O projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, foi o vencedor da 2ª edição do Prémio Luísa Soares Branco, na sessão conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Respira, no âmbito do 38º Congresso da SPP, que se realizou entre os passados dias 10 e 12 de novembro, no Centro de Congressos do EPIC Sana Hotel, no Algarve.
O vencedor da 2ª edição do Prémio Luísa Soares Branco, foi o projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, que foi agraciado com um prémio no valor de 2500 euros. A distinção foi atribuída na sessão conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Respira, no âmbito do 38º Congresso da SPP, que se realizou entre os passados dias 10 e 12 de novembro, no Centro de Congressos do EPIC Sana Hotel, no Algarve.
O Prémio Luísa Soares Branco é uma iniciativa promovida pela Associação Respira e pela Linde Saúde, que distingue projetos de instituições públicas ou privadas, que se destaquem na prestação de serviços e cuidados de saúde a doentes respiratórios crónicos, em particular, com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).
O projeto nasceu, em 2020, com o intuito de melhorar a acessibilidade aos programas de Reabilitação Respiratória, por parte das crianças que, devido ao encerramento do Serviço de Cinesiterapia Respiratória do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), como consequência da pandemia, ficaram privadas destes cuidados. Deste modo, tem na sua base a Visitação Domiciliária e a Telecinesiterapia Respiratória, método de trabalho inovador, seguro e eficaz, que consiste na realização de exercícios respiratórios por videoconsulta e contribui para a redução das agudizações da patologia respiratória e dos internamentos hospitalares evitáveis, levando à melhoria da qualidade de vida das crianças e à redução dos custos, em internamentos hospitalares. “A equipa que lidera este projeto existe desde 2010 e, nessa altura, prestava cuidados de reabilitação respiratória ao domicílio, sendo que, até 2020, trabalhava mais com idosos e pessoas com maior dependência”, ressaltou Raquel Costa, enfermeira e responsável pela candidatura deste projeto, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA.
Neste contexto, Elisabete Lima, enfermeira e coordenadora da equipa, composta por sete elementos, explicou que “a pandemia trouxe novas necessidades, motivando o início da visitação domiciliária, com a implementação de programas de reabilitação respiratória na casa das crianças, com risco elevado de agravamento da sua doença respiratória e consequente internamento hospitalar”.
Em 2021, um ano após a implementação do projeto, verificou-se uma significativa redução dos internamentos de crianças, de cerca de 75%, comparativamente com o ano anterior. “Realmente, através desta intervenção, nós, efetivamente, conseguimos reduzir os internamentos, fazendo a comparação de um ano para o outro. Quando foi aplicado este método, demonstrou-se seguro, inovador e foi bem aceite, quer pelas crianças, quer pelos pais e resolveu-nos, aqui, um grande problema, permitindo-nos dar uma resposta mais alargada. Este é um serviço público totalmente gratuito, vocacionado para todas as crianças que são referenciadas pela consulta externa de pediatria”, sublinhou Raquel Costa.
Por conseguinte, Elisabete Lima assegurou que “este prémio motiva-nos a continuar a fazer sempre mais e melhor, em prol da saúde das nossas crianças”. Por outro lado, a enfermeira responsável pela candidatura a este galardão enfatizou que “este reconhecimento incentiva-nos a querer continuar neste caminho, sempre com o objetivo de melhorar e aumentar a assistência, porque, inicialmente, o número de crianças assistidas era 24 e, neste momento, são 30. A telecinesiterapia permanece e melhora, não como algo central, mas como um complemento às visitas domiciliárias”.
Radiante com a distinção, Raquel Costa recordou que “em 2020, nós tínhamos o grande objetivo de estender a assistência, uma vez que a nossa intervenção cingia-se a Ponta Delgada e à Lagoa e nós conseguimos, efetivamente, ampliar a prestação dos nossos cuidados a toda a Ilha de São Miguel, assim como a outras, graças ao facto de as teleconsultas existirem”.
Com vontade de admitir mais crianças com doenças respiratórias, a equipa enalteceu que “se tivéssemos mais uma viatura, acabaríamos por conseguir aumentar a nossa assistência, porque é muito importante continuarmos a contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população”.
Paralelamente à distinção do projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel, com o Prémio Luísa Soares Branco, também o programa “Reabilitação Respiratória na Região Autónoma da Madeira – Um Projeto com Futuro”, da equipa do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM, EPERAM), representada por João Carvalho, médico pneumologista, foi galardoada com uma Menção Honrosa, no 38º Congresso da SPP. Em causa está um projeto estruturado de reabilitação respiratória na Madeira, pensado para promover comportamentos e cuidados a longo prazo, que melhorem a saúde dos doentes, facilitar o acesso da pessoa com patologia respiratória a um programa de reabilitação, assim como habilitar o doente a lidar com o tratamento e a prevenir complicações decorrentes da sua doença. “A Menção Honrosa foi importante para o nosso programa, porque mostra e comprova, à nossa equipa, que estamos no caminho certo, para melhorar os cuidados, neste caso de reabilitação respiratória, aos utentes com patologias”, revelou João Carvalho, destacando que “este tipo de iniciativas é de grande importância, uma vez que promove um estímulo, para que os profissionais de saúde se dediquem mais à área de investigação e que mais projetos sejam realizados em Portugal”.