MONTALEGRE CELEBROU DIA DO MUNICÍPIO COM HOMENAGENS E INAUGURAÇÃO DO MURAL “TERRA DE PALAVRA”

A Câmara Municipal de Montalegre comemorou, no passado dia 9 de junho, o Dia do Município e assinalou os 748 anos de municipalidade. As celebrações contemplaram um programa recheado de iniciativas, que culminaram com a sessão solene, realizada no auditório municipal, que foi marcada pela distinção de dois “filhos da terra”, nomeadamente João Calvão da Silva, a título póstumo, e Júlio Pereira, e terminaram no Parque do Cávado, com a inauguração do mural “Terra de Palavra”.

 

 

 

As celebrações do Dia do Município de Montalegre, assim como dos 748 anos de municipalidade iniciaram com o tradicional hastear da bandeira e guarda de honra pelos Bombeiros Voluntários de Salto, de Montalegre, no qual a Banda Musical de Parafita também marcou presença.

Seguidamente, decorreu o descerramento da placa a Casa do Conhecimento de Montalegre, integrada na Rede de Casas do Conhecimento, Universidade do Minho. Posteriormente, a comitiva presenciou a inauguração do Arquivo Municipal, um espaço que foi requalificado e que se assume como sendo um repositório da identidade do concelho.

O programa comemorativo prosseguiu com a sessão solene, que decorreu no auditório municipal, e que culminou com as condecorações a dois “filhos da terra”, mais especificamente João Calvão da Silva, a título póstumo) e Júlio Pereira.

Segundo afirmou Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre, O dia do Município é, em todo o lado, um dia solene, um dia grande. E é em grande que gostamos de celebrá-lo. De fato domingueiro e gravata a condizer. Ao compasso da banda e estralejar de foguetes. E no aconchego da mesa farta para onde se convidam amigos e vizinhança. A cerimónia protocolar que levamos a cabo encaixa nesse conceito e é o momento mais emblemático da comemoração. Nela distinguimos os maiores. Os que por mérito se alcandoraram ao patamar da excelência e que por esse mundo fora deram de nós imagem de um povo superior. O meu obrigado, assim, aos que se dignaram estar presentes dando assim colorido, afeto e brilho a tão importante celebração. E o meu muito obrigado aos nossos laureados, professor doutor João Calvão da Silva e juiz conselheiro Júlio Alberto Carneiro Pereira, pelo percurso audacioso que ousaram fazer, e pela forma como espalharam o barrosismo por esse mundo fora dando de nós a imagem de um povo honrado, que sabe o que quer e o caminho que tem de trilhar”, acrescentando que “mereceis, assim, figurar nos anais e quadro de honra das distinções promovidas pela Câmara da terra que vos viu nascer e que soubestes honrar”.

“Razões de sobra para que hoje aqui nos encontremos e vos tributemos o reconhecimento dos Barrosões. No fundo vós sois a prova do quanto nas terras pequenas também pode haver homens grandes”, sublinhou o autarca, enaltecendo que “Barroso tem nomes feitos na história nacional e mundial. Ao longo da nossa gestão autárquica temos vindo, de forma transversal, a salientar um conjunto de atividades desenvolvidas no território ou por barrosões que se destacam e que conduzem a uma cerimónia protocolar como esta. O mérito é uma coisa muito subjetiva. O mérito de um produtor pecuário que sabe fazer os melhores produtos é o mérito exatamente igual ao dos académicos que hoje estivemos a homenagear. Mas estes nomes deixam marca na área do direito. É algo sensível. Estes senhores têm trabalho de altíssima qualidade que fica para memória futura e vão continuar a ser citados no futuro por quem estudar esta ciência. Não é fácil encontrar gente com esta estaleca. Esta é a fina flor de Barroso. Se não há uma escala para medir o mérito também não há um calendário para atribuir as condecorações. Este foi o tempo desenhado para quem tem o poder da política autárquica para abraçar a área do direito e no próximo ano estaremos cá com outros homenageados. Será assim enquanto o povo entender que temos condições e sabemos representá-lo neste grande palco que é o exercício de funções políticas”.

Neste seguimento, Ana Calvão da Silva, viúva de João Calvão da Silva, o homenageado com a Medalha de Honra Municipal a título póstumo, afirmou que “foi com grande alegria e emoção que senti esta homenagem. A gratidão é dos sentimentos mais nobres que podemos ter. A terra dele teve isso para com ele. Penso que foi merecido. Foi um grande homem. Um pai e um marido exemplares. Um profissional de excelência e um grande humanista. Deu muito ao seu país. Temos um sentimento de saudade, mas também de felicidade pelo legado que deixou”.

Por outro lado, Júlio Pereira, juiz conselheiro, que foi galardoado com a Medalha de Honra Municipal, mencionou que “é uma homenagem especial porque é de gente da minha terra. Nascer em Montalegre também significa ter mais esforço para chegar mais longe. Tem muita importância para mim esta condecoração na terra onde nasci”.

Também Paulo Mota Pinto, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, fez questão de marcar presença nesta comemoração e de salientar que “conheço bem os dois homenageados. Foi um ato justíssimo. Também uma boa recordação, no caso do Dr. Calvão da Silva. O concelho deve orgulhar-se destas duas personalidades que viu nascer. Foi uma cerimónia bonita e um ato de grande justiça. Estive presente com muito gosto”.

A celebração terminou no Parque do Cávado, com a inauguração do mural “Terra de Palavra”.