A Noite das Pantas regressou às ruas da Maia, no passado dia 19 de fevereiro, também denominado “domingo gordo”. Depois dos constrangimentos impostos pela pandemia, as pessoas voltaram a sair à rua, cobertas com lençóis brancos, para assustarem quem por elas passavam e visitarem os amigos e familiares. Promovida pela Casa do Povo da Maia, a quinta edição desta iniciativa contou com a participação alargada das forças vivas da comunidade, no desfile, e culminou com a atuação do Grupo de Teatro do Porto Formoso, que decorreu no Centro Paroquial e Social da Maia.
A Noite das Pantas é uma festa carnavalesca, organizada pela Casa do Povo da Maia, que pretende recriar aquela que é uma tradição secular e única na Ilha de São Miguel. Neste local, desde que há memória, durante a época do Entrudo, indivíduos cobertos com lençóis brancos deambulavam pelas ruas, assustando quem passa e visitando amigos e familiares. Antigamente, no aclamado “domingo gordo” e na terça-feira, faziam-se acompanhar de um espeto, onde as pessoas enfiavam malassadas. Reza a tradição, que as Pantas, em jeito de fantasmas e de almas penadas, representavam os entes falecidos que, assim, regressavam à vida, nesta altura do ano. “As Pantas são fantasmas que surgem na época do Entrudo, que representam os entes que partiram e, simbolicamente, regressam, aqui, à vida”, explicou Daniel Pacheco, sociólogo da Casa do Povo da Maia, ressaltando que “estamos a recriar a tradição, no sentido de preservarmos a nossa identidade”.
De Carnaval em Carnaval o fenómeno vai-se repetindo e, no passado dia 19 de fevereiro, regressou às ruas da Freguesia da Maia, desta vez sem os constrangimentos impostos pela pandemia da Covid-19, que assolou o país e o mundo. Assim, a quinta edição desta iniciativa voltou a recuperar um costume ímpar, com origens na fundação da localidade, que inclui rituais católicos e profanos e contou com a participação alargada das forças vivas da comunidade, no desfile, que começou no Canto de Santo António e percorreu as principais artérias do território. “Há sempre o mistério sobre quem é que se esconde por detrás do lençol e claro que, depois de estar desfeito o enigma, então as famílias servem a doçaria carnavalesca”, sublinhou o sociólogo.
Posteriormente, aconteceu a atuação do Grupo de Teatro do Porto Formoso, que decorreu no Centro Paroquial e Social da Maia e animou a plateia, composta por centenas de pessoas. A “rainha do Carnaval”, malassada, também não faltou à festa, tornando este momento, ainda mais doce. Na ocasião, Manuel Feleja, tesoureiro da Casa do Povo da Maia, enfatizou que “é com um grande gosto que voltamos a celebrar, aqui, na Maia, o «domingo gordo». Espero que se divirtam e que continuem a preservar esta tradição”.