“FOMOS APROFUNDANDO E APERFEIÇOANDO A AUTONOMIA, ÀS VEZES, COM VITÓRIAS TIRADAS A FERROS”

A II edição do Almoço de Primavera, promovido pelo Jornal AUDIÊNCIA, trouxe Luís Garcia, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a Vila Nova de Gaia. O banquete, que se realizou no dia 26 de março, na Quinta da Boucinha, em Oliveira do Douro, teve como mote a importância do arquipélago, no contexto nacional e global, e contou com a presença de 200 pessoas. Inúmeros dirigentes associativos e autarcas do Norte do país fizeram questão de participar no certame, com destaque para Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, e Sérgio Araújo, vereador da Câmara Municipal da Trofa, entre representantes de entidades civis, militares e religiosas.

 

Depois de ter sido agraciado com o Troféu Personalidade 2022, na XVIII Gala AUDIÊNCIA, que decorreu no passado mês de fevereiro, no Teatro Ribeiragrandense, na Ilha de São Miguel, Luís Garcia, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), foi o orador convidado da II edição do Almoço de Primavera, promovido por este órgão de comunicação, que se realizou no passado dia 26 de março, na Quinta da Boucinha, em Oliveira do Douro, em Vila Nova de Gaia.

O certame contou com a participação de 200 pessoas, em representação de autarquias, instituições, entidades civis, militares e religiosas gaienses, matosinhenses e trofenses, assim como com a cobertura jornalística da Rádio Metropolitana do Porto e do Novum Canal. Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, também fez questão de receber o edil açoriano, a par de Sérgio Araújo, vereador da Câmara Municipal da Trofa.

O ambiente foi de festa e, depois das individualidades terem sido acompanhadas aos seus respetivos lugares, Joaquim Ferreira Leite, diretor do Jornal AUDIÊNCIA, inaugurou as formalidades, recordando o motivo de saúde que o impediu de participar na edição transata e agradecendo o carinho recebido, nesse momento delicado da sua vida. “É impressionante, ao fim de 20 anos que o AUDIÊNCIA existe, ver que há caras que ainda estão mais jovens e que estão cá sempre”, evidenciou, mencionando a forma como, há 10 anos, se radicou no arquipélago açoriano, onde acabou por fundar o AUDIÊNCIA Ribeira Grande, que já levou, a São Miguel, três mil pessoas, oriundas dos cinco continentes. “Quase todas as pessoas que estão, aqui, hoje, já estiveram nos Açores, na Gala deste jornal”, sublinhou.

Seguidamente, o jornalista anunciou que este órgão de comunicação vai voltar a realizar iniciativas, em breve. “Uma homenagem aos autarcas, que vai acontecer em outubro, no concelho da Trofa, como já fizemos, aqui, em Vila Nova de Gaia, há uns anos. Nós sempre fomos parte integrante do poder local, como colaborantes, independentemente das cores partidárias”, enfatizou Joaquim Ferreira Leite, salientando que o AUDIÊNCIA tem contribuído para a criação de sinergias entre as regiões e que “foi assinado, recentemente, um protocolo de geminação entre a Câmara Municipal da Ribeira Grande e a autarquia da Trofa, no município ribeiragrandense” e que “no fim de semana anterior ao 25 de Abril, na Ilha de São Miguel, será celebrado um protocolo entre a União de Freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira e a vila de Rabo de Peixe”.

Na ocasião, Patrocínio Azevedo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia, foi convidado a usar da palavra, aproveitando o momento para dizer “ao Ferreira Leite que Gaia, a cidade e a comunidade, está, aqui, bem representada”.

Garantindo que nas autarquias não há cor política, porque todos trabalham em prol do bem comum, o edil ressaltou que “não há nenhuma diferença no facto de a Câmara da Trofa ser do PSD e a Câmara de Gaia do PS, porque ambos comungamos do mesmo objetivo, que é melhorar a qualidade de vida dos nossos cocidadãos, neste caso dos gaienses, no caso da Trofa, dos trofenses. É assim que nós temos de estar na vida autárquica”.

Elogiando a garra de Ferreira Leite, Patrocínio Azevedo lembrou o quão debilitado estava o anfitrião na última edição do evento, na qual participou via digital, e de como voltou “com mais energia, do que aquela que tinha quando foi, há 10 anos, para os Açores”, frisando que se “fosse o diretor de um jornal nacional, se calhar estavam cá algumas figuras públicas, de primeira linha, a fazerem o frete de estarem, a um domingo, a almoçarem com ele, mas eu acho que nós estamos cá, hoje, não a fazer o frete, mas porque gostamos do Ferreira Leite e daquilo que ele representa para nós”.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia concluiu a sua intervenção, assegurando que “hoje saio, daqui, mais rico, porque estou a conviver um bocadinho com o Ferreira Leite e vou sair mais inspirado, para todas as batalhas, que tenho de travar no dia a dia”.

Por outro lado, apesar de não ter conseguido estar presente, fisicamente, na iniciativa, Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, fez questão de transmitir uma mensagem, via telefone, a todos os presentes, na qual felicitou “o AUDIÊNCIA por este Almoço de Primavera e por tudo aquilo que faz, em prol da região e do desenvolvimento local. É um grande órgão de comunicação social e, obviamente, que nada disto seria possível sem o nosso amigo Ferreira Leite”.

