A apresentação do livro “Maia- A Coragem renovada. Um amor com Tradição” da autora Madalena San-Bento realizou-se no dia 16 de julho, no Centro Paroquial da Maia. O evento contou com a presença de várias personalidades como Jaime Rita, presidente da Junta de Freguesia da Maia, Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Diretor Regional da Cultura, Nuno Lopes, e Rui Bettencourt, em representação presidente do Governo Regional.
A sessão de apresentação, dirigida por Graça Castanho, professora da Universidade dos Açoreses, contou com as intervenções do presidente da Junta de Freguesia da Maia, o advogado Elias Pereira, e a autora do livro, Madalena San-Bento.
“A Maia realmente é uma referência a nível regional, a nível nacional e a população deve estar muito orgulhosa do que aqui se faz”, afirmou Graça Castanho, no início da sessão. Na intervenção do presidente da Junta de Freguesia, Jaime Rita reforçou o objetivo do executivo de promover a cultura na Maia. “Desde o nosso primeiro mandato que esta Junta traçou como objetivo promover a fruição de bens culturais. O lançamento de mais um livro sobre a Maia faz seguramente parte desse objetivo.”
Ao falar sobre o livro, o autarca referiu que “vai envolver o passado e as raízes desta terra ligada ao presente, e mostrar que somos gente de futuro. Gente com sentido de pertença que ama incondicionalmente a sua terra. Gente especial e diferente.”
Elias Pereira enalteceu, na sua intervenção, o trabalho da autora por procurar a alma das pessoas. “Este trabalho era muito propício a isto porque foi feito com base em depoimentos de pessoas, em sentimentos, e em emoções.” O advogado abordou a mensagem deixada por Jaime Rita no livro, onde destacou importantes ideias que descrevem a população da Maia. “Unidade e humildade que está relacionado com o resolver os problemas das pessoas. Quando vivemos em pequenas ilhas, pequenas freguesias sabemos que dependemos muito uns dos outros”. Outra referência importante foi destacar o presidente como “um cavaleiro que tem soldados que com ele depõem as suas armas e estão preparados para combater pelas pessoas da Maia.”
Passando para a estrutura do livro, Elias Pereira falou sobre a dialética entre as passagens de Inês, Jaime Rite e, no fim, Daniel de Sá,e os paralelismos existentes nas histórias. “A Inês chegou cá com a ideia de um recomeço. Estes gene de resistência, de recomeço fazem parte da nossa cultura açoriana e da mentalidade. Vejo no Jaime Rita uma necessidade «teremos que ser sempre o exemplo pelas melhores razões», uma frase que está no livro. O talento de bem fazer é uma das características do autarquas e, principlametne, do Jaime Rita.”
O advogado ainda enalteceu valores que estão assentes na população da Maia. “Há uma solidariedade na Maia que não é frequente noutros sítios. Há um orgulho local muito intenso. Para mim foi uma satisfação enorme ver isto neste trabalho.”
Por fim, Madalena San-Bento, na sua intervenção, falou sobre a ideia do livro. “Este livro procura pegar nos depoimentos das pessoas de várias representatividades e torná-las em personagens. Juntei aquilo que as pessoas pensavam e sentiam às lendas, que têm muita força na Maia, e juntei isso à investigação histórica.” A autora referiu,que ao longo do livro, tentou procurar uma expressão que definisse a relação que a população tem com a sua terra, e chegou à seguinte conclusão: “geografia sentimental” porque demonstra a diferença das pessoas da Maia “da maioria das outras freguesias”, devido ao orgulho que os maienses têm pela sua terra. “As pessoas desenham-se no pedaço de chão que lhes coube São pessoas que têm um grande respeito pelo passado, lutando no presente e projetam-se no futuro porque acham que é a sua obrigação passa por dar o melhor possível às gerações vindouras na Maia e pela Maia.”
Madalena San-Bento referiu também a perceção do tempo e do lugar que a população tem. “Amam a Maia e acham que foi uma grande sorte tê-lhes cabido esse chão e não perdem de vista a importância da pequenez da freguesia na grandeza no mundo,e, por isso, querem empurrar a Maia para a frente.” Já perceção do tempo está relacionado com “a importância do que esteve antes deles, do que vem trazê-los como eles são e aquilo que ainda têm que fazer para conseguirem um futuro.”
Ao longo deste evento, foram projetados vídeos da Maia na década de 60 e 70 de Laudalino Pacheco, bem como um vídeo produzido retratando o passado e o presente da freguesia. No final, o público foi presenteado com um delicioso momento musical a cargo da dupla Rafael Carvalho e César Carvalho, à viola.