ARRAIAL DO SARAPATEL SERVIU A TRADIÇÃO À MESA

O Largo Padre António Vieira, na Freguesia de Rabo de Peixe, foi o palco da quarta edição do Arraial do Sarapatel, um prato tradicional da Ilha de São Miguel, feito à base de sangue de porco e especiarias. Além de exposições, desfiles e muita música, os cerca de mil visitantes puderam ainda assistir à confeção deste prato, com recurso a utensílios antigos, como a colher de madeira e a panela de ferro, e todos os que quiseram tiveram a oportunidade de provar o sarapatel, de forma gratuita.

 

 

 

A Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, com o apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande, organizou a quarta edição do Arraial do Sarapatel, que se realizou no dia 24 de setembro, no Largo Padre António Vieira, junto à igreja da vila. “Esta é uma iniciativa que tem como objetivo recuperar e valorizar tradições antigas e típicas das nossas gentes e que, ainda hoje, constituem uma base da alimentação”, referiu Jaime Vieira, presidente da Junta de Freguesia de Rabo de Peixe, que ainda realçou que o intuito da iniciativa foi “divulgar as tradições ligadas às matanças de porco que eram, antigamente, um momento importante nos meios rurais”.

O sarapatel, também conhecido como debulho, é confecionado de várias maneiras e a forma como é empratado também muda de localidade para localidade, no entanto, a sua base é o sangue de porco e as especiarias. A intenção do arraial foi “proporcionar às pessoas um serão agradável, através da degustação de receitas antigas, feitas à base dos produtos das matanças”, explicou o autarca.

Cerca de mil pessoas passaram pela Freguesia de Rabo de Peixe ao longo do dia e o Arraial do Sarapatel foi transmitido, em direto, pelo programa ‘Atlântida’, da RTP-Açores, dando assim uma maior visibilidade ao evento e às tradições que ele representou.

Durante a tarde, os visitantes puderam assistir a exposições, desfiles, sempre emoldurados de muita alegria, enquanto, à noite, não faltou animação musical. Além da atuação do Grupo de Tambores Âncora da Vila, o público ainda teve a oportunidade de assistir ao espetáculo do Grupo de Cantares Vozes do Mar do Norte, seguindo-se o momento das cantigas ao desafio. Por fim, foi o artista açoriano Nuno Martins, que encerrou os momentos musicais da noite. Mas, nem só de música se fez a festa, uma vez que foi, também, possível observar como era confecionado o sarapatel, com recurso aos utensílios antigos, como a colher de madeira e a panela de ferro. Depois da demonstração da sua confeção, o sarapatel foi servido a todos que o quiseram degustar, de forma gratuita. Este momento despertou a atenção das mais diversas gerações, até porque os mais novos foram movidos pela curiosidade, uma vez que se tratava de um prato que, muito deles, nunca tinham experimentado, e pelas histórias que os avós foram contando. Já os mais idosos não dispensaram a oportunidade, para recordar outras fases da sua vida e matar saudades deste prato, repleto de memória e tradição.