É uma das alturas mais esperadas quer pelos avintenses quer por inúmeras pessoas que, todos os anos, esperam pela Festa da Broa de Avintes para degustar esta iguaria típica e conviver num ambiente junto ao rio. Esta 32ª edição da iniciativa trouxe Quim Barreiros e Simone de Oliveira como cabeças de cartaz mas também uma inovação com preocupação ambiental, a introdução de copos reutilizáveis.
De 30 de agosto a 8 de setembro, a Quinta do Paço, em Avintes, voltou a receber mais uma edição da já mais do que tradicional Festa da Broa de Avintes. Além da iguaria que leva milhares de pessoas a este recinto todos os anos, a 32ª edição da Festa da Broa ficou também marcada pelas habituais tasquinhas de coletividades da freguesia, assim como por momentos de teatro, recriações históricas, jogos artesanais, artesanato e, claro, pela música.
Este ano, o grande nome do cartaz ficou para a noite de dia 7, com a atuação de Simone de Oliveira com a Banda Musical de Avintes. Mas já na noite anterior, o recinto tinha enchido para ver o mítico Quim Barreiros, enquanto nos outros dias atuaram a BandaLusa, a 31 de agosto, ABBAMIA a 1 de setembro e o DJ Dilorenzo a 5 de setembro.
Cipriano Castro, presidente da Junta de Freguesia de Avintes, admitiu ao AUDIÊNCIA que o balanço desta 32ª Festa da Broa é mais do que positivo e que foi das mais participadas, talvez ajudada “pelo bom tempo que se fez sentir, porque, às vezes, o tempo é um dos maiores inimigos da Festa”.
“As tasquinhas estiveram sempre cheias, a broa também chegou sempre ao fim do dia praticamente esgotada e os artesãos locais, que aproveitam a altura da Festa da Broa para poderem mostrar os seus produtos também estão satisfeitos. Penso que em termos gerais todos estão satisfeitos com a Festa, cujo objetivo principal não é só a festa em si, é também promover a freguesia e a representação histórica e teatral que fazemos, a própria banda musical poder tocar para uma artista como a Simone de Oliveira é prestigiante e ajuda a divulgar e é isso que pretendemos”, afirmou o presidente.
Para Cipriano Castro, este foi um dos pontos altos da festa, a atuação de Simone de Oliveira com a Banda Musical de Avintes. “Só o nome diz tudo, e é um nome que pode ombrear com outros que já cá estiveram, como o Pedro Abrunhosa, a Áurea ou o José Cid. Ou seja, procuramos ter sempre alguém que chame e ter um cartaz atrativo e diversificado para vários públicos”, esclareceu.
Apesar de organizada e promovida pela Junta de Freguesia, a Festa da Broa de Avintes conta com o apoio financeiro e técnico da Câmara Municipal de Gaia, algo que, segundo Cipriano Castro é imprescindível para que o evento aconteça todos os anos.
“Em termos de atividade cultural este é o maior investimento da Junta, são mais de 70 mil euros, claro que com o apoio imprescindível da Câmara Municipal e das Águas de Gaia. Além disso, isto só é possível porque são dezenas ou centenas de voluntários das coletividades de Avintes que aqui estão a trabalhar. Enquanto coletividades têm oportunidade de obter uma receita para as suas atividades anuais, mas só o conseguem fazer porque têm o contributo de dezenas de voluntários”.
Uma das novidades desta 32ª edição foi a introdução de copos reutilizáveis, uma preocupação ambiental que a Junta também quis demonstrar, com o pagamento de um euro por copo que podia ser levado para casa como recordação ou trazer no dia seguinte. “Estamos numa época em que é preciso reduzir determinado tipo de consumo de plásticos, então, este ano, apostamos, em vez de ser os copos de plástico que não reutilizáveis, a Junta comprou, com a colaboração das coletividades, os copos reutilizáveis. E podemos garantir que chegamos ao final do dia, ou quando chegávamos no dia seguinte, e não víamos centenas de copos espalhados pelo chão”, afirmou o presidente.
Apesar de, segundo Cipriano Castro, as pessoas terem aderido bem a esta ideia, houve quem achasse que era um custo adicional e a medida não foi consensual, apesar do presidente garantir que a ideia é para continuar nos próximos anos. “Um euro, numa festa gratuita, não me parece que seja por aí que aumentamos muito a despesa das pessoas, por isso, é uma inovação para continuar porque podemos e devemos contribuir para reduzir o consumo de plásticos, é uma preocupação ambiental também da Junta”.
Questionado sobre a continuidade desta Festa, Cipriano Castro não tem dúvidas que é uma tradição que não irá certamente acabar, mas que poderá passar por transformações. “Já foi uma festa de três dias, depois passou a quatro, agora tem 10 dias, é muito esforço, muito sacrifício. Não estou a dizer que vai mudar, no horizonte a curto prazo certamente que não vai mudar, mas é natural que, como tudo, possam surgir outras ideias e outras formas de ver esta festa e até poder, quem sabe, no futuro, mudar alguma coisa, porque há sempre oportunidade de ir inovando. A Junta tem gosto e prazer em continuar a realizar esta festa porque sentimos realmente que é uma oportunidade não só das associações estarem aqui presentes, mas também de muitos avintenses que vêm até aqui encontrar-se, conviver. Há pessoas que não são de Avintes mas que vêm cá sempre uma ou duas vezes, há outras que vêm todos os dias, é um ponto de encontro e também por esse motivo devemos continuar a apostar nesta iniciativa”, reforçou.