VEREADORES DO PS PEDEM MAIS TRANSPARÊNCIA E SERIEDADE À AUTARQUIA RIBEIRAGRANDENSE

Os vereadores do PS na autarquia da Ribeira Grande questionam como se pode dar cerca de 800 mil euros por 5 dias de festivais, em detrimento de outras situações, e pedem mais transparência e seriedade à autarquia. Por sua vez, o PSD/Ribeira Grande já veio refutar as acusações e acusar os vereadores em questão de “falta de visão e de estratégia”.  

 

Lurdes Alfinete e Artur Pimentel, vereadores do PS na Ribeira Grande, lamentaram publicamente o elevado apoio dado pela Câmara Municipal a 3 festivais de verão que decorreram no concelho entre julho e agosto.

“Os festivais são momentos marcantes e importantes, mas não podem ser feitos à custa da Câmara, nem com valores tão elevados. Como se pode distribuir cerca de 800 mil euros por 5 dias de festival e não se consegue aumentar o valor dado a uma filarmónica ou a um rancho folclórico que trabalham com e para os ribeiragrandenses todo o ano?”, questionam os vereadores.

Entre as duas edições do «Monte Verde», o «Azores Burning Summer» e o «RFM Beach Power» estão afetos, só em comparticipação financeira direta do Município, 750 mil euros. Mas os vereadores acrescentam que “a estes valores soma-se uma lista de outras obrigações da Câmara inscrita nos protocolos assinados com os promotores e que vão da limpeza dos espaços antes e após os eventos, da instalação das redes de águas e de esgotos para os eventos, passando pela isenção das taxas e tarifas municipais, pelo pagamento de toda a segurança realizada com a PSP e os Bombeiros, até ao pagamento das licenças da Capitania, da PASS Music e da Sociedade Portuguesa de Autores”.

Em 2023 o montante global destes apoios rondou os 646 mil euros, sendo que em 2024 este valor passou para cerca de 800 mil euros, mais de 150 mil euros que o ano anterior.

Afirmando que “é preciso seriedade e transparência”, Lurdes Alfinete e Artur Pimentel pediram, uma vez mais, que todos os valores fossem devidamente quantificados, em prol do rigor, até porque se trata de apoios em espécie, reforçando a opção de realização de um concurso público para a definição do cartaz cultural e turístico da Ribeira Grande, tal como se faz um pouco por todo o país, acabando com a ideia de “favorecimento aos amigos de sempre, como o nosso povo comenta”.

Em resposta, o PSD/Ribeira Grande veio acusar os vereadores do PS de “falta de visão e de estratégia, nomeadamente no que se refere ao investimento efetuado pelo atual executivo camarário da Ribeira Grande nos eventos de promoção turística”.

Referindo que o investimento do município nos eventos de promoção turística é uma decisão política sustentada em vários estudos, o PSD/Ribeira Grande lembra ainda que, durante a gestão dos destinos do município pelo PS, “a Ribeira Grande não evidenciava a dinâmica cultural, turística e económica que regista nos dias de hoje, fruto precisamente dos investimentos e dos apoios atribuídos pela gestão do PSD”.

“O valor atribuído pelo município para a realização dos eventos de promoção turística, onde se enquadram os festivais de Verão, demonstram viabilidade económica, atendendo ao retorno mediático garantido por esses mesmos eventos. No ano de 2023 foram investidos cerca de 700 mil euros para os eventos do concelho, tenho havido um retorno de 7 milhões de euros, tanto ao nível do impacto mediático, como a nível económico”, explica o PSD.

Os sociais-democratas falam ainda de “um discurso demagogo, que fala em inflação dos valores atribuídos aos festivais de Verão no ano de 2024, quando o aumento foi na realidade de 45 mil euros”, e lembram que “foi o executivo camarário de Alexandre Gaudêncio que aumentou os valores atribuídos às filarmónicas e grupos folclóricos, entre outras forças vivas do concelho, num claro contraste face ao que acontecia na altura das governações socialistas”.

O PSD/Ribeira Grande salientou ainda o reforço das transferências efetuadas entre a autarquia e as Juntas de Freguesia, num total de 1,1 milhões de euros em 2024, e o aumento dos apoios ao Desporto, colaborando com 18 clubes, de 10 modalidades distintas, e o apoio às inscrições de mais de 1500 atletas federados, perfazendo um valor global de 303 mil euros.

“É preciso o PS da Ribeira Grande não ter vergonha na cara para vir referir que se podia ajudar mais aquelas entidades, quando na verdade foi o executivo socialista o primeiro a cortar tais apoios”, concluem.