“A TROFA É UM CONCELHO DISTINTO E EM CRESCIMENTO”

De visita à Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel, Renato Pinto Ribeiro, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Trofa, visitou Alexandre Gaudêncio, presidente da autarquia ribeiragrandense, com o intuito de dar início ao processo de cooperação entre os dois concelhos, que foi adiado, fruto da pandemia, que assolou o país e o mundo. Em causa está o estreitamento de relações entre as instituições, assim como o intercâmbio cultural e empresarial entre os dois territórios. Em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, o edil revelou que está previsto que o certame seja assinado na Gala deste órgão de comunicação, que se realizará no próximo mês de fevereiro, na Ribeira Grande. Renato Pinto Ribeiro sublinhou, ainda, que um dos objetivos passa por levar, até ao arquipélago, a arte sacra, que é produzida, há mais de cem anos, no município trofense, pelos Santeiros de São Mamede do Coronado, que são a primeira das 7 Maravilhas da Cultura Popular Portuguesa e mostrou a disponibilidade da Trofa para participar na Feira Quinhentista, que é organizada pela autarquia ribeiragrandense. Os projetos e o futuro deste município foram outros dos temas em destaque, com a garantia de que o intuito é continuar a trabalhar, todos os dias, em prol da população.    

 

 

O que esteve na base da sua deslocação à Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel?

Esta deslocação prende-se, essencialmente, com algo em que temos vindo a trabalhar ao longo dos anos. A pandemia e todos os problemas relacionados com a Covid-19 vieram provocar, aqui, um interregno nas conversações, que têm como finalidade a elaboração de um protocolo de intercâmbio cultural, numa primeira fase, entre o município da Ribeira Grande e o município da Trofa, sendo que, no futuro, poderá ser alargado a outras áreas. Mas, o objetivo desta minha vinda, aqui, foi exatamente reunir-me com o senhor presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, no sentido de começarmos a idealizar aquilo que será o protocolo de colaboração cultural, entre os dois municípios.

 

Agora que essa reunião já ocorreu, quais são os resultados?

Os resultados ainda não estão propriamente definidos, mas posso dizer-lhe que a reunião correu muito bem, dentro daquilo que era esperado, tanto pelo município da Trofa, como pelo município da Ribeira Grande. Vamos, agora, dar seguimento àquilo que foi o conteúdo da nossa conversa, sendo que contamos, em fevereiro do próximo ano, poder proceder à assinatura formal e presencial neste mesmo município, que prevemos que possa vir a acontecer, integrada na Gala AUDIÊNCIA 2023.

 

Não é a primeira vez que vem à Ribeira Grande, poia já cá esteve várias vezes a convite do Jornal AUDIÊNCIA. Posto isto, que pontos de convergência encontra, entre os dois municípios, que augurem um bom futuro neste relacionamento, que se quer auspicioso?

Desde o primeiro contacto que tivemos com este município e, sobretudo, com quem está à frente dos destinos deste concelho, houve, de facto, aqui alguns pontos que nós vimos que poderiam ser convergentes, numa relação do futuro, desde logo, porque há, aqui, uma semelhança, embora em vertentes diferentes, entre os dois municípios, nomeadamente devido ao facto de a Ribeira Grande ser o concelho mais jovem do país, em termos de faixa etária, e o município da Trofa ser o concelho mais jovem do país, em termos de independência. Depois, existem outras características deste município, que têm a ver, mais especificamente, com a proximidade em relação à população, que ambos os municípios possuem. Para além disso, sendo a Ribeira Grande um concelho com uma taxa de desemprego superior à, obviamente, pretendida e sendo o município da Trofa um concelho que necessita de mão de obra, podemos, também, aqui, ver formas, no futuro, deste protocolo ser alargado a outras áreas  e podermos ter, igualmente, aqui, um intercâmbio, quer de formação profissional, quer, mesmo, de integração profissional, no município da Trofa.

 

É conhecida, desde sempre, a alta religiosidade da população açoriana e não é por acaso que o Espírito Santo é a festa mais venerada, aqui, no arquipélago. Sendo na Trofa, que reside a primeira das 7 Maravilhas da Cultura Popular Portuguesa, que são os Santeiros de São Mamede do Coronado, também candidatos a Património Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, será por aí, o pontapé de saída deste relacionamento?

