A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da Confraria Gastronómica dos Velhotes realizou-se na sede da Associação Miramar Império de Vila Chã, em Valadares, em Vila Nova de Gaia. O evento contou com a presença de Manuel Monteiro, Confrade de Honra e vereador da Câmara Municipal de Gaia, de Alcino Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Gulpilhares e Valadares, de Rui Amaral, presidente da Associação Miramar Império de Vila Chã, do Orfeão de Valadares, dos Bombeiros Voluntários de Valadares, de Confrades e Confreiras Efetivas e de Honra e de convidados.
O ato de tomada de posse dos novos corpos sociais da Confraria Gastronómica dos Velhotes realizou-se na sequência das eleições ocorridas no passado dia 10 de janeiro, na Assembleia Geral, que nomearam vitoriosa a lista liderada por Fernando Jorge Dias Andrade.
No que respeita a Assembleia Geral ou Grã Mestria, Manuel Vaz Nunes foi designado Grão Mestre Capitular, António Manuel R. Barros Coutinho 1º Mestre e António da Rocha Fardilha 2º Mestre.
No que concerne a Direção ou Chancelaria, Fernando Jorge Dias Andrade foi eleito Chanceler, Horst Peter Mattaush Vice-Chanceler, José Manuel Oliveira Silva Almoxarife, Augusto da Rocha Fiel Usanças e Romina Lima Porta-Estandarte.
Relativamente ao Conselho Fiscal ou Mordomia, José Manuel S. Pinto de Sá foi nomeado Mordomo-Mor, Álvaro Almeida Santos 1º Mordomo e Cacilda Maria F. E. Domingues Mattaush 2º Mordomo.
No seguimento da cerimónia, Fernando Jorge Dias Andrade, Chanceler da Confraria Gastronómica dos Velhotes, aproveitou a ocasião para salientar que “a gastronomia portuguesa é responsável pelo boom do turismo em Portugal e constituiu um dos pólos de atração turística do nosso país. Apresentando ao nosso país uma variedade gastronómica de acordo com as suas regiões, em termos dos seus pratos e doces típicos, o aparecimento das confrarias permitiram a afirmação desses produtos, dessa realidade histórica, em alguns casos, de tesouros gastronómicos com história”, ressaltando que “é o espírito de afirmação do doce do velhote, ex-líbris da então freguesia de Valadares, que motivou a criação, há quase 18 anos, da Confraria Gastronómica dos Velhotes, um pão doce da região, com aparição em algumas festividades, cuja memória tinha de ser preservada. Hoje, quase 18 anos após a fundação desta Confraria, estamos reunidos num momento histórico, para afirmar e assegurar tudo quanto foi dito aquando a sua fundação”.
O novo Chanceler da Confraria Gastronómica dos Velhotes sublinhou ainda que “após uma crise de incertezas, que motivou a transferência dos destinos da Confraria para uma Comissão de Gestão, pretendemos que a Confraria adquira uma nova vida consentânea com a realidade de Portugal, nomeadamente no que concerne à igualdade entre confreiras e confrades. Assumimos a gestão da Confraria e prendemos que a mesma passe a ser da responsabilidade e do conhecimento da Chancelaria, dos restantes órgãos sociais e dos confrades e sempre que haja necessidade a esse recurso, uma vez que não queremos que numa família confrádica, até então bastante reduzida, possam continuar a existir situações consideradas tabu, (…) assim, é nossa intenção que a Chancelaria proceda a uma organização administrativa da Confraria de forma a ser possível o conhecimento do número real dos confrades, homens e mulheres, assim como dos Confrades de Honra e dos respetivos contactos, de forma a que ninguém fique em informação aquando dos eventos. Esta organização vai permitir, ainda, o apuramento do valor das quotas em dívida, cuja cobrança permitirá o reforço da disponibilidade financeira da Confraria. A questão da sede, que pretendemos ver resolvida o mais breve quanto possível, dado que a chancelaria irá reunir-se, no mínimo, uma vez por mês e necessitará de um espaço adequado. A organização e a atualização dos estatutos, assim como um jantar mensal, serão outras questões que a Chancelaria, aqui com a colaboração de todos os Confrades, irá introduzir na Confraria tal adequação à realidade do século, deixando de haver a diferenciação entre homens e mulheres colocando nas suas normas de funcionamento procedimentos legais que evitem situações que provoquem impasses na sua gestão tal como os recentemente vividos por todos nós”.
Fernando Jorge Dias Andrade esclareceu ainda, no final do seu discurso, que “assumimos a Chancelaria porque entendemos que não deveríamos protelar uma situação de incerteza, com prejuízos incalculáveis para a Confraria”.
Alcino Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Gulpilhares e Valadares, fez questão de marcar presença nesta cerimónia e referiu que “eu, enquanto autarca, tenho de dizer neste ato que a autarquia não pode estar distraída com tudo aquilo que se passou na Confraria”, anunciando “eu também faço aqui um juramento de que enquanto aqui estiver, à frente do órgão autárquico, eu tudo farei, sempre que solicitado, para que a Confraria não atravesse maus períodos. A autarquia estará sempre do vosso lado e queremos que, de facto, tudo vá para a frente e seja mais positivo”.
“Eu acho que no futuro pode haver soluções para que haja um espaço onde possam ter a vossa sede social”, revelou o presidente da Junta de Freguesia de Gulpilhares e Valadares, frisando que “eu acho que o futuro vai ser risonho”.
O Confrade de Honra da Confraria Gastronómica dos Velhotes e vereador da Câmara Municipal de Gaia, Manuel Monteiro, também participou neste ato e explicou que “as instituições, como a Confraria Gastronómica dos Velhotes, são fatores de enraizamento das populações que escolhem Gaia para viver e, portanto, estas instituições são motivo de cozer o tecido social heterogéneo que compõe Vila Nova de Gaia”, asseverando que “a Câmara Municipal de Gaia está atenta e, embora muitas vezes privilegie a educação, a saúde e a ação social, também não pode deixar de parte o cimento e o betão e temos previstas, para concurso muito breve, obras aqui para Valadares” e que “nós estamos atentos. O futuro pode ser risonho e que o futuro vos traga melhores dias”.