No dia 7 de setembro, aconteceu a primeira sessão de apresentação do livro “Transatlântico – As migrações nos Açores”, da autoria de José Andrade, atual diretor Regional das Comunidades, e com prefácio de José Manuel Bolieiro, presidente do Governo dos Açores. A obra é uma composição de 50 textos produzidos, nos últimos dois anos, e consiste num conjunto de informações e reflexões sobre os açorianos na diáspora e sobre os estrangeiros que escolheram os Açores como lar.
José Andrade, diretor Regional das Comunidades, lançou, no passado dia 7 de fevereiro, no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, o livro “Transatlântico – As migrações nos Açores”, uma obra da editora açoriana Letras Lavadas, com prefácio do José Manuel Bolieiro, presidente do Governo dos Açores.
Esta primeira sessão de apresentação aconteceu no dia de aniversário do autor e foi encabeçada pelo presidente do Governo Regional, sendo que a obra foi apresentada por Rui Faria, presidente da Associação dos Emigrantes Açorianos, e por Cristina Borges, presidente da AIPA – Associação dos Imigrantes nos Açores. No entanto, a cerimónia esteve repleta de individualidades, entre as quais Mota Amaral, primeiro presidente do Governo Regional dos Açores, Berta Cabral, secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Pedro Nascimento Cabral, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, António Miguel Soares, presidente da Câmara Municipal do Nordeste, Susana Mira Leal, reitora da Universidade dos Açores, Gualter Furtado, presidente do Conselho Económico e Social dos Açores, entre inúmeras entidades civis e militares.
Este livro, com mais de 200 páginas, e constituído por 50 textos produzidos por José Andrade, enquanto diretor Regional das Comunidades, nos anos de 2021 e 2022, contém informações e reflexões sobre os açorianos residentes no exterior da região e sobre os estrangeiros que habitam nos Açores, encontrando-se, assim, dividido em duas partes. Na primeira parte, o autor recorda que os Açores sempre foram um cais de partida: “estamos nestas ilhas há quase seis séculos e há mais de 400 anos que delas saímos, sem nunca as deixarmos, levando-as connosco para o Brasil, o Uruguai e o Havai, os Estados Unidos, a Bermuda e o Canadá. Somos menos de 250 mil insulares, mas bem mais de um milhão de naturais e descendentes numa décima ilha de múltiplas geografias”. Na segunda parte, acrescenta que, agora, os Açores também são um porto de abrigo: “mais de 4000 cidadãos estrangeiros de mais de 90 nacionalidades diferentes – de brasileiros, alemães e chineses a russos e ucranianos – escolhem fazer das nove ilhas dos Açores uma sociedade cosmopolita e fraterna”.
“É um trabalho de enaltecimento e agradecimento ao contributo da diáspora açoriana e à participação da comunidade imigrada nas diferentes ilhas do arquipélago”, referiu José Andrade, aquando do lançamento, em exclusivo ao AUDIÊNCIA. “Este livro pretende dar um contributo, embora modesto, para que as pessoas, em geral, ganhem consciência da importância que tem a nossa diáspora açoriana e para a dimensão que já tem o conjunto de estrangeiros que, oficialmente, residem na nossa região”, acrescentou.
Aferindo que “não há, certamente, uma única família nos Açores que não tenha algum familiar na América, em geral, mas sobretudo nos Estados Unidos e no Canadá”, garantiu que “nós, açorianos, sempre fomos um povo bem acolhido em terras de emigração, por isso, também temos, agora, a obrigação de bem acolher aqueles que decidem vir viver na nossa terra”, referindo o fenómeno mais recente de imigração nos Açores.
O maior desejo do diretor Regional das Comunidades para esta obra, passa pelo o facto de “que este livro possa desconstruir preconceitos, despertar consciências e ganhar adeptos para essa nossa causa comum”, as migrações.
Por fim, e no dia do lançamento da sua 17ª obra, José Andrade confessou que “em matéria bibliográfica, não estou ainda a pensar no próximo livro, mas acredito que ele vá acontecer, mais tarde ou mais cedo, de uma forma ou de outra”, reforçando que “ideias não faltam, o tempo é que escasseia, mas hei de tentar conciliar uma coisa e a outra, para tentar continuar a publicar nos próximos anos”.
Nos dias seguintes, a obra foi ainda apresentada em mais dois locais, sendo que o segundo lançamento ocorreu no dia 9 de fevereiro, no Peter Café Sport, na cidade da Horta, com apresentação a cargo da primeira diretora Regional das Comunidades, Alzira Silva, enquanto a última sessão ocorreu, no dia seguinte, 10 de fevereiro, no VerdeMaçã Café, em Angra do Heroísmo, com apresentação do diretor do antigo Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas, Duarte Mendes.