Essa, também, foi uma das situações que integrei nesta minha visita à Ribeira Grande, pois tentei perceber se uma exposição, no âmbito da arte sacra, relacionada com os Santeiros de São Mamede do Coronado, seria uma mostra que trouxesse mais-valias, quer para o município da Ribeira Grande, quer para o município da Trofa e, de facto, a reunião que tive, nomeadamente com o diretor do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas foi bastante interessante e permitiu-me ter um conhecimento mais alargado desta região, em termos culturais. Neste sentido, a recolha de toda esta informação será, agora, obviamente, processada, com a devida calma e ponderação, para depois podermos vir a ter os resultados que pretendemos, sendo que a arte sacra, para nós, é uma aposta de continuidade. A arte sacra do Vale do Coronado, nomeadamente os Santeiros de São Mamede do Coronado, foram a primeira das 7 Maravilhas da Cultura Popular Portuguesa e há todo um conjunto de iniciativas, que visam, essencialmente, a promoção e valorização do património, que é oriundo de São Mamede do Coronado, do concelho da Trofa, e é nessa sequência que desenvolvemos um conjunto de trabalhos, relacionados com a UNESCO. Ainda recentemente, estivemos no Vaticano, a oferecer em audiência ao santo padre Papa Francisco, uma imagem produzida por Jorge Brás, um escultor santeiro de São Mamede do Coronado, encomendada pela Câmara Municipal da Trofa.

 

Recentemente, o AUDIÊNCIA Ribeira Grande entrevistou Rui Leite, um artesão de miniaturas, que demonstrou um interesse muito grande em descobrir o mundo dos Santeiros da Trofa. Será que este tipo de protocolo que, hoje, é desenhado poderá permitir, no futuro, um intercâmbio de conhecimentos entre aqueles que amam este tipo de arte na Ribeira Grande, e até nos Açores, e aqueles que estão na Trofa?

Eu gostava muito que isso fosse possível, até porque nós estamos a ultimar, em conjunto com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o início do Curso de Formação de Arte Sacra, que vamos passar a desenvolver, em São Mamede do Coronado e, obviamente que, a partir do momento em que tivermos este curso a ser ministrado, eu ficaria muito feliz que isso pudesse vir a acontecer, porque curso surgiu, essencialmente, da pretensão de não deixarmos que este ofício e esta transmissão de saber fazer caia no esquecimento. Daí que, ao longo dos anos, temos estabelecido contactos com a tutela, no sentido de podermos avançar com este curso, no âmbito da escultura e da produção de arte sacra.

 

Quando falamos neste tipo de arte, normalmente há sempre um problema, que é a continuidade.

Exatamente, porque isto representa a transmissão de uma arte e de um saber fazer, que foi passando de pais para filhos, avós, para netos, etc. e que, hoje, já se resume a pouco mais de uma mão cheia de artistas nesta área, daí nós encaramos isto com uma preocupação e estarmos a fazer tudo o que está ao nosso alcance, para que não caia no esquecimento e não se venha a perder todo este conhecimento que, ao longo dos anos, foi sendo transmitido.

 

Sei que o senhor vereador leva, também, em carteira, para a Trofa, um repto do senhor presidente da Câmara da Ribeira Grande, no sentido de desafiar grupos, ou pessoas individuais, que estejam ligadas à atividade da reprodução histórica de momentos, para se fazerem representar na Feira Quinhentista.  O que é que lhe parece? Acha que o município está preparado para o desafio?

Claro que sim. A Trofa está sempre preparada para enfrentar, seja qual for o desafio, até porque o nosso dia a dia é feito de desafios e é com uma enorme satisfação que levo este repto, porque podemos, perfeitamente, participar na Feira Quinhentista com alguns grupos que o nosso município dispõe e que integrarão, da melhor forma, esta mesma atividade.

 

Há nove anos que exerce o cargo de vereador da Cultura da Câmara Municipal da Trofa e são inúmeras as iniciativas que o município realiza, ao longo de cada ano. Como descreve a situação da cultura neste concelho?

