TORNEIO POLICIÁRIO DE DECIFRAÇÃO “À VISTA”!

Enquanto ultimamos a nossa próxima época competitiva, de que divulgamos nesta edição o regulamento do torneio de decifração “Solução à Vista!” – que pode ser também consultado no blogue “Local do Crime” (localdocrime.blogspot.com), assim como o regulamento do concurso de enigmas policiários “Mãos à Escrita!” –, prosseguimos com a publicação de alguns problemas breves e de resposta fácil para “aquecimento” das “células cinzentas” dos nossos “detetives”, trazendo hoje um original de Inspetor Fidalgo, alter-ego de Luís Pessoa, autor do conto vencedor do concurso “Um Caso Policial em Gaia” que ocupou boa parte das nossas últimas edições.

ENIGMA POLICIÁRIO

Morte em Lisboa, de Inspetor Fidalgo
O sol estava radioso e penetrava por entre o casario, fazendo assomar às janelas rostos alegres. Por uma dessas janelas saiu um grito estridente que atraiu imediatamente uma série de pessoas em busca de um espetáculo esperado. Sangue! Com a chegada da polícia, ainda mais se agitou o público, discutindo e fazendo conjeturas sobre o sucedido.

O inspetor Fidalgo entrou no quarto atafulhado de roupas, móveis, numa desarrumação incrível, e olhou a vítima, uma jovem loira, bonita, de uns olhos azuis intensos mas imóveis.
Depois de algumas fotografias, foram-lhe apresentados três suspeitos, homens com que a moça privara nos últimos tempos.

Interrogados, fizeram as seguintes declarações:
Inácio: “Não vira nada. Vinha buscá-la às 18h00, como tinha sido combinado. Quando ia a subir as escadas, ouvi um grito, corri pelas escadas acima, mas quando lá cheguei não vi ninguém e ela estava morta. Não toquei em nada, claro!”

Afonso: “Estive com ela até às 17 horas, mais ou menos. Trouxe-a a casa e não me apercebi de nada de extraordinário. O que sei é que a deixei viva e de boa saúde. Fui-me embora e não sei de mais nada”.
Américo: “Já não a via há meses. Vinha hoje visitá-la e, de certa forma, fazer as pazes com ela. Não sei de nada e, se quer que lhe diga, acho muito estranho que a matassem com uma faca daquele tamanho. Estou chocado, espero que compreenda…”

A morta ia ser transportada do compartimento ao lado para a morgue. Aquela casa fatídica, com apenas uma porta de acesso, uma janela e dois compartimentos, fora abalada pela morte da sua única ocupante.
Já na rua, Américo pediu para ver a moça pela última vez, porque já não a via há meses, e a cena foi comovente.
Mais tarde, na Judiciária, o inspetor Fidalgo examinava os resultados da autópsia, olhando nostalgicamente as fotografias onde aparece um corpo bonito, cara arredondada e olhos azuis fitando o teto.

O resultado da autópsia indicava que a morte ocorrera por via de uma incisão nas costas provocada por uma faca de cabo preto, que atingiu o coração.

O inspetor Fidalgo já sabia quem era o culpado…
A – O culpado foi Inácio, porque já tinha subido as escadas e ninguém o acompanhou ao entrar no quarto;
B – O culpado foi o Afonso que a foi levar a casa e a matou quando soube que o Inácio a vinha buscar, por ciúmes;
C – O culpado é o Américo, porque apareceu sem avisar e viu a moça a despedir-se do Afonso e à espera do Inácio;
D – O culpado é o Américo, porque não podia saber como a jovem tinha sido morta.

 

DESAFIO AO LEITOR

Amigo leitor, analise bem o problema e escolha a resposta da alínea que lhe pareça a correta… E depois confira-a com a solução do autor, que se publica a fechar esta edição.

 

TORNEIO DE DECIFRAÇÃO “SOLUÇÃO À VISTA!”

REGULAMENTO
1. O Torneio de Decifração de enigmas policiários é aberto a todos os leitores do AUDIÊNCIA Grande Porto ou seguidores do blogue O Local do Crime, não necessitando de inscrição prévia;
2. O Torneio será constituído pelos enigmas apresentados ao concurso “Mãos è Escrita!”, que serão publicados mensalmente a partir de 1 de maio de 2018;
3. As propostas de solução de cada enigma deverão ser enviadas até ao dia 10 do mês subsequente ao da sua publicação, sendo acompanhadas de pontuação atribuída ao respetivo enigma, entre 5 a 10 pontos, em função da sua originalidade, qualidade e grau de dificuldade.
4. Cada proposta de solução será classificada entre 5 e 10 pontos, correspondendo 5 à simples presença e 10 à solução integral do enigma, sendo as pontuações intermédias definidas de acordo com o grau de resolução;
5. Em cada enigma, das soluções enviadas serão selecionadas, pelo orientador da secção, as três melhores, que somarão mais 3, 2 e 1 pontos;
6. Será vencedor do Torneio o concorrente que no final acumule o maior número de pontos, sendo distinguido com o Troféu “AUDIÊNCIA Grande Porto’ 2018”;
7. Os concorrentes posicionados nos três lugares subsequentes da classificação final serão distinguidos com as Taças “Natércia Leite”, “Severina” e “Medvet”;
8. Os classificados entre o quinto e o décimo lugar serão distinguidos com medalhas de participação;
9. Os casos omissos serão resolvidos pelo orientador da secção O Desafio do Enigmas, não havendo recurso das decisões tomadas.

 

SOLUÇÃO DO ENIGMA DESTA EDIÇÃO

Morte em Lisboa, de Luís Pessoa
Alínea D – O culpado é o Américo, porque não podia saber como a jovem tinha sido morta. Naturalmente que se o Américo não via a moça há muito tempo, como afirmou e ela estava de costas para o chão, como se revela, ele não poderia saber como fora morta, a menos que…