A Infraestruturas de Portugal (IP), a Câmara Municipal de Gaia e a Gaiurb promoveram, no passado dia 20 de junho, a cerimónia de apresentação do Plano de Pormenor da Estação de Gaia – Santo Ovídio. A sessão, que decorreu no Auditório Municipal, contou com a presença de Joan Busquets, arquiteto responsável por este projeto, entre autarcas e representantes de entidades civis e militares.
O Plano de Pormenor da Estação de Gaia – Santo Ovídio foi apresentado no passado dia 20 de junho, no Auditório Municipal de Gaia. Promovida pela Infraestruturas de Portugal (IP), Câmara Municipal de Gaia e Gaiurb, esta cerimónia contou com a presença de Joan Busquets, arquiteto responsável por este projeto, entre autarcas e representantes de entidades civis e militares.
Na ocasião, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, fez questão de destacar “o papel que a Gaiurb está e vai ter no acompanhamento deste processo, que vai para lá dos ciclos autárquicos, pois começa agora, deste ponto de vista mais formal, mas tem vindo a ser trabalhado há muito tempo”, assegurando que o município gaiense continuará a “dar mostras de ter uma capacidade técnica de grande envergadura para ser um verdadeiro parceiro deste projeto e do trabalho desenvolvido e a desenvolver com a IP”.
Garantindo que a articulação das duas cidades, Gaia e Porto, foi um elemento importante, “para quem o rio inevitavelmente une mais do que divide”, o edil sublinhou que “o projeto que tínhamos definido não era um projeto do Eduardo Vítor ou do Rui Moreira, era um projeto das cidades, que obedecia e obedeceu a uma análise da importância daquelas travessias. Portanto, como nós não tínhamos propriamente a ambição de ter uma ponte, ou de ter sido os municípios ou a época de lançamento de uma ponte, aquilo que verdadeiramente a todos interessava era aquilo que fosse mais lógico, mais coerente, do ponto de vista das cidades e do ponto de vista da razoabilidade económico-financeira de um projeto destes”.
Para o presidente da autarquia gaiense, “estamos aqui, hoje, porque existe uma necessidade técnica de fazer uma estação em Vila Nova de Gaia. A estação de Vila Nova de Gaia não é um emblema, não é um desejo político, claro que é uma estação que cumpre objetivos de desenvolvimento. (…) O que se quis fazer foi contribuir para uma melhor mobilidade, a pensar no futuro”.
Afiançando que “numa perspetiva nacional, eu tenho poucas dúvidas de que esta é a obra mais importante do país”, Eduardo Vítor Rodrigues enalteceu que “do meu ponto de vista, não deixa de ser a obra mais importante mesmo da cidade e da região e, por isso, nós temos uma oportunidade única de fazer uma nova cidade e de redesenhar a cidade, pelo menos em toda a envolvente do investimento. (…) Podem ter a certeza que nós tentaremos sempre fazer a nossa parte para que a cidade, a região e o país sejam cada vez melhores para as pessoas que cá moram”.
Posteriormente, foi Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, quem tomou a palavra, salientando que “nós, efetivamente, não queríamos só fazer uma estação, queríamos, no fundo, que essa estação fosse uma mais-valia para a cidade”.
Asseverando que a IP vai continuar a trabalhar para que a Estação de Gaia – Santo Ovídio “traga mais-valia e isso ajuda efetivamente a cidade”, o dirigente reforçou que “o que temos previsto será uma revolução, em termos de oferta ferroviária. (…) É um projeto que aumenta a coesão não só nesta faixa litoral, mas que leva este benefício a todo o país”.
Segundo o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, “será a estação de maior complexidade que alguma vez fizemos em Portugal e é também por isso uma obra importante”.
A Linha de Alta Velocidade vai ligar Porto e Lisboa em cerca de 1 hora e 15 minutos. Neste âmbito, a Estação de Gaia – Santo Ovídio terá cerca de 55 metros de profundidade e mais de 400 metros de comprimento, assim como dois edifícios de passageiros (Norte e Sul) que serão dotados de estacionamento para 475 e 30 viaturas, respetivamente. O edifício de passageiros Norte confrontará com a estação de D. João II da linha amarela do Metro do Porto, ao passo que o edifício de passageiros Sul será implantado junto à Praça de Santo Ovídio, dispondo de ligação direta às estações das linhas amarela e rubi do Metro do Porto.
O objetivo é que esta estação seja um espaço emblemático da cidade, onde possam ser acomodadas áreas comerciais e serviços de apoio aos passageiros. Os poços de acesso às plataformas subterrâneas, as ligações destes aos edifícios de passageiros, os respetivos acessos rodoviários, a instalação de paragens de autocarro e as zonas de paragem e estacionamento de táxis e TVDE serão planeados em articulação com a Câmara de Vila Nova de Gaia e em consonância com o Plano de Pormenor da Estação de Gaia – Santo Ovídio.
Durante a cerimónia, decorreu, ainda, a assinatura do Protocolo de Cooperação para o Desenvolvimento do Plano de Pormenor da Estação de Gaia – Santo Ovídio por Eduardo Vítor Rodrigues, Carlos Fernandes e António Miguel Castro, presidente do Conselho de Administração da Gaiurb.
Seguidamente, Joan Busquets, arquiteto responsável por este projeto, foi convidado a apresentar o Plano de Pormenor da Estação de Gaia – Santo Ovídio, aproveitando o momento para garantir que o concelho ficará a par, ou superará, as melhores referências nesta área. “A estação de Santo Ovídio poderá vir a definir-se como um espaço novo, uma nova centralidade metropolitana”, frisou o arquiteto, ressaltando que “conectará com as linhas de metro, a rubi, em construção, e a amarela, já existente, (…) assim com a intermodalidade e os sistemas de transporte público”.
Referindo-se em concreto ao projeto, Joan Busquets adiantou que a nova estação terá um vestíbulo para deixar entrar a luz. “Mesmo sendo uma estação subterrânea, quando o passageiro sair do comboio terá a sensação de luz do dia. Este é um aspeto muito importante e arquitetonicamente pode haver muitas formas de desenvolver, mas parece-nos uma ideia necessária e de grande valor”, revelou o arquiteto.
Por fim, o presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, António Miguel Castro, dirigiu-se aos presentes, evidenciando que “que este vai ser um dos pontos mais importantes, em termos de mobilidade, do país”.
Afirmando que “esta estação, apesar de ser uma das mais complexas e desafiantes, também vai ser, no futuro, absolutamente marcante para o nosso desenvolvimento”, António Miguel Castro sustentou que “será um verdadeiro motor da economia nacional, por isso é mais do que uma estrutura de mobilidade, é algo que marca o futuro e que vai fazer com que haja o reposicionamento do próprio território”.
Para o presidente do Conselho de Administração da Gaiurb, “naturalmente que algo desta dimensão vai marcar o nosso município”, pelo que “é, sem sombra de dúvida, mais do que uma estação fantástica que o arquiteto Joan Busquets apresentou, é um projeto de desenvolvimento”.