A Cultura está bem e recomenda-se, porque nós não nos podemos esquecer de que estivemos dois anos privados de qualquer iniciativa, devido a uma pandemia que proliferou por todo o mundo. Porém, nós mantivemos o concurso lusófono, que é alargado a todos os Países de Língua Oficial Portuguesa sem, obviamente, a entrega dos prémios, enquanto não foi possível, no entanto, esta cerimónia já se realizou. Houve, inclusive, uma sessão de entrega de prémios, que até fizemos por videoconferência, mas essa iniciativa nunca deixamos de realizar, porque visa a promoção da literatura infantojuvenil e as pessoas, apesar de estarem privadas de tudo e mais alguma coisa, não estavam, pelo menos, de poderem dar asas à sua imaginação, então, no seu recanto, podiam escrever e, portanto, existiram várias razões, quer para os escritores, quer para os ilustradores, que fizeram com que a pandemia não fosse um impedimento, pelo contrário, tivemos um aumento do número de contos e ilustrações que recebemos a concurso. Mas, para além de todas as iniciativas culturais, que integram o Plano de Atividades Municipais, que se realizam anualmente e há, aqui, algumas que eu gostaria de destacar, como é o caso do trabalho que temos efetuado, no âmbito da promoção da arte sacra do Vale do Coronado. Depois, em relação aos Santeiros, existe outra situação de relevante interesse referir, que é a “Rota da Arte Sacra de São Mamede do Coronado”, que passa pelas atuais oficinas em funcionamento e que, de certa forma, está articulada com o Caminho de Santiago. Outro projeto cultural que desenvolvemos, e está finalizado, foi a marcação de todo o trajeto do percurso de Santiago, via Braga, que atravessa o concelho da Trofa. Neste seguimento, posso dizer-lhe que, no próximo dia 27 de novembro, vamos ter uma caminhada, em jeito de visita guiada, que será acompanhada pelo historiador Joel Cleto, que dará uma explicação, ao longo de todo o percurso, dentro dos limites territoriais do concelho da Trofa, que nasce, exatamente, na fronteira com o concelho da Maia, entra em São Mamede do Coronado, passa por São Romão do Coronado, Covelas, São Martinho de Bougado, até a Ponte da Lagoncinha, onde é o limite com Vila Nova de Famalicão. Portanto, nós definimos e sinalizamos, pela primeira vez, todo o percurso dos Caminhos de Santiago, no trajeto por Braga, que atravessam o nosso concelho e, ao mesmo tempo, integramos uma rota pelas oficinas de arte sacra, para que os viajantes possam ter esta articulação, das duas situações. Há, aqui, um outro trabalho, que temos desenvolvido à volta do Castro de Alvarelhos – Estação Arqueológica, que é dos castros mais ricos da Península Ibérica. Neste contexto, nós temos um protocolo com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e estamos a desenvolver um trabalho de prospecção, inventariação, catalogação e recuperação de todos os objetos que são encontrados e que remontam, alguns deles, à Idade do Bronze. Tendo em vista melhorar os acessos ao Castro de Alvarelhos, a Câmara Municipal requalificou os caminhos de ligação ao mesmo e define, anualmente, um projeto de escavação, também em parceria com a faculdade, de forma a conhecermos mais sobre a história e aquilo que foi a ocupação de uma parte do território do concelho da Trofa, neste caso, em Alvarelhos.

 

A atividade cultural relacionada com os santeiros incide, essencialmente, na Freguesia do Coronado, mas quando alguma jornalista do AUDIÊNCIA fala com o presidente de Junta, este assume-se como um homem zangado com o município. Será que ele também está chateado com o que o pelouro da Cultura está a fazer nas suas freguesias, ou esta relação entre o município e a Junta não se faz, porque há barreiras partidárias, que não o permitem?

Repare, eu não vejo aqui qualquer tipo de barreira. Eu ocupo e desempenho as minhas funções e estou sempre disponível para receber imputes ao trabalho que se tem desenvolvido. Muitas das vezes, perguntam-me se eu não conheço esta ou aquela associação, ou um determinado grupo de jovens, etc. e aquilo que eu costumo dizer é que se não se derem a conhecer, também não podem esperar que nós conheçamos tudo. 

 

Está a acusar o presidente da Junta do Coronado de inércia?

