Anualmente, a Sociedade Filarmónica de Crestuma organiza o Concerto de São José. Este ano, o Salão Paroquial da Igreja de Crestuma recebeu, no dia 19 de março, a 45ª edição do evento, conduzido pela maestrina Joana Oliveira, que, além de marcar o início da época de festividades e concertos da banda serve, também, para se fazerem algumas distinções. O eurodeputado Paulo Rangel foi um dos vencedores do dia, uma vez que lhe foi atribuído o Troféu “Alberto da Silva Ramos”.
Foi no Dia do Pai, a 19 de março, que a Sociedade Filarmónica de Crestuma, levou a cabo, no Salão Paroquial da Igreja da localidade, o seu 45º Concerto de São José, um dos eventos mais importantes do ano da instituição e que se celebra, anualmente, desde 1976, nesta data, ou no domingo imediatamente a seguir.
O evento marca o início da época de festividades e concertos da banda filarmónica e, tradicionalmente, é onde são apresentados os novos elementos. Além disso, a celebração serve, ainda, para entregar os certificados de mérito aos músicos que completaram o 8º grau do conservatório, bem como os diplomas de mérito aos músicos que completaram a licenciatura, mestrado, pós-graduação ou doutoramento. É, neste concerto, que se atribui, também, o título de “Músico Revelação do Ano”, o Troféu “Joaquim Luiz Meireles”, ao Músico do Ano, e o Troféu “Aberto da Silva Ramos”, a uma personalidade crestumense ou gaiense, que se tenha destacado pela sua contribuição para a Sociedade Filarmónica de Crestuma.
Além dos crestumenses, que apareceram em massa, também Paulo Rangel, eurodeputado, Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Paula Carvalhal e Cancela Moura, vereadores da mesma autarquia, e Manuel Azevedo, presidente da União de Freguesias de Sandim, Olival, Lever e Crestuma, assistiram ao concerto, conduzido pela maestrina Joana Oliveira.
Percorrida grande parte da atuação, deu-se a entrega dos diplomas e certificados aos músicos e, depois, André Silva foi chamado a receber a distinção de “Músico Revelação do Ano”. Posteriormente, a vencedora do Troféu “Joaquim Luiz Meireles”, no ano anterior, foi convidada a revelar o seu sucessor e foi o nome de Ana Rita Coelho que ecoou na sala. Para terminar o momento de congratulações, o padre Domingos, da paróquia de Crestuma, foi convidado a anunciar o vencedor do Troféu “Alberto da Silva Ramos”, que foi entregue a Paulo Rangel. José Campos de Oliveira, presidente da Sociedade Filarmónica de Crestuma, aproveitou para recordar a viagem que, em dezembro, a banda fez ao Parlamento Europeu, a convite do eurodeputado e tudo o que aprenderam.
Paula Carvalhal, vereadora da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, foi convidada a proferir algumas palavras e enalteceu a instituição, mas também os pais e mães, que levam os seus filhos e que acreditam que “a cultura tem de fazer parte da vida dos jovens e da sua educação”. “Gaia tem de estar orgulhosa das suas bandas filarmónicas”, continuou, elogiando o concerto e a evolução à qual, a cada ano, assiste. A autarca recordou a homenagem feita no centenário da instituição, com uma escultura de Margarida Santos, também presente no concerto, erguida bem perto da Igreja de Crestuma e garantiu que a banda “é um projeto em que queremos continuar a apostar”.
Seguiram-se as palavras de Paulo Rangel, que recordou a visita da filarmónica e como, “depois, ficou um afeto muito grande por parte de muita gente que trabalha no Parlamento Europeu, de vários partidos”. O eurodeputado fez questão de se dirigir às dezenas de crestumenses, que compunham a plateia, afirmando que espetáculos de renome e muito publicitados, não têm, por vezes, tanta gente a assistir. “Estamos perante uma manifestação muito grande de apoio e carinho a esta instituição e a estes jovens e, se não houver esta mobilização, não há educação para os jovens, não há valores, não há forma de evitarmos que alguns se descaminhem, nem de trazermos, para o rebanho, alguns que encontraram vias menos, diria eu, boas, para o seu futuro. Estas instituições são a cola do futuro dessa gente toda e isso deve-se a vós, porque se não houver pais, mães, irmãos, avós, tios, amigos que estejam a apoiá-las, elas não sobrevivem”, disse. Para terminar a sua intervenção recordou o papel da União Europeia, de manter a paz, mencionando a guerra na Ucrânia e como a cultura é um dos pilares fortes daquela população que, apesar de destruída, se tenta reerguer, também por essa via. “A música é uma linguagem universal”, concluiu.
Já na fase final do concerto, a maestrina Joana Oliveira despediu-se do público e chamou Francisco Ribeiro para dirigir as “Canções lá de casa”, um arranjo dos temas mais conhecidos de Crestuma, feito por ele mesmo, que encerrou a atuação.
A maestrina, já depois de terminado o Concerto de São José, disse, em declarações exclusivas ao AUDIÊNCIA, que esta atuação “é uma responsabilidade, por existir há tantos anos, mas também pela data comemorativa que assinala”, porém, a casa cheia “é motivadora para os músicos, tendo em conta que andamos a preparar, durante tanto tempo, numa casa fechada e só para nós. Apresentar o trabalho ao público é gratificante” e as borboletas no estômago “passam no primeiro acorde”.
Além das habituais festas populares, este ano, a banda prepara-se para um novo desafio, um concurso. “Vai acontecer em maio, no Europarque, é o CIB Filarmonia D’Ouro, um concurso importante e com história em Portugal. Não estamos a vê-lo como uma competição, mas sim como uma forma de evoluirmos e crescermos. Vão ser meses árduos de trabalho, mas tenho a certeza de que, em conjunto, vamos crescer com esta atividade”, terminou Joana Oliveira.
Também José Campos de Oliveira mencionou o concurso de maio e o quão positivo será “para que os músicos se sintam motivados para tocar cada vez melhor”. Quanto ao Concerto de São José, o presidente da banda só disse maravilhas. “A maestrina e os músicos fizeram um trabalho de preparação extraordinário, escolheram temas muito alegres e divertidos da escola americana. O concerto correu muito bem, tocaram todos maravilhosamente bem e o público aderiu em massa”, sublinhou.
Para o final ficaram os sonhos e José Campos de Oliveira não escondeu que são muitos, porém, há um que se destaca no imediato: “a aquisição do terreno por trás da banda, para construir as salas de aula, o parque de estacionamento e o auditório, para já, é o projeto em que estamos a trabalhar, com mais intensidade”.