MAFAMUDE E VILAR DO PARAÍSO: A UNIÃO DE FREGUESIAS MAIS POPULOSA E MAIS URBANA DO CONCELHO DE GAIA

A União de Freguesias de Mafamude e Vilar do Paraíso foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Mafamude e de Vilar do Paraíso, e caracteriza-se pela sua dimensão, uma vez que é a maior e a mais urbana freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia e a terceira maior do país, em número de eleitores.

Mafamude teve o seu Paço Árabe relacionado com a lenda Aloazar Abderraman, cuja formosa irmã, Gaya, o Rei Ramiro das Astúrias teria roubado. Crê-se, de acordo com estudos feitos, que este Paço esteve erigido no local onde se situou a Quinta das Pedras, hoje Bairro das Pedras. Em tempos, este local serviu igualmente de instalação de bateria dos Miguelistas, para bombardear o Mosteiro da Serra do Pilar.

Todavia, a parte mais histórica da freguesia prende-se com a localização precisa do Porto, tendo João Pedro Ribeiro afirmado que “a povoação de Portugal ou no Porto, no século I, não se situava a norte, como atualmente, mas a sul do rio Douro, confinando pelo nascente com Mafamude, pelo poente com Coimbrões, reduzindo a atual Gaia à antiga Cale”. Neste seguimento, Armando de Matos declara igualmente que “é hoje axioma histórico que o primitivo lugar da cidade do Porto foi em Gaia e que dali passou para a margem oposta”.

Por seu turno, a Freguesia de Vilar do Paraíso era, até há uns anos atrás, dominada pela agricultura, contudo, atualmente, a situação é diferente, uma vez que algumas indústrias de pequena e média dimensão sediaram-se nesta localidade, transformando-a numa terra porventura mais urbana.

Porém, também aqui se encontram vestígios de uma história milenar, já que pertenceu ao antigo Couto da Tarouquela, que chegou a ser propriedade de D. Afonso Henriques e, mais tarde, do Mosteiro de Grijó. Reminiscência deste antigo Couto e do seu Mosteiro é a Capelinha das “Alminhas” de Tarouquela, que ostenta painéis de azulejos da extinta Fábrica do Agueiro.

De entre os vários locais emblemáticos, destacam-se a Igreja Matriz, além da renovada Capela de S. Martinho e da Capela (Ermida) de S. Caetano, que é a peça mais distinta do património religioso, sendo que a sua capela-mor está classificada de monumento nacional. A Quinta do «Menino d´Ouro», a Quinta da Formiga, a «Vila Alice», a Quinta da Condessa de S. Tiago de Lobão, a Quinta do Albaninho e a Quinta das Freiras, são exemplos notáveis de casas senhoriais situadas nesta freguesia.

Agora unidas, e apesar de urbana, esta União de Freguesias é bastante rica no campo associativo, com coletividades desportivas, recreativas, culturais, etnográficas, musicais e teatrais, dispondo também de inúmeros espaços de lazer e jardins que a qualificam, como é o caso do Parque de S. Caetano, do Jardim Soares dos Reis e do Largo Estevão Torres.