A Familiar de Espinho comemorou o seu 130º aniversário no Hotel Solverde, em São Félix da Marinha. Recordando o percurso de resiliência, o presidente desta instituição, José Almeida, afiançou que se trata de uma associação “com saúde financeira, instalações próprias, uma farmácia social e uma clínica médica que oferece seis especialidades”.
Radiante e a pensar no futuro, o dirigente da Familiar de Espinho não escondeu a ânsia de ver concluída a “ampliação da clínica para alargar a oferta aos associados e à comunidade e a participação na recém-criada Federação Mutualista Mutual In, que se vai centrar nas áreas da habitação e da saúde”.
No âmbito das celebrações, o presidente da União das Mutualidades Portuguesas (UMP), Luís Alberto Silva, promoveu a conferência “Habitação Acessível”, manifestando o “interesse das mutualidades em participar no desafio do aumento da oferta de habitação a custos acessíveis, respaldado nas experiências das associações mutualistas neste domínio no Porto, Coimbra e Évora”.
Apelando à cooperação do Estado e dos municípios na cedência de terrenos e edifícios públicos sem uso e no apoio técnico e licenciamentos, Luís Alberto Silva abordou alguns constrangimentos. “Apesar dos progressos alcançados, ainda enfrentamos ineficiências, burocracias desnecessárias e, sobretudo, a morosidade dos decisores públicos em responder aos cidadãos e às organizações”, salientou.
Presente na ocasião, Maria Manuel Cruz, presidente da Câmara Municipal de Espinho, salientou o papel fundamental que as autarquias têm na dinamização da habitação, mas lembrou que a solução “também passa pelas respostas do setor social e as mutualidades não podem ser esquecidas”.
Orgulhosa de poder contar, no município de Espinho, com duas mutualidades, nomeadamente a Familiar de Espinho e Associação de Anta, com mais de 100 anos de existência que “foram capazes de se reinventar, assegurando a coesão social e o bem-estar dos espinhenses”, Maria Manuel Cruz destacou que as associações mutualistas “são uma excelente demonstração de que a resposta social que importa providenciar não prescinde dos poderes públicos nem se esgota neles”.
A sessão celebrativa encerrou com a homenagem aos associados da Familiar de Espinho com menos de um ano e com mais de 70 anos de vida associativa.