O município da Ribeira Grande assinalou, este ano, o 41º aniversário de elevação a cidade, no dia em que as celebrações em honra de São Pedro, o padroeiro do concelho, atingiram o seu auge.
Com um vasto programa comemorativo, as Festas da Cidade mobilizaram milhares de pessoas, entre os passados dias 25 de junho e 3 de julho, e aliaram as vertentes religiosa e cultural a uma tradição secular.
As festividades foram inauguradas com a apresentação do livro “A escadaria da Consciência”, seguindo-se o espetáculo “Natureza Sobredotada”, que antecederam o concerto de João Pedro Pais, que se realizou no dia 26.
Para o dia 28 ficou reservada a receção dos mordomos da Comissão de Festas de São Pedro 2022 na autarquia ribeiragrandense, para a entrega e colocação das Alâmpadas de São Pedro nas varandas da edilidade, uma ação que se replicou nas casas das pessoas e instituições que ajudaram na concretização do evento. Para Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, o momento foi vivido com alguma emoção, devido ao regresso de uma tradição única. “Diz a história que estas flores e frutos foram os primeiros colhidos, depois de uma erupção vulcânica que houve, aqui, na ilha em 1563 e, ainda hoje, perpetua, mais especificamente na Freguesia da Ribeira Seca”, referiu o edil, alertando para o facto de que, em 2022, “foram cerca de 1300 alâmpadas que foram produzidas, o que também revela a dimensão que, cada vez mais, esta festa está a ter”. O grandioso Desfile de Marchas de São Pedro, também teve palco neste dia e contou com a participação de nove grupos, que encheram as ruas da Ribeira Seca de cor e alegria.
No dia de São Pedro, 29 de junho, o concelho deu continuidade à tradição com as Cavalhadas Infantis, no período da manhã, seguindo-se as Cavalhadas de São Pedro, que, este ano, mobilizaram 127 cavaleiros e, pela primeira vez, na história, uma mulher foi a grande vencedora. Ainda nesse dia, realizou-se a Sessão Solene comemorativa do 41º aniversário da cidade da Ribeira Grande, que teve lugar no Teatro Ribeiragrandense e ficou marcado pela presença das comitivas da Ribeira Grande de Santiago, Cabo Verde, e da Eslováquia. Mais tarde, a procissão de São Pedro encerrou o dia. O autarca destacou o facto de, extraordinariamente, esta se ter realizado este ano, devido aos dois anos de interregno impostos pela pandemia, porque a mesma só costuma sair à rua “de oito em oito anos, quando o dia 29 de junho coincide com o domingo”, enaltecendo que “todas as ruas da Freguesia da Ribeira Seca, onde se realiza a procissão, estavam devidamente enfeitadas e havia muita gente na rua. (…) Foi mais um momento no qual as pessoas revelaram a sua religiosidade, em particular, mas que também deram um colorido muito diferente à nossa cidade”.
A apresentação da exposição e roteiro dos “500 anos do Nascimento de Gaspar Frutuoso”, que aconteceu no edifício dos Paços do Concelho, marcou o dia 30 de junho, ao passo que, no dia seguinte, o município abriu as portas ao Avô Cantigas, o sénior mais querido de Portugal, que agraciou os ribeiragrandenses com um concerto no Largo Gaspar Fructuoso, que antecedeu o espetáculo LAUDUM DEI, que teve lugar na Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo, na Ribeirinha. O concerto de Sara Cruz que estava agendado para este dia, acabou por ser adiado para o dia seguinte, devido às questões climatéricas.
Assim, no dia 2 de julho, o Largo Hintze Ribeiro foi o palco de inúmeros espetáculos musicais, que foram protagonizados por “Terras de Bruma”, Sara Cruz e o DJ Luís Paiva.
Já o último dia foi dedicado ao comércio, com animação para os mais pequenos e graúdos, terminando com o Desfile de Marchas de São Pedro, na Rua Direita, na Ribeira Grande.
No cômpito geral, o edil ribeiragrandense fez um balanço muito positivo, ressaltando que as festas superaram “as expectativas, não fosse o tempo e teríamos muito mais gente a assistir aos diversos concertos musicais. Tivemos, aqui, alguns artistas nacionais, e que também ajudaram a repor a retoma económica. Estive a fazer um balanço junto de alguns comerciantes e todos eles garantiram-me que foram umas festas muito positivas e já há muito tempo que estavam à espera de enchentes, para que pudessem faturar, por isso ficaram muito satisfeitos pela forma como a Câmara Municipal organizou as festas, trazendo sempre muita gente, o que significou, também, uma mais-valia para o comércio local”.