Ao comemorar 23 anos de existência, o Grupo Folclórico da Madalena garantiu que a continuidade está assegurada. Numa noite de alegria, foram muitos os parabéns e elogios a esta jovem coletividade que tanto tem feito pelas tradições da freguesia, do município e do país.
O Grupo Folclórico da Madalena celebrou, no passado dia 1 de novembro, o seu 23º aniversário, num evento intimista no Auditório da Junta de Freguesia da Madalena.
Na ocasião, a presidente da coletividade, Cristiana Pereira, explicou que esta era, de facto, uma cerimónia simples porque “é disso que o grupo é feito: simplicidade e trabalho voluntário”. “O grupo folclórico só existe graças às pessoas que dele fazem parte e é de pessoas que falamos. Isto só é possível com cada um de vocês, e é para cada um de vocês que nós, direção, também vamos caminhando apesar dos desafios e vamos dando continuidade ao trabalho que muitas vezes é feito em off, e que vocês assistem nos ensaios, nas atuações, nos sítios onde vamos representar a freguesia e o município”, afirmou.
Lembrando o passado, e todos os desafios e dificuldades, Cristiana Pereira deixou também a garantia que o futuro está assegurado e que será, cada vez, melhor. “Apesar dos desafios e das dificuldades, nós conseguimos manter-nos cá. Fomo-nos mantendo, nem sempre, cumprindo, e agradecendo à professora Isabel Lacerda porque é através do livro que tem sido um apoio enorme para muitos grupos folclóricos, pelo menos o Grupo Folclórico da Madalena é o nosso amuleto da sorte, porque é com ele que estamos a conseguir melhorar e enaltecer a qualidade do nosso grupo. Acho que vamos conseguir em 2025 ter uma qualidade muito superior ao nível de trajes, de instrumentos, e apesar de desafiante, porque são vestidos e instrumentos muito específicos. Mas estamos aqui para tentar fazer o melhor. Todos os dias tentamos ser mais, tentamos ser melhores, e também acho que é disso que o folclore é feito”.
Agradecendo a todos os membros e também ao executivo da Junta de Freguesia da Madalena e da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia todo o apoio até aqui dado, a presidente do Grupo Folclórico da Madalena deixou ainda o apelo para que esse apoio seja cada vez mais significativo. “Estamos a melhorar e isso significa que também precisamos de mais apoio da vossa parte. Contamos com isso no próximo ano”, referiu.
Cristiana Pereira lembrou ainda, neste dia, Vítor Rocha, que faleceu recentemente, e que “representou muito para o grupo” e que “deixou a sua marca no grupo”, pedindo a todos um minuto de silêncio por este homem do associativismo local.
Presente na cerimónia esteve também Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia que lembrou a riqueza cultural do município que conta com 32 grupos folclóricos. “Penso que, eventualmente, um ou outro, neste momento, não estará em atividade, mas é um movimento muito representativo da nossa cultura, das nossas tradições, daquilo que é, e que tem sido ao longo destes 23 anos no vosso caso, no preservar das memórias dos nossos antepassados”, afirmou.
Parabenizando o grupo pelo aniversário, Paulo Rodrigues brincou com o facto de a coletividade ter de “começar a pensar nas bodas de prata”, e admitiu ficar feliz, bem como a própria Isabel Lacerda, autora da obra em causa, que “o livro possa contribuir para manterem essas tradições o mais fidedignas possíveis”. “Sei que os materiais, além da grande dificuldade em encontrar, se conseguirem fazer os trajes, mesmo que não seja com os materiais exatamente iguais, mas nesse livro está aí tudo explicadinho. Foi com esse objetivo que lançamos mãos à obra, é um documento que fica para as gerações vindouras”, acrescentou.
Também Jaime de Castro, presidente da Assembleia de Freguesia da Madalena, admitiu que “é uma proeza estar numa associação recreativa, seja qual for, é uma dádiva à coletividade, é um esforço enorme, e 23 anos é uma vida”. “Comparada com outras é muito jovem, mas é com gosto que tenho participado nas atividades, o festival que se faz no verão tem algum nível. Claro que a Câmara e a Junta irão apoiar da melhor maneira os vossos anseios, com as limitações que existem”, assegurou.
