A uma solução de todas as decisões, relativa ao oitavo e último enigma do Torneio Policiário’ 2017, a Detetive Jeremias mantém a liderança da classificação, aumentando inclusive a diferença pontual sobre toda a concorrência.
No segundo lugar, a doze pontos da líder, posiciona-se agora Vimaranes, que fica à espreita de um deslize da líder no último enigma para se consagrar vencedor da prova, se bem que tal desiderato pareça neste momento pura utopia.
O “detetive” Menino Lucas, que ocupava anteriormente a segunda posição, ao ver-se impedido de apresentar proposta de solução da prova nº. 7 (por motivos de força maior), foi relegado para o quarto lugar, perdendo assim a possibilidade de aspirar vencer o torneio.
E o mesmo acontece com os demais concorrentes, uma vez que estes se encontram a mais de quinze pontos do primeiro posto, não tendo por isso qualquer hipótese de alcançar a liderança, mesmo que a Detetive Jeremias “falte à chamada” na derradeira prova do torneio. Já quanto aos lugares que dão direito a taças (até ao quinto posto), são dezasseis os concorrentes com possibilidades de lhes “deitar as mãos”, estando esse feito sobretudo ao alcance dos “detetives” que se posicionam neste momento até o nono lugar. Quanto aos lugares com direito a medalhas (até ao décimo posto), é ainda possível que mais de metade dos concorrentes em prova alcance esse desiderato.
Vejamos, então, como está ordenada a classificação geral, face à última prestação dos concorrentes. Mas antes de fazer essa divulgação e de desvendar a solução do problema que constituiu a prova nº. 7, cumpre-nos corrigir o título deste. É que ele devia ter sido grafado como “Datas Misteriosas” e surgiu intitulado “Um Enigma…”, um lapso de que nos penitenciamos e pelo qual pedimos as maiores desculpas ao seu autor, a todos os concorrentes e demais leitores.
TORNEIO POLICIÁRIO’ 2017
Solução da Prova nº. 7
“Datas Misteriosas”, de Daniel Falcão
Eis chegado o momento de, cada comensal, confirmar ou infirmar a respetiva escolha. Assim, a alínea correta é a:
d) – Todas as datas dos manuscritos estão corretas.
A decifração do mistério resultará do conhecimento de quando foi abandonado, nos Estados a que as cidades em causa pertencem, o Calendário Juliano (com origem na época de Júlio César) e, consequentemente, implementado o Calendário Gregoriano (pelo qual nos regemos na atualidade).
O Papa Gregório XIII com o intuito de corrigir alguns problemas originados pelo calendário em vigor na época sendo o principal a determinação do dia da Páscoa) e no seguimento de diversas propostas para o reformar, publicou em 24 de fevereiro de 1582 a Bula Papal Inter Gravissímas que estabelecia a Reforma Gregoriana.
Um dos aspetos da Reforma Gregoriana consistiu em omitir dez dias do calendário, tendo sido decretado que à quinta-feira, 4 de outubro de 1582, se seguiria a sexta-feira, 15 de outubro de 1582 (sexta-feira, 5 de outubro de 1582, segundo o Calendário Juliano). O Calendário Gregoriano foi imediatamente adotado nos Estados católicos de Itália, Portugal, Espanha e Polónia. A França adotou o novo calendário um pouco mais tarde, isto é, apenas ao dia 9 de dezembro de 1582 (domingo, segundo o Calendário Juliano) se seguiu o dia 20 de dezembro de 1582 (segunda-feira).
A Inglaterra e os restantes Estados protestantes só viriam a adotar o Calendário Gregoriano muito mais tarde, em pleno século XVIII, em setembro de 1752.
Explicados os factos que sustentam a solução do mistério, facilmente nos apercebemos que o dia 17 de outubro de 1582 (já Gregoriano) em Portugal (Lisboa) caiu a um domingo. Em França (Paris) o dia 25 de novembro de 1582, com o Calendário Juliano ainda em vigor, caiu também a um domingo (neste dia, em Portugal, estava-se já a 5 de dezembro de 1582, no Calendário Gregoriano).
Finalmente, em Inglaterra (Londres) o dia 30 de dezembro de 1582 (no Calendário Juliano) também caiu a um domingo (neste mesmo dia, em Portugal e em França, estava-se já a 9 de janeiro de 1583).
Como era previsível, a larga maioria dos comensais confirmou a respetiva escolha.
CLASSIFICAÇÃO GERAL APÓS A SÉTIMA PROVA
1º. Detetive Jeremias (81+15): 96 pontos;
2º. Vimaranes (74+10): 84 pontos;
3º. Rigor Mortis (65+14): 79 pontos;
4ºs. Detetive Bossiak (62+13), Inspetor Mucaba (66+9), Madame Eclética (63+12) e Menino Lucas (75+0): 75 pontos;
8º. Bernie Leceiro (62+11): 73 pontos;
9º. Ma(r)ta Hari (64+8): 72 pontos;
10º. Zé de Mafamude (58+8): 66 pontos;
11º. Arnes (54+10): 64 pontos;
12º. Haka Crimes (55+7): 62 pontos;
13º. Pena Cova (51+10): 61 pontos;
14ºs. Arc. Anjo (52+8) e Solidário (51+9): 60 pontos;
16º. Inspetor Guimarães (51+8): pontos 59;
17º. Charadista (50+7) e Santinho da Ladeira (49+8): 57 pontos;
19ºs. Holmes (49+7) e Talismã (49+7): 56 pontos;
21º. Beira Rio (47+8): 55 pontos;
22º. Gomes (46+7): 53 pontos;
23º. Alex (52+0): 52 pontos;
24º. Onaírda (8+0): 8 pontos.
UM CASO POLICIAL EM GAIA
A fechar, damos nota de que faremos na próxima edição um ponto da situação do nosso concurso de contos, que se encontra neste momento numa fase de todas as decisões, com o júri a braços com a difícil tarefa de escolher o melhor de entre os melhores originais submetidos à sua apreciação. Podemos adiantar, para já, que foram seis os contos que passaram num primeiro crivo, sendo certo que todos estes serão objeto de distinção. E mais não diremos, por agora…