A gala de encerramento da X edição do Festeatro – Festival de Teatro Amador de Vila Nova de Gaia decorreu no passado dia 25 de novembro, no Auditório Municipal de Gaia. Organizado pela Federação das Coletividades gaiense, este evento, que homenageou o ator José Cruz, com o galardão “Personalidade Teatral 2022”, promoveu as artes cénicas do concelho e contou com a presença de Paula Carvalhal, vereadora da Câmara Municipal de Gaia, autarcas, assim como representantes de coletividades e entidades locais.
O Festeatro foi fundado pela Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia (FCVNG), tendo em vista a promoção do teatro amador desenvolvido pelas coletividades gaienses. A décima edição desta iniciativa decorreu entre os dias 4 e 25 de novembro, no Auditório Municipal de Gaia, tendo contemplado a apresentação de nove peças, que foram interpretadas por oito instituições do concelho.
O Festival de Teatro Amador começou, assim, no passado dia 4 de novembro, com a interpretação da peça “Retalhos de uma Diva”, pel’Os Plebeus Avintenses, e prosseguiu no dia 5, com a exibição da comédia “A Ratoeira”, pela Associação Recreativa Entre Parentes. Por outro lado, o Teagus – Teatro Amador de Gulpilhares apresentou “O Quarto dos Brinquedos” na matiné de 6 de novembro e a peça “Mulheres de Atenas” no dia 11. No passado dia 12, foi a vez do Grupo Cénico da Paróquia de Oliveira do Douro pisar o palco do Auditório Municipal de Gaia para exibir “A igreja bem assombrada”, ao passo que, no dia 13, a Academia de Teatro do Orfeão da Madalena apresentou “Quem tem medo de Peter Pan?”. Já no dia 18 de novembro, a Associação Cultural e Recreativa “Os Amigos Vilarenses” levou a cena a comédia intitulada “O Convento”, que antecedeu a interpretação da peça “A Lição”, pelo Grupo de Teatro Amador In’Scena, da Associação Recreativa de Canelas, que aconteceu no dia 19. Assim, “A Triste História dos Cangalheiros de Vale Mortiço” apresentada no dia 20 de novembro, pela Tuna Musical de Santa Marinha, foi a última peça a subir ao palco do X Festeatro.
A gala de encerramento deste Festival de Teatro Amador realizou-se no passado dia 25 de novembro, no Auditório Municipal de Gaia, e culminou com a homenagem ao ator José Cruz, que contemplou a atribuição, por parte da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, do galardão “Personalidade Teatral 2022”, “pelos êxitos alcançados, pelo exemplo transmitido, pela qualidade do seu trabalho, nos palcos por onde passou, e pela dedicação e paixão pelo teatro”.
A cerimónia foi inaugurada por um momento teatral, protagonizado pelo galardoado, e contou com a presença de Paula Carvalhal, vereadora da Câmara Municipal de Gaia, Manuel Filipe de Sousa, diretor do Auditório Municipal de Gaia, e Marcos Gabriel Pinto, em representação da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, assim como representantes de Juntas de Freguesia, coletividades, entidades civis e militares.
Após a projeção de um vídeo, deu-se início à homenagem ao ator José Cruz, que começou com o discurso do historiador José Vaz, que falou sobre o percurso artístico do avintense, afirmando que “todo este mistério da vida fez de mim uma testemunha admirativa e privilegiada da carreira artística deste ator gaiense, que, hoje, é aqui relevado e que, creio que, figurará na galeria dos notáveis artísticos de Vila Nova de Gaia. Neste exercício de memória, recordo o seu destino, a sua vida e a sua vocação, que começou aos cinco anos de idade, numa festa da catequese, em nome de São José, no velho Teatro Almeida e Sousa, em Avintes”.
Também, Manuela Lopes interveio, em representação da Junta de Freguesia de Avintes, e parabenizou José Cruz e a Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, por “promover esta homenagem, porque José Cruz é uma referência d’Os Plebeus. Para a Junta de Freguesia, o teatro é o símbolo maior da terra e é, por isso, com orgulho, que vê a homenagem aos homens e mulheres, que fizeram de Avintes uma referência no teatro amador e o José Cruz foi um deles”.