Jaime de Castro apelou ainda a uma maior participação da população no associativismo e, também, nas Assembleias. “Participar nas coletividades é importante e ajuda que a Madalena cresça. Apelo à cidadania, à participação de todos nos destinos da Madalena e à presença nas Assembleias e nas sessões públicas do executivo”.
Por sua vez, Miguel Almeida, presidente da Junta de Freguesia da Madalena, apelou também ao futuro da coletividade com os mais novos. “É bom ver esta sala cheia de gente alegre, até porque o motivo é de felicidade. A seguir a Canelas, somos a segunda freguesia com gente mais nova. Temos muita mão de obra para trabalhar no movimento associativo para o futuro”.
Miguel Almeida destacou ainda o “trabalho voluntário, extraordinário e silencioso” do Grupo Folclórico da Madalena, bem como a solidariedade entre coletividades que existe na freguesia. “Este voluntariado e disponibilidade permanente, é uma riqueza que temos na freguesia. Espero continuar a ver este fulgor e esta vontade de fazer algo pelo próximo. Porque acredito que apenas em comunidade conseguimos fazer algo de diferente”, afirmou o autarca, referindo ainda o Roteiro das Instituições, onde o executivo ouviu todas as instituições, incluindo o Grupo Folclórico da Madalena, e que irá ajudar nos desejos e sonhos. “Podem contar com o apoio da Junta de Freguesia para o grande desafio que é, com base nesse livro, nós estaremos ao vosso lado a apoiar a aquisição de novos trajes. É a nossa prenda de aniversário”.
Por fim, Elísio Pinto, vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, usou da palavra para tecer rasgados elogios à coletividade e ao movimento associativo no concelho em geral. “Estamos num fim de ciclo e não seria sério nem elegante de um decisor político ao não aproveitar estes momentos para deixar uma palavra de gratidão. Tenho um enorme orgulho em servir a equipa do presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues. Que não haja qualquer dúvida sobre isso. Foi um percurso de vida que enriqueceu os meus conhecimentos, mas ser liderado por uma pessoa que põe o coração nas suas decisões, (…) incluindo o folclore, a importância que o presidente empresta ao movimento associativo. Temos 32 grupos de folclore e todos eles com propostas minhas e sempre com o apoio do presidente da Câmara Municipal, mais, ou menos, sempre foram apoiados financeiramente. Mas independentemente do apoio financeiro é a presença do decisor político em todos os atos. Porque tenho um enorme orgulho no que fazem diariamente. E não digo isto por imposturice ou bajulação, mas pela valorização que Vila Nova de Gaia deve dar aos seus grupos de folclore que muito bem desempenham, como ninguém, esta cultura popular. Profundo agradecimento por tudo o que representam no folclore”, afirmou.
Elísio Pinto deixou ainda uma mensagem aos mais novos, para que “sintam orgulho do que fazem” e para que “não tenham complexos de inferioridade com ninguém”. “Tenham orgulho pelo que estão a fazer pela freguesia, pelo município e pela história de Portugal. Porque a história de Portugal seria muito mais pobre se não existisse grupos de folclore. Perdíamos as tradições, os nossos usos e costumes e convosco, vamos mantendo vivas as nossas tradições. Obrigado por tudo aquilo que representam para Vila Nova de Gaia, em particular para o folclore. Tenham orgulho do que fazem diariamente”, rematou.
O aniversário do Grupo Folclórico da Madalena contou ainda com a presença, do presidente da Assembleia da coletividade, José Carlos Leitão, entre várias outras personalidades e instituições da freguesia e do concelho.
No final, não faltou o bolo e o habitual cantar os parabéns à coletividade aniversariante bem como o brinde de festejo, esperando, daqui a um ano, estarem todos novamente no mesmo local.