Posteriormente, os convidados foram brindados com um momento gastronómico, apesar de o anfitrião ter considerado que o prato principal é “o convívio que temos aqui e a troca de ideias, com todo o informalismo”, divulgando que, paralelamente ao Almoço de Primavera, estava a decorrer uma exposição de vestuário de luxo, doado por Lucília Amorim, cuja receita total revertia a favor do AUDIÊNCIA.

Depois do corte oficial do bolo, chegou a vez de Luís Garcia, presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, debruçar-se sobre o tema: “A importância dos Açores, no contexto nacional e global”. Enaltecendo a beleza e a grandeza do arquipélago, bem como a sua importância, no contexto nacional, o autarca acabou por se focar na relevância da autonomia açoriana, não esquecendo os milhões de emigrantes, que estão espalhados pela diáspora.

Assumindo que a realidade político-administrativa não nasceu de um dia para o outro, o presidente da ALRAA relembrou a consagração dos Açores como Região Autónoma, em 1976. “Pese, embora, todos os problemas estruturais com que se depara, ainda hoje, a verdade é que foi essa mudança que nos permitiu começar a construir um arquipélago mais moderno e atrativo”, referiu o líder do parlamento açoriano, exaltando que “ao longo destes quase 47 anos, construímos infraestruturas de toda a natureza. Hospitais, escolas, estradas, portos e aeroportos. Equipamentos essenciais, que tantas vezes temos de multiplicar por nove, devido à nossa condição arquipelágica, o que nem sempre é compreendido, por quem não conhece a realidade insular”.

Neste seguimento, Luís Garcia fez, ainda, questão de admitir que o caminho percorrido nem sempre tem sido fácil. “Fomos aprofundando e aperfeiçoando a autonomia, às vezes, com vitórias tiradas a ferros, noutras circunstâncias, com claras derrotas, mas não desistimos. Persistimos. Mesmo com quadros políticos especiais, como aquele em que vivemos atualmente, temos sido capazes de avançar, através do diálogo e da negociação”, revelou o edil, destacando que “vivemos, hoje, uma experiência parlamentar e governativa nova, entre nós, sem maioria. Mas, não devemos ter medo das suas muitas particularidades, que são democráticas e legítimas. Acredito que, com atores políticos maduros, responsáveis e disponíveis para o compromisso, continuaremos a garantir a necessária estabilidade política. Pela minha parte, continuarei a trabalhar com esse propósito, a partir das nossas «ilhas de bruma», que vos convido, desde já, a visitar e a sentir”.

Após a explanação do orador convidado, Joaquim Ferreira Leite não resistiu e evocou a diáspora e a necessidade de o Governo apostar nesta franja de portugueses, que estão além-fronteiras. “Há uma coisa que os políticos têm de começar a entender, se queremos continuar a ter portugueses nos Estado Unidos da América e no Canadá, com honra de gritar, em português, tem de haver investimento nas comunidades migratórias. O que acontece, neste momento, é que o Estado espera receber ofertas dos emigrantes e não aposta em levar a mensagem da portugalidade, até junto dos descendentes”, reiterou o diretor do Jornal AUDIÊNCIA, aproveitando para anunciar a criação da Academia Universal da Amizade, Solidariedade e Portugalidade, “uma instituição sem fins lucrativos, cujos grandes pilares estão, precisamente, definidos no seu nome”, com sede em Vila Nova de Gaia, mas extensível aos cinco continentes. “O objetivo é, também, gritar bem alto a portugalidade, oferecendo cultura portuguesa e incentivando os jovens a gostar, amar e conhecer Portugal”, acrescentou.

Por fim, o anfitrião difundiu os resultados parciais do IV Concurso da Francesinha, promovido por este órgão de comunicação. Assim, relativamente à categoria Francesinha Inovadora, mantendo as características originais, o Francesinha Café, no Porto, foi o grande vencedor, tendo O Tosco, em Vila Nova de Gaia, e a Cervejaria Alypios, em Bragança, recebido uma menção honrosa. No que concerne à categoria Melhor Francesinha do Grande Porto, ainda não se sabe quem é o derradeiro vitorioso, uma vez que, neste momento, três iguarias disputam o título. O Café O Marques, em Crestuma, Bugatti Caffé, no Porto, e Tércio’s Fornaria, em São Félix da Marinha, vão receber a visita de um júri distinto, uma vez que todas obtiveram a mesma pontuação. Deste modo, o Café Vale, em Valongo, e O Girão, em Rio Tinto, serão galardoados com uma menção honrosa. Os primeiros classificados, de ambas as categorias, serão agraciados com uma viagem aos Açores, paga pelo AUDIÊNCIA, assim como a estadia, com pequeno-almoço, a realizar-se aquando da próxima Gala.  Presente no Almoço de Primavera, o chef Fernando Jorge Cardoso, proprietário do Francesinha Café, fez questão de agradecer o prémio, garantindo que foi conquistado “com muito trabalho e dedicação, porque a minha frase continua a ser a mesma, «melhor que ontem e amanhã melhor do que hoje»”.