Organizada pela associação Asas do Mar – Instituto de Ornitologia Marinha dos Açores, com o apoio da Câmara Municipal da Horta, a segunda edição do concurso internacional de fotografia Aves Marinhas da Macaronésia decorreu em 2022 e teve como grande vencedor Justin Hart, com uma imagem captada em outubro de 2012, que reflete o espírito de uma ave marinha no seu verdadeiro ambiente oceânico.
A segunda edição do concurso internacional de fotografia Aves Marinhas da Macaronésia foi organizada pela associação Asas do Mar – Instituto de Ornitologia Marinha dos Açores, com o apoio da Câmara Municipal da Horta, e contou com 107 inscrições de 26 participantes maiores de 18 anos e de quatro concorrentes na categoria “Jovem Fotógrafo”. O júri foi constituído por Kirstin Jones, Marc Albiac, Paulo Silva e Bart Vercruysse.
No certame puderam participar imagens captadas em toda a área geográfica da Macaronésia, incluindo Açores, Madeira, Canárias, Cabo Verde e, também, oceano Atlântico.
As fotografias vencedoras foram conhecidas no passado dia 9 de janeiro e, relativamente aos resultados, Justin Hart conquistou o primeiro prémio, no valor de 250 euros, com a fotografia de «uma cagarra a voar em mar tempestuoso», uma imagem, que foi captada em outubro de 2012 e, segundo o qual, “foi tirada enquanto eu estava no final do quebra-mar, à entrada do porto da Madalena do Pico. Em dias de ondulação forte, grandes ondas chegam do Atlântico, crescem e depois quebram ao passar pelo estreito que fica entre a entrada do porto e os pequenos ilhéus. Em outubro e novembro, os cagarros recém-criados juntam-se no Canal do Pico e, por vezes, brincam entre estes topos de onda, aproveitando as correntes ascendentes para ganharem altura e praticarem a arte de voar como um cagarro. Fiz a imagem abrigado atrás do farol, fazendo disparos curtos em «autofoco contínuo», sempre que as aves passavam, esperando que, pelo menos, uma das imagens capturasse não apenas a ave, mas o humor do mar e «o espírito do cagarro»”.
O segundo lugar, no valor de 125 euros, foi atribuído a outra fotografia de uma cagarra, vista contra o pôr do sol, sobre um calmo oceano Atlântico e foi capturada por Gui da Costa, em julho de 2019, perto do Ilhéu de Vila Franca do Campo, em São Miguel. “Um passeio de barco no final da tarde, ao pôr do sol, com mar calmo é sempre um convite para terminar o dia da melhor forma. É, também, a altura em que as cagarras, nas imediações do Ilhéu de Vila Franca do Campo, se preparam para a noite. Captar esse momento numa fotografia e poder partilhá-lo com todos foi o meu desafio. Com o meu quadro «Ouro no Mar» espero despertar nas pessoas a sensibilidade para a observação da natureza”, ressaltou o segundo classificado.
O terceiro prémio, no valor de 75 euros, foi conferido, também, a Justin Hart, desta vez, à imagem com o título “A chegada da cagarra”, de acordo com o qual “exigiu algum planeamento. Felizmente, já há vários anos que estudava os cagarros que nidificavam ao longo da costa oeste do Pico, perto do Monte, por isso tinha um conhecimento íntimo dos locais onde escolhiam nidificar. (…) Eu estava consciente de que o flash e a minha presença podem ter perturbado as aves e, assim, limitei o número de noites e a quantidade de tempo que passei na colónia. No entanto, se por acaso as aves se assustarão com o clarão, não o demonstraram ao pousar. A maioria era incrivelmente confiante e, se não fossem direto para seus ninhos, eles se acomodavam por perto chamando um ao outro, às vezes formando pares para cortejar e enfeitar um ao outro. Lembro-me de ter ficado emocionado com a aparente indiferença deles para comigo. Algumas aves até se aproximaram de mim, como se estivessem curiosas para ver o que eu estava a fazer ali”.
Por outro lado, o Prémio Jovem Fotógrafo foi concedido à imagem de um garajau-comum, que foi captada por Salvador Vieira, na Ilha do Faial. “Ao final de um dia do mês de setembro fui ao terminal de passageiros da Horta. Este é um lugar onde muitos garajaus se reúnem no início do outono. O título da imagem é «Aquecimento», porque o garajau-comum estava a fazer alongamentos, em preparação para sua longa migração para a América do Sul”, evidenciou o vencedor.