Por conseguinte, Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, enalteceu que “o ator José Cruz é digno e merecedor da homenagem que lhe prestamos. Nasceu em Avintes, sítio onde o espírito ancestral do teatro tem a sua morada aberta”, sublinhando que o homenageado da noite “nunca se desapaixonou por esta vocação, de emprestar a alma às personagens, em que se transfigurou durante a sua longa carreira artística de 60 anos”.
E foi neste contexto que o ator José Cruz subiu ao palco, agradecendo à instituição pela homenagem. Garantindo que se sente honrado pela distinção, o premiado com o galardão “Personalidade Teatral 2022” mencionou o seu percurso no mundo do teatro, ressaltando que “acho que prestei um bom trabalho ao serviço da cultura da minha freguesia e do meu concelho. Vejam as oportunidades que o teatro amador me deu. Agora, uma palavra de agradecimento, ou até de homenagem, a todos aqueles que me ajudaram a crescer no palco, encenadores, atrizes, atores, a maioria já não pertence ao mundo dos vivos, mas estão sempre na minha memória. Agradeço, também, à minha família, especialmente à minha mulher, pelo apoio que me deu, para eu continuar a realizar o meu sonho de criança, ser ator. Aos jovens atores e atrizes, nunca desistam dos vossos sonhos, porque eu também sonhei e realizei”.
Depois de um momento musical, protagonizado por André Tavares Mariano, na guitarra portuguesa, Rafael Carvalho Júnior, na guitarra clássica, e a fadista Diana Cardoso, Paulo Rodrigues voltou a dirigir algumas palavras aos presentes, prestando uma singela homenagem a todos os colaboradores do Auditório Municipal de Gaia, que “durante estas semanas, fizeram o favor de connosco colaborar”. Evocando os constrangimentos vividos, fruto da pandemia que assolou o país e o mundo, o presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia asseverou que “ano após ano, as coletividades gaienses não param de nos surpreender”.
Assumindo que o seu maior sonho é que o Festeatro conte com a participação de coletividades das 24 freguesias gaienses, o dirigente associativo enfatizou que “em Vila Nova de Gaia, a tradição mantém-se viva e o teatro tem futuro”.
A entrega de troféus e diplomas de participação às coletividades que pisaram o palco do Auditório Municipal de Vila Nova de Gaia, no âmbito da décima edição do Festeatro, também foi um dos pontos altos da noite. Assim, a federação distinguiu as coletividades e os encenadores d’Os Plebeus Avintenses, Associação Recreativa Entre Parentes, Teagus – Teatro Amador de Gulpilhares, Grupo Cénico da Paróquia de Oliveira do Douro, Academia de Teatro do Orfeão da Madalena, Associação Cultural e Recreativa “Os Amigos Vilarenses”, Grupo de Teatro Amador In’Scena, da Associação Recreativa de Canelas e da Tuna Musical de Santa Marinha.
Na ocasião, Manuel Filipe de Sousa, diretor do Auditório Municipal de Gaia, também fez questão de intervir, frisando que “foi um prazer receber o Festival de Teatro Amador de Gaia e, certamente, estamos abertos para receber tudo aquilo que de qualidade se faz em Vila Nova de Gaia, ao nível do teatro, da música, da dança e da ópera, entre outras iniciativas”.
A X edição do Festeatro – Festival de Teatro Amador de Vila Nova de Gaia encerrou com o discurso de Paula Carvalhal, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Gaia, que agradeceu ao ator José Cruz, referindo que “espero que a mensagem que, hoje, aqui nos transmitiu tenha sido inspiradora para os nossos jovens atores e que o seu sonho de criança, para eles, também se realize”.
Aludindo que o movimento associativo é uma grande força nacional, a edil atestou que “eu vi todas as vossas peças e tenho a dizer que quem não veio perdeu muito, porque tivemos, aqui, teatro de muita qualidade”, pedindo a todas as instituições que “ajudem a Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia a organizar a 11ª edição, porque sem público, sem atores e sem movimento associativo, nós não somos nada. Nós precisamos todos uns dos outros e de ajudar o associativismo”.