No âmbito da comemoração do 26° aniversário da Associação de Solidariedade Social dos Idosos de Canidelo (ASSIC), a instituição abriu, no passado dia 24 de maio, à comunidade, as portas das obras da tão ansiada Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), que terá capacidade para 42 utentes e deverá ser inaugurada em abril de 2026. A sessão contou com a presença de Célia Correia, vereadora da Câmara Municipal de Gaia, Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, Manuel Moreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, José Gonçalves, arquiteto responsável pelo edifício, e Almiro Mendes, padre de Canidelo, assim como representantes de entidades civis e políticas.
Sita na Rua Cova da Bela, em Canidelo, a tão ansiada Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) da Associação de Solidariedade Social dos Idosos de Canidelo (ASSIC) abriu pela primeira vez, no passado dia 24 de maio, as portas das suas obras aos sócios, amigos e parceiros desta instituição. A cerimónia simbólica contou com a presença de Célia Correia, vereadora da Câmara Municipal de Gaia, Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, Manuel Moreira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Gaia, José Gonçalves, arquiteto responsável pela obra, e Almiro Mendes, padre de Canidelo, assim como representantes de entidades civis e políticas.
Na ocasião, as intervenções foram inauguradas por Joaquim Seara Fernandes, presidente da Direção da Associação de Solidariedade Social dos Idosos de Canidelo, que fez questão de agradecer aos órgãos sociais, à diretora técnica, Márcia Oliveira, e a todos os elementos que fazem parte da instituição, frisando que “trabalham connosco todos os dias, em prol do bem-estar dos nossos utentes”.
Assegurando que “esta é a nossa obra que, durante muitos anos, foi uma miragem”, o dirigente associativo revelou que “muita gente, enfim, desacreditou nesta obra. Só há três ou quatro anos para cá é que isto começou a ser real, mas mesmo assim ainda continuam muitas pessoas a não acreditar que este edifício vai fazer parte da associação”.
Segundo Joaquim Seara Fernandes, estima-se que este edifício, que contará com 42 camas, seja inaugurado em abril de 2026. “É uma obra com muita dificuldade, porque foi orçada em 2,4 milhões de euros e o nosso grande desastre foi logo derrapar nas fundações, onde gastamos 350 mil euros, que é um valor que não estava nos orçamentos”, referiu o presidente da Direção da ASSIC, explicando que esta iniciativa também visa “chamar a atenção de todos, dos sócios, dos amigos, porque todos nós precisamos de alguma ajuda. (…) Teremos todos de nos unir, dar as mãos e cada um contribuir com aquilo que possa dispor, porque, para nós, todas as migalhas servem. Portanto, vamos ter, principalmente, de nos unir para facilitar as contas da associação. Como tal, hoje estamos aqui para alertar as pessoas e para lhes mostrar esta obra. (…) achamos que as pessoas mesmo com fracas posses têm o direito de viver o seu fim de vida com dignidade. Esta obra não é uma miragem, é uma realidade e, agora, vamos todos continuar a trabalhar de mangas arregaçadas com todos os nossos parceiros, para que isto possa terminar e para que possamos receber, aqui, os utentes”.
Posteriormente, foi o arquiteto responsável por este edifício, José Gonçalves, quem tomou a palavra, afirmando que “de facto, o projeto tem mais de 25 anos, pelo menos nas minhas mãos. Eu penso que eu e a doutora Albertina, assim como o presidente da Junta da altura, andamos, aqui, a lamentar por esta tarefa e finalmente ela começa a ver-se com uma dimensão um bocadinho maior do que aquela que existia originalmente. Este edifício, no início, era um bocadinho mais pequeno. Entretanto, a Segurança Social, que tem muitas exigências, mas pouco dinheiro para dar, exigiu uma série de espaços que não estavam no edifício original e, portanto, este edifício cresceu um bocadinho e ganhou mais um piso”.
Após a projeção de um vídeo com uma simulação digital do edifício, o arquiteto afiançou que “houve esta consciência de que as pessoas que estão num lar têm dinâmicas e têm momentos da sua vida muito diferentes. (…) Uma pessoa com menos mobilidade ou até pessoas que num certo momento não aguentam o barulho, por exemplo, das atividades ou da confusão de uma casa desta dimensão, podem usufruir de dois grandes pátios no piso superior, junto aos quartos, ou seja, conseguem sair para o exterior sem terem a obrigatoriedade de vir cá abaixo e de estar em espaços comuns. Portanto, permite bastante flexibilidade na utilização. (…) Quando comecei a trabalhar nisto, pensei sobretudo na qualidade de vida das pessoas que iriam viver aqui, ou seja, que este fosse um sítio onde apeteça viver, um espaço luminoso, com espaços exteriores e com espaços confortáveis”.
Seguidamente, o pároco de Canidelo, Almiro Mendes, foi convidado a intervir, felicitando a instituição e afiançando que “tudo aquilo que seja para construir um mar bom, merece a paixão de todos nós. E num tempo de egoísmos, é absolutamente louvável que esta equipa, que o senhor Seara preside, teime em levar isto para a frente. Eu acho que todos devemos realmente tornar-nos irmãos deste sonho, para que o futuro seja mais promissor e mais feliz para algumas pessoas”.
Também Maria José Gamboa, presidente da Junta de Freguesia de Canidelo, tomou a palavra, sublinhando que “aqui foi feito um esforço muito grande no sentido de se capacitarem para tomarem conta deste edificado, que é uma coisa material, mas que só significa gente cá dentro e gente que está envelhecida, que está cansada, que a vida começa a faltar e que a envolvência também social começa a faltar”.
Recordando que, em Canidelo, “nós temos uma taxa significativa de população idosa”, a autarca salientou que “esta resposta é uma resposta que tem em conta apenas uma dimensão humana do direito humano, que é cuidar, proteger, não desamparar. Este é o nosso compromisso. (…) O grande esforço maior foi o de continuarmos a acreditar que éramos capazes de levar isto até ao fim e essa batalha está vencida. Agora, são as outras batalhas que, apesar de tudo, também são grandes e significativas. Mas, para isso estamos cá todos. Esperemos que o Estado não nos falhe, esperemos que o poder local também não nos falhe, mas, sobretudo, nós temos de acreditar nos cidadãos que precisam desta resposta, porque na verdade é deles que nasce a necessidade e a energia para manter todo este equipamento”.
Por fim, foi Célia Correia, vereadora da Câmara Municipal de Gaia, quem encerrou os discursos, destacando que “ver esta obra evoluir, é quase como um sonho tornado realidade. (…) É verdade que só estas paredes não chegam a nada. O compromisso tem de continuar, as parcerias têm de continuar, porque só assim conseguiremos, depois de concluída a obra, equipar. O Estado tem um papel fundamental na criação também de fontes de financiamento que permitam o equipamento, porque o equipamento de uma estrutura como esta é pesado e as instituições, para que possam criar alguma dignidade nos seus utentes, têm de também ter equipamentos dignos”.
A visita terminou com um porto de honra e um brinde ao futuro da instituição.