CAFÉ-RESTAURANTE BUDDHI OFERECEU UM JANTAR ESPECIAL A 50 PESSOAS DE PEDROSO E SEIXEZELO

O Café-Restaurante Buddhi realizou, no passado dia 22 de dezembro, um jantar de Natal solidário para 50 pessoas da União de Freguesias de Pedroso e Seixezelo. A iniciativa contou com o apoio de cerca de 16 voluntários e da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo.

O jantar solidário oferecido pelo Café-Restaurante Buddhi juntou 50 pessoas carenciadas, para lhes proporcionar um momento especial.

Artur Oliveira é, desde setembro de 2018, o proprietário do Café-Restaurante Buddhi e gere o espaço juntamente com a sua esposa, Elisabete Oliveira, que também é a cozinheira do Buddhi. O dono do estabelecimento reside em Fânzeres e contou ao AUDIÊNCIA que a ideia para a organização de um jantar solidário vem de há muitos anos, “porque eu fui criado num bairro pobre, nomeadamente no Bairro do Aleixo, onde as pessoas passavam muitas dificuldades. Eu tive uma educação um pouco diferente da que os meus colegas tiveram e sempre me interessei pelos outros, aliás, tanto eu como a minha esposa já ajudávamos pessoas carenciadas antes de vir para aqui, portanto, isto não nasceu do nada e eu não quis realizar este jantar em benefício próprio, muito pelo contrário, porque isto faz parte do nosso ADN”.

“Na altura, quando decidimos que íamos realizar um jantar solidário, eu fui falar com o senhor presidente da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo e foi o Gabinete de Ação Social que ficou encarregue de selecionar as pessoas, porque eu não conheço a realidade económica das mesmas. A Junta de Freguesia e o senhor presidente mostraram-se, desde logo, muito recetivos e disponibilizaram-se, desde o primeiro minuto, para colaborar com este projeto”, sublinhou o proprietário do Café-Restaurante Buddhi.

Filipe Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo, enalteceu ao AUDIÊNCIA que “este evento teve a maior importância para nós e foi uma grande surpresa quando o senhor Artur pediu uma reunião comigo, propôs esta iniciativa e deixou, desde a primeira hora, bem vincado que não queria publicidade e que queria que estivesse no anonimato, porque, efetivamente é para o bem das pessoas” e acrescentou que “o senhor Artur não sendo uma pessoa residente na Freguesia, não sendo natural da Freguesia, teve esta postura, esta coragem e é importante que sirva de exemplo para outras empresas e para outros projetos que possam surgir numa comunidade que se quer próxima de quem mais necessita e este foi o grande exemplo que nos foi dado pelo senhor Artur e pela esposa, um exemplo de como se deve viver e estar integrado numa comunidade”.

O presidente da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo aproveitou ainda a ocasião para salientar que estes eventos devem servir como exemplos de uma comunidade que é solidária e que, “o apoio que a Junta de Freguesia deu foi, no fundo, ir ao encontro do que o senhor Artur nos pediu, que foi para nós lhe selecionarmos as pessoas, porque como não é daqui, não conhece a realidade e como nós temos um Gabinete de Ação Social podíamos ajudá-lo. Portanto, as técnicas do Gabinete de Ação Social, eu não tive intervenção, selecionaram as pessoas, essencialmente todas elas bastante carenciadas e essencialmente pessoas já com alguma idade, que foi também um pedido que o senhor Artur nos fez, mas que não era um pedido vinculativo, uma vez que estiveram presentes pessoas que não eram de terceira idade, mas que também tinham bastante carência económica. Portanto, nós selecionámos as pessoas, fizemos uma rota e pedimos o transporte à Câmara Municipal de Gaia e a senhora vereadora Elisa Cidade interessou-se logo por este projeto e demonstrou toda a disponibilidade para ceder o autocarro. Por isso, o nosso apoio foi mínimo e o que se deve aqui destacar é o senhor Artur, a esposa e todas as pessoas que estiveram a trabalhar para aquela noite, que ficou num cantinho do meu coração devido a toda a envolvência e simpatia. Eu acho que só quem cá esteve é que sentiu que, efetivamente, o jantar foi realizado para as pessoas e não para qualquer promoção”.

Artur Oliveira afirmou que o jantar solidário “teve muito significado para as pessoas, mas eu ainda acho que dei pouco e que tenho ferramentas para dar mais do que aquilo que dei. As pessoas sentiram-se bem, alegres, nós oferecemos um gorro de Natal a cada um dos presentes e as pessoas ficaram contentes. Da minha parte, eu acho que correu tudo muito bem e eu tenho de agradecer a todas as pessoas voluntárias, que foram cerca de 16, que estiveram cá presentes a ajudar-nos, inclusive a uma menina que apareceu aqui e que pertence a uma marca de cosméticos, que esteve a alegrar as pessoas, maquilhando as senhoras, que depois ficaram ainda mais bonitas” e frisou que “o que está aqui em causa é o gesto que foi realizado pelas pessoas e a ação que as pessoas tiveram naquele dia”.

Filipe Lopes explicou que não pôde estar presente no jantar e revelou que “quando aqui cheguei ainda não estavam presentes as pessoas que iam beneficiar do jantar e eu assisti a toda a preparação, a toda a envolvência e ao enorme staff que estava aqui pronto para servir graciosamente as pessoas. Eu fiquei efetivamente emocionado e achei brilhante o facto de darem um gorro de Pai Natal a cada uma das pessoas e de terem laranjas à porta para ofereceram à saída, porque todos estes pequenos gestos, que como disse o senhor Artur para ele representam pouco, mas para a comunidade e para mim enquanto presidente de Junta representam muitíssimo. Foi excecional e o feedback das técnicas que estiveram a acompanhar o jantar foi muito positivo, estava tudo impecável, tudo muito bem confecionado e parecia que estavam não num restaurante, mas numa casa de família, na qual as pessoas puderam conviver, cantar, dançar, embelezar-se e sentir um bocadinho de calor, que muitas vezes falta em muitos lares no dia-a-dia e em especial na altura do Natal”.

O proprietário do Café-Restaurante Buddhi avançou ainda que pretende, juntamente com a esposa, Elisabete Oliveira, “voltar a organizar este tipo de eventos. Eu tenho um contrato para 5 anos e, pelo menos durante esses 5 anos, nós pretendemos realizar não só jantares de Natal, mas outro tipo de iniciativas que acharmos ser benéficas para as pessoas, não para nós, porque nunca quisemos fazer deste evento uma exposição nossa ou do espaço sobre o acontecimento, isto foi pelas pessoas”.