Numa altura em que o setor da cultura, em Portugal, está praticamente parado, a cantora e atriz Paula Sá, gravou o videoclip do single “Human Again”, que pretende alertar para a necessidade de sermos mais humanos, porque “temos de acalorar, aconchegar, respeitar, abraçar, acompanhar e nunca desistirmos uns dos outros”. Recentemente distinguida com o Troféu AUDIÊNCIA, a artista convidou-nos para assistirmos às filmagens do novo tema, que decorreram no restaurante D’Avenida, no Porto, e revelou que vai marcar presença na XVI Gala AUDIÊNCIA, que se vai realizar no próximo dia 3 de maio, no Teatro Ribeiragrandense, na Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel.
Em plena pandemia, a cantora e atriz Paula Sá, lançou um novo single, intitulado “Human Again” e convidou o AUDIÊNCIA para as gravações do videoclip, explicando que “este tema surgiu durante a altura do confinamento” e fala “sobre uma relação que já está no término, mas uma das partes tem vontade de continuar e não desistir”.
“Hoje em dia, as relações são um bocadinho voláteis e efémeras e as pessoas tendem a desistir umas das outras muito facilmente e a irem em busca de outras relações que, no fundo, não lhes dão a garantia deste amor persistente e duradouro, que nós vemos, e víamos, nas relações dos nossos pais e dos nossos avós. Há muito esta tendência, para irmos em busca de outras coisas, de outras pessoas e, afinal, falta sempre o elemento de compreensão, do espaço e do respeito, também, pelas nossas mudanças, porque as pessoas, ao longo da vida, vão mudando e o casal tem de saber acompanhar as diferentes fases da vida de cada um e conseguir perceber que as necessidades, os sonhos, as ambições e até a própria personalidade vai mudando ao longo do tempo, pelo que temos de saber acalorar, aconchegar, respeitar, abraçar, acompanhar e nunca desistirmos um dos outros. Eu acho que esta mensagem é muito importante hoje em dia”, enalteceu a artista ao AUDIÊNCIA, acrescentando que “nós temos de ser mais humanos e de olhar mais uns para os outros, de uma forma não superficial”.
Relativamente à origem deste single, Paula Sá contou que “como sabe a situação dos artistas não é fácil. Nós estivemos parados durante muito tempo e eu, na altura do primeiro confinamento, estive parada durante mais de 6 meses e comecei a sentir a necessidade de criar alguma coisa que me motivasse e não me fizesse desistir da música. Então, esta música surgiu naturalme, e, com um sampler que eu comprei, comecei a compor este single e, com ajuda do Johnny Pinto, estive em estúdio e fizemos a masterização. A Inês Marto criou a letra e, depois de alguns meses, registei a música e senti que existia a necessidade da imagem. Então, falei com alguns amigos aqui no Porto e, através do Fernando, que é o dono deste espaço, D’Avenida, eu vim aqui ver o local e achei que era a cereja no bolo. Aliás, tudo nesta música, e também a concretização deste vídeo, foi completamente espontâneo, até as pessoas que se juntaram, como é o caso, por exemplo, do Gil, que foi o cabeleireiro que me penteou e que é uma pessoa que eu já conhecia de outros projetos, nomeadamente, foi ele que fez a nossa produção do La Féria, aqui no Rivoli, da “Piaf”. Por isso, eu já o conhecia há muitos anos e, de repente, ele prestou-se a vir. Portanto, foi tudo muito espontâneo, tanto a maneira como surgiu esta música, como, depois, a equipa que, também, se entregou e se prontificou a ajudar. Eu acho que, sozinha, nunca conseguiria fazer nada e eu acredito que, com este grupo de empreendedores, de pessoas que, ainda, têm a capacidade de sonhar, vamos fazer uma música, fruto do trabalho, da amizade e do amor de todos e eu estou muito contente”.
A cantora e atriz revelou ainda, que o lançamento do videoclip decorreu, apenas, após a participação no programa “All Together Now”, porque “eu quis que ficasse tudo aliado, para ter algo para mostrar ao público que eu já tenho e aos novos seguidores que, entretanto, surgiram”, elucidando que” embora não tivesse sido apurada para a fase seguinte deste concurso, eu quis marcar presença neste programa, porque sou professora de teatro e quis transmitir uma mensagem, aos meus alunos, para não desistirem dos seus sonhos”.
Com expectativas elevadas, Paula Sá ressaltou, ainda, que vai trabalhar “para que chegue ao maior número de pessoas e, portanto, o sucesso deste tema é significativo. Claro que, se tiver uma boa divulgação, eu acho que poderá chegar às rádios nacionais, que era o meu interesse. Eu também gostaria de ter o interesse da MTV e de conseguir, ter, nas plataformas, também, o máximo de partilhas e de divulgação possível. Eu estou muito contente com o trabalho e estou a fazer o possível, para que ele tenha esse acesso e essa possibilidade de aceder a todos os meios e, quem sabe, até ir para fora, porque como é em inglês, também tem esse propósito, de poder internacionalizar. Vamos ver”.
A artista vai ser uma das personalidades distinguidas com o Troféu AUDIÊNCIA, na XVI Gala, que decorrerá no próximo dia 3 de maio, no Teatro Ribeiragrandense, na Ribeira Grande, na Ilha de São Miguel, e adiantou que “Human Again” é um dos temas que pretende apresentar, sendo que, entretanto, “também tive logo a ideia de cantar um tema em português, que eu cantava na revista “Pare, Escute e… Ria!”, no Parque Mayer, que fui obrigada a parar, e no seguimento da qual eu estou a preparar um single, e quem sabe, depois, também faço um vídeo, que é a música “A minha voz”, um tema escrito pelo Flávio Gil, com música do Miguel Dias. Eu pretendo cantar estes dois temas, para agradecer ao jornal AUDIÊNCIA, porque eu sinto-me, profundamente, lisonjeada com a notícia que o Joaquim Ferreira Leite me deu e, claro, vou cantar com alma e coração para todos. É, sinceramente, uma grande motivação para mim, porque eu sinto-me muito baixo, uma vez que os meses passam e eu vejo que a tendência não é para nos suportar, enquanto artistas. Nós, a nível financeiro, estamos bastante desequilibrados e há uma falta de atenção e de um olhar mais profundo sobre a situação atual dos artistas, que tem vindo a ser denegrida ao longo de muitos anos. A nossa situação burocrática não está comtemplada e sentimo-nos um bocadinho à parte. Claro que, quando acontece uma pandemia e somos obrigados a parar, tudo isso agrava de uma forma muito séria. Eu vejo colegas meus, altamente deprimidos e em condições muito degradantes, infelizmente e eu estou bem, porque tenho uma família que me apoia, continuo a dar aulas e continuo com estas ideias loucas, que me permitem suportar o dia-a-dia, mas, no fundo, sinto este isolamento e, com esta paragem vi-me, muito em baixo. Então, de repente, darem-me, assim, esta notícia encheu-me de força e motivação. Portanto, lá estarei e estou muito feliz, sinceramente”.