Não estou a acusar de inércia, estou a dizer que estarei sempre disponível para falar com quem quer que seja, que tenha interesse em falar comigo, sobre o desenvolvimento.

 

Está a dizer-me que o presidente da Junta de Freguesia não tem interesse em falar consigo?

Se tem ou não, eu não sei. Até hoje, nunca me procurou, no sentido de abordar qualquer assunto, relacionado com a arte sacra e com todo todo o trabalho cultural que temos desenvolvido.

 

Portanto, nunca viu um sorriso na boca do presidente da Junta, quando a Câmara da Trofa, apostou as fichas todas nos Santeiros de São Mamede do Coronado?

Eu confesso que o vejo poucas vezes, com um sorriso muito menos, sendo certo que fizemos um enorme investimento no Coronado, São Romão e São Mamede, que ronda os 4 milhões de euros e liga os dois centros.

 

Então, significa que o presidente da Junta prioriza o partido, em detrimento da população?

Pois, há questões que terão de ser feitas diretamente a ele. Eu não sei quais são as prioridades para o presidente da Junta. Não vejo é o interesse do Coronado em abordar determinados temas relacionados com a cultura, neste caso com o vereador, como acontece noutras freguesias, que demonstram esse mesmo interesse.

 

No âmbito da cultura, o BeLive e a EXPOTROFA também são duas iniciativas de referência, organizadas pela Câmara Municipal da Trofa. 

A EXPOTROFA e o BeLive – Festa da Juventude da Trofa são duas das maiores iniciativas do Plano de Atividades Municipais, sendo que este ano também reforçamos todos os eventos. O BeLive Trofa é uma marca registada e é uma iniciativa deste executivo camarário. Já, a EXPOTROFA é algo que já vem muito antes da Trofa ser concelho. Posso dizer-lhe que a Festa de Juventude da Trofa, que se desenrola no terceiro fim de semana de julho, foi, de facto, uma aposta ganha, cuja adesão tem crescido exponencialmente, de ano para ano e é algo que vamos continuar a manter. Depois de dois anos de interregno, fruto da pandemia da Covid-19, nós, este ano, já realizamos a EXPOTROFA e o BeLive, que contaram com uma adesão impressionante. Agora, o município vai dedicar todo o mês de dezembro ao Natal, mais uma iniciativa que contamos que vá ao encontro de todos os trofenses, em primeira instância, e que agrade, em segunda instância, todos aqueles que nos visitem, neste período. 

 

Considerando que a Ribeira Grande é o concelho com mais jovens do país e o BeLive é uma festa da juventude, acredita que, firmado o protocolo, esta pode constituir mais uma razão para os jovens e a população ribeiragrandense visitarem a Trofa? 

Existe, aqui, um compromisso que eu pretendo honrar, assim que o protocolo, com o município da Ribeira Grande, esteja firmado. Assim sendo, e contando com as previsões de que em fevereiro vamos assinar o certame, a promessa que eu quero cumprir e levar adiante é, de facto, integrar na primeira parte de um dos dias do BeLive, um artista oriundo deste município.

 

Apesar de já extravasar os pelouros que detém, existe outra iniciativa que atrai, todos os anos, inúmeros açorianos ao município da Trofa, entre os quais Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola dos Açores, que é a Feira Anual ou Feira de Março. Acredita que, considerando que a agricultura é um dos expoentes máximos do arquipélago, esta também pode ser uma área para a qual o intercâmbio também possa expandir-se?

Em primeiro lugar, gostaria de dar a conhecer que a realização e organização da Feira Anual da Trofa é da responsabilidade da Junta de Freguesia de Bougado, São Martinho e Santiago. No entanto, é, de facto, uma das maiores feiras agroalimentares do Norte do país e é daquelas em que os trofenses não conseguem deixar de participar. Aliás, eu vou à Feira Anual de Março, desde pequeno. Esta iniciativa tem por tradição realizar-se no primeiro sábado de março, de cada ano, e decorre ao longo de, normalmente, três dias, mais especificamente, sexta, sábado e domingo. O certo é que o município sempre se disponibilizou, e continuará a disponibilizar-se, para apoiar o certame, naquilo que for possível. Esta é uma grande feira, na qual participam, anualmente, como disse e bem, inúmeros açorianos, aqui, de São Miguel, que fazem questão de viajar até à Trofa, propositadamente para participarem neste evento. 

