O 23.º Congresso do PSD/Açores decorreu no Açor Arena, em Vila Franca do Campo, de 26 a 28 de outubro. A reunião dos social-democratas contou com a participação de 215 congressistas que elegeram os novos órgãos regionais do PSD/Açores, agora liderado por Alexandre Gaudêncio.
Durante três dias os sociais-democratas açorianos estiveram reunidos em Vila Franca do Campo para discutir o futuro do partido.
Alexandre Gaudêncio, líder do PSD/Açores, apresentou a moção global de estratégia “Rumo à Vitória”, no qual afirma que “é preciso devolver os Açores aos açorianos”, assegurando que o partido que agora representa quer ser o protagonista da “mudança e da confiança”, de forma a construir um “futuro melhor” para a Região.
O social-democrata destacou que quer tornar o partido mais “interventivo e mais dinâmico”, salientando que “a união será a chave do sucesso”. Neste âmbito, frisou que “unidos seremos capazes de derrubar o nosso verdadeiro adversário: a governação das desculpas, do favorecimento e da ilusão”. O jovem político não poupou em críticas ao Governo do PS, afirmando que “estamos perante uma governação em que ninguém é responsabilizado pelos erros cometidos, em que há sinais de desgaste, de guerrilha interna e que em nada ajuda a Região e os açorianos a ultrapassarem as dificuldades do dia-a-dia”.
Segundo Alexandre Gaudêncio, a intensão do projeto é “transformar o PSD/Açores num partido forte e 100% eficaz para fazer oposição e merecer a confiança dos açorianos para governar”, garantindo que pretende escutar e valorizar a opinião dos militantes “de Santa Maria ao Corvo”, e que é seu intuito “cumprir a matriz social-democrata por todo o arquipélago, chamando para essa tarefa pessoas com provas dadas a nível profissional e cívico”.
De acordo com o social-democrata “ter um partido forte é o desígnio concreto” do seu projeto, mostrando-se convicto de que “os Açores têm muito a ganhar com um PSD forte, hoje na oposição, amanhã no Governo”.
Além da eleição dos novos órgãos regionais do partido, foram também debatidas quatro propostas temáticas: “Juventude em Perspetiva” da JSD/Açores, “Mais Pico Mais Açores”, subscrita por Marco Costa; “Açores no centro do mundo”, subscrita por Hernâni Costa e pela Comissão Política de Ilha do PSD/São Miguel; “Um novo paradigma no apoio aos idosos”, subscrita por Cristina Abrantes.
No último dia do congresso foram dadas a conhecer as cinco listas para os órgãos componentes do PSD/Açores: Comissão Política Regional, da qual Alexandre Gaudêncio é o presidente, tendo como vice-presidentes António Ventura, Cláudio Almeida, Jaime Vieira, Carlos Ferreira, José Soares e Rui Espínola e como secretária-geral Sabrina Furtado; no Conselho de Jurisdição Regional destacam-se Brito Ventura, José Leal, Nuno Couto, Ana Toste e Roberto Vieira; na Mesa do Congresso está José Manuel Bolieiro como presidente, Paulo Nascimento Cabral e Véria Sousa como vice-presidentes e Jorge Jorge e Maria Cristina Abrantes como secretários; no Conselho Regional a lista é encabeçada por Pedro Nascimento Cabral, seguindo-se Pedro Furtado, Sofia Ribeiro e contando ainda com nomes como José António Garcia, António Soares e Carlos Anselmo; por fim, à Comissão Regional de Auditoria Financeira pertencem António Viveiros, Maria Silva, Isabel Dutra, Victor Lima, Cecília Estácio, Rui Maré e Paulo Fagundes.
Na sessão de encerramento do congresso estiveram também presentes o líder do PSD, Rui Rio, bem como o representante do líder do PSD/Madeira, José Tranquada Gomes.
O fim da reunião dos sociais-democratas deu-se com a intervenção de Alexandre Gaudêncio. No seu discurso fez saber quais as principais preocupações do partido, apresentando as suas “propostas e soluções”, apresentando assim um conjunto de ideias para áreas como a Saúde, Educação e Administração Pública, resumindo o projeto dos sociais-democratas como sendo “em nome dos açorianos que esperam anos e anos por uma consulta ou por uma intervenção cirúrgica”, mas também “em nome dos jovens açorianos que não encontram emprego ou são obrigados a emigrar” e ainda “de todos os açorianos que querem uma Região com mais justiça social e igualdade de oportunidades.
O presidente do PSD/Açores defendeu a necessidade de apostar na proximidade dos serviços de saúde, afirmando que “aquilo que se assiste hoje é ao desmantelamento de muitos centro de saúde para concentrar nos grandes hospitais praticamente todos os exames de diagnóstico”, deixando a promessa de que “em 2020, quando formos Governo, pretendemos voltar a dotar os nossos centros de saúde com equipamentos e meios humanos”.
Ainda dentro da área da Saúde, o líder social-democrata pretende criar o “cheque consulta” e o “cheque cirurgia” para todos os doentes que ultrapassarem o tempo máximo de resposta garantido que está legislado, permitindo aos utentes “optar livremente por ter a consulta ou ser operado no sector privado”.
Na Educação, a proposta é colocar assistentes sociais nos quadros das escolas públicas da Região, “como forma de colmatar problemas sociais muito graves”. Alexandre Gaudêncio admitiu ainda que “outra das preocupações do PSD/Açores é o excesso de burocracia”, destacando que “os docentes têm de estar absolutamente concentrados na essência da sua profissão” e que “a carga burocrática deve ser transferida para os serviços administrativos das escolas”.
No encerramento do 23.º Congresso, o presidente do PSD/Açores propôs também que a escolha dos dirigentes da administração pública regional passasse a “seguir exclusivamente critérios de competência, evitando a partidarização ou politização do pessoal dirigente”.
O líder social-democrata concluiu o seu discurso referindo que “o caminho proposto passa por ouvir os açorianos de Santa Maria ao Corvo, e da Região às comunidades emigrantes espalhadas pelo mundo”.