A Federação Agrícola dos Açores veio reforçar, novamente, que lamenta a estratégia delineada pela indústria de continua baixa do preço de leite pago aos produtores, alegando excesso de leite e aumento de stock dos produtos lácteos, numa fase, em que a maioria dos custos dos fatores de produção continuam altos e em que a inflação permanece a níveis superiores ao pretendido.
A Federação relembra que as subidas em novembro do preço de leite no continente praticadas pelo Pingo Doce e pela Lactogal, não se repercutiram nos produtores de leite açorianos, por isso, mesmo com as descidas anunciadas, o diferencial entre o preço médio de leite nos Açores e o continente, é de mais de 10 cêntimos.
“Os anúncios da Bel, Prolacto, Unileite e Insulac em São Miguel e da Unicol na Terceira, para os meses de maio e junho, vêm contribuir para a contínua desmotivação da fileira, que está em constante pressão e ameaça, devido a oscilações frequentes no seu rendimento”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.
Apesar de admitirem que “este não é o caminho pretendido”, a Federação Agrícola dos Açores admite que a indústria “tem-nos obrigado a tomar medidas para reduzir a produção”, lembrando que o preço de litro de leite UHT subiu ao consumidor aproximadamente 40 cêntimos, enquanto aumentou somente 20 cêntimos aos produtores de leite.
“Os elevados lucros que as indústrias apresentam no final de cada ano, têm de ser melhor distribuídos pelos produtores, pois são estes que produzem a matéria prima para as Indústrias, que é de grande qualidade e com elevados padrões de exigência”, afirma a Federação.