GONÇALVES “QUEBROU” MÁRCIO NÃO DESPERDIÇOU

Em qualquer modalidade desportiva, seja individual ou colectiva, o sucesso exige também uma atenção constante ao desempenho dos adversários.

Por vezes, há situações em que a mais leve desatenção pode causar danos próprios e resultar no fracasso absoluto do seu desempenho. Vem isto a propósito da recente Regata de Abertura levada a cabo pela Associação Náutica da Gafanha da Encarnação (ANGE), instituição do concelho de Ilhavo, da qual saiu vencedor o velejador anfitrião Márcio Neves, como que a confirmar a expressão popular que diz que a distração de uns pode ser o sucesso de outros. Sem que isto pretenda diminuir os méritos do vencedor.

Pelas informações que consegui obter, a regata em si, constituída por três voltas ao circuito elaborado, terá tido alguma supremacia do experiente velejador Serafim Gonçalves, profundamente conhecedor da zona e que há cerca de duas décadas ininterruptas vem representando o Clube Naval Povoense (Póvoa de Varzim). No entanto, quanto tudo parecia bem encaminhado para a conquista de mais um troféu por parte de um velejador bem conhecedor daquelas águas, uma momentânea desatenção ou quebra de ritmo de Serafim Gonçalves (?) terá sido logo aproveitada pelo anfitrião Márcio Neves, que seguia de perto todos os seus movimentos, para passar ao ataque e dar novo impulso à sua prestação.

Esse rasgo de visão permitiu a Márcio Neves ultrapassar o velejador do Naval Povoense e assumir uma liderança que não mais largou. Este episódio relegou Serafim Gonçalves para o segundo patamar do pódio, enquanto o terceiro lugar pertenceu a Manuel Machado, antigo companheiro de equipa de Serafim Gonçalves na Associação Náutica da Torreira.

Mas apesar das peripécias em que as modalidades desportivas são férteis, acresce o reconhecimento de uma disputa renhidamente competitiva e só por isso, já valeu a pena o envolvimento dos velejadores que alinharam à partida.

Por outro lado, se a proeza de Márcio Neves teve mérito pela forma como sempre se empenhou na modalidade pela qual enveredou, não é menos certo que a presença do veterano Serafim Gonçalves valorizou imenso a iniciativa do clube da Gafanha da Encarnação, pelo que ele próprio significa. Até porque, levar a cabo uma iniciativa do género sem a sua presença nunca seria a mesma coisa, quer pelo rigor com que se empenha, quer pela determinação com que envolve companheiros e adversários.

ANGE Comemoração dos 35 anos é já no próximo mês de Junho

Entretanto, em termos históricos e sociais, a ANGE (Associação Náutica da Gafanha da Encarnação), fundada no dia 27 de Junho de 1989, comemorará no próximo mês de Junho o 35º aniversário da sua existência. Por isso, como será perfeitamente normal, a efeméride será marcada pela disputa da respectiva Regata 35º Aniversário do clube, cuja organização já está a mobilizar as preocupações dos dirigentes da colectividade no sentido de uma comemoração condigna.