no “contexto específico da crise de São Jorge”. Mário Fortuna confessou que a doação resultou num investimento de “cerca de 10 mil euros, que não é muito significativo, mas é significativo, porque os equipamentos não existiam e passaram a existir e tem múltiplas utilidades, não só para as crises vulcânicas como para o desempenho de outras tarefas no dia a dia”.
Fátima Viveiros, coordenadora da Unidade Cientifico-Operacional de Geoquímica de Gases, afirmou que nos Açores existem “várias áreas de desgaseificação permanente em que o gás vulcânico é libertado através dos solos, mas há as áreas de desgaseificação difusa, em que o gás sai de forma não visível, não tem cheiro”. Fátima Viveiros assegurou a necessidade de ter “equipamentos que fossem detetar a qualidade de gás em níveis mais reduzidos”. Segundo a coordenadora da Unidade Cientifico-Operacional de Geoquímica de Gases, uma das vantagens destes equipamentos é o facto de serem “portáteis e permitem que, qualquer funcionários, qualquer um de nós que vá ao interior da furna, possa deslocar pelas áreas onde não tem os detetores permanentes instalados”. Fátima Viveiros aproveitou ainda para realçar que “nos Açores, um dos nossos perigos vulcânicos permanentes, são os gases vulcânicos e temos de os vigiar e garantir a nossa segurança, mesmo nestes períodos de repouso”. Fátima Viveiros referiu que “o dióxido de carbono, um gás que está a ser libertado em permanência nos Açores; o sulfureto de hidrogénio, que nós sentimos nas furnas; o dióxido de enxofre, que não temos nos Açores e esperemos não vir a ter e o oxigénio” são os gases medidos por estes sensores. Sobre a atividade sismovulcânica em São Jorge, a coordenadora assegurou que “neste momento, e como tem sido dito pelo CIVISA, não há anomalias de geoquímica de gases identificadas até ao momento na Ilhas de São Jorge” e “esperemos que não seja necessário utilizar estes equipamentos em São Jorge, mas nós estamos a acompanhar a situação dia-a-dia e, portanto, temos os equipamentos em caso de necessidade”.