 

Senhor vereador, que cartas tem escondidas na manga para o futuro?

Temos sempre muitas cartas e muitos projetos em mente. A parte mais difícil é conseguirmos implementar tudo o que gostaríamos de concretizar. No entanto, aquilo que é nosso hábito é, exatamente, realizarmos e, a partir daí, publicitarmos, porque nós gostamos de tornar os nossos sonhos realidade e não é por acaso que há um projeto enormíssimo, que abrange todo executivo e toda a estrutura da Câmara Municipal, que foi iniciado no primeiro mandato e concluído no dia 5 de novembro, que é o edifício dos Paços do Concelho. A “Casa de Todos” os trofenses tornou-se realidade, mas, sobretudo, o sonho tornou-se realidade e isto é extensivo a tudo. Portanto, há todo um trabalho que é desenvolvido em prol de todos os trofenses, com intuito de criarmos melhores condições de vida para os nossos munícipes e há todo um trabalho que é desenvolvido para que isso se possa concretizar e quando se efetiva, nós estamos sempre cá, para publicitar aquilo que conseguimos fazer.

 

Sendo este o último mandato deste executivo, pelo menos deste presidente de Câmara, não existe a tendência de deixar andar, porque virão outros a seguir?

Não, nós nunca fomos de deixar andar e eu recordo o nosso primeiro dia à frente dos destinos do município da Trofa, que foi exatamente com uma reunião conjunta com todos os cargos de chefia, no sentido de, em conjunto, ultrapassarmos os problemas que o mau tempo originou, nessa mesma data. Portanto, nós calçamos as galochas logo no primeiro dia e só as iremos descalçar, quando acharmos que concluímos aquilo que pretendíamos fazer. Esta é a parte que custa mais, quando caminhamos para o final de uma maratona de 12 anos.

 

Até porque foi uma maratona que começou com muitas dores, que têm a ver com um ex-libris do concelho. 

Não foi um percurso fácil. Recordo as obras de requalificação dos parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, assim como do Parque das Azenhas, com todo um percurso pedonal ao longo do Rio Ave, que, em parte, foi destruído pelas primeiras cheias, que ocorreram durante o nosso primeiro mandato, ou seja, tem sido um percurso difícil, mas que nunca caiu, nem cairá, no relaxamento. Enquanto estivermos à frente dos destinos do nosso município, iremos trabalhar como se fosse o primeiro dia, durante o qual tivemos de resolver, logo na primeira hora, problemas graves, derivados de uma tempestade, que, na altura, assolou o nosso concelho.

 

Posso, então, depreender que um dos objetivos deste executivo foi, também, provar que nem todos os políticos são iguais, contrariando a tese de que os políticos falam muito, mas fazem muito pouco?

Nós preferimos falar pouco e fazer muito e tentamos, sempre, demonstrar isso, apresentando muito. Posso dizer-lhe que foi, exatamente, com este espírito de missão e de, em conjunto, fazermos algo pela nossa Trofa e pelos nossos munícipes, que nós assumimos os destinos da Câmara Municipal e foi esta a razão que nos levou a realizar tudo aquilo que temos feito e que nunca imaginamos que seria tanto, como temos concretizado. 

 

Senhor vereador, se eu não conhecesse a Trofa, que argumentos me apresentaria, para que eu a visitasse, o quanto antes?

A Trofa é um concelho distinto e em crescimento. Quem viu a Trofa há nove anos atrás e quem vê este município, hoje, percebe, de imediato, a evolução que tem sofrido, mas, principalmente, a evolução que vai continuar a sofrer. Quando, em outubro de 2013, entramos na Câmara Municipal da Trofa, não tínhamos nenhum projeto de futuro. Hoje, temos um planeamento a 10, 15 e 20 anos, ou seja, há todo um plano estratégico de crescimento, de forma pensada e ponderada, para os próximos anos. Portanto, se existem municípios no país, com projetos de crescimento continuado e devidamente ponderados, um deles é a Trofa, daí ser, neste momento, um concelho em crescimento, pensando sempre na criação de melhores condições de vida, para os munícipes trofenses.