A Câmara Municipal de Gaia assinalou o dia 25 de Abril com a realização de uma cerimónia simbólica, que decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho e iniciou com o tradicional hastear da bandeira ao som do Hino Nacional. A comemoração contou com a presença de Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Gaia, vereadores da autarquia, presidentes de Junta, representantes dos partidos políticos com presença na Assembleia Municipal e entidades civis e militares.
Foi com o hastear da bandeira ao som do Hino Nacional, que a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia deu início à cerimónia comemorativa do dia 25 de Abril, seguindo-se a intervenção de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da autarquia, que ressaltou a importância da Revolução dos Cravos, no que concerne à construção da esperança, de um mundo novo e “do nosso país a partir dos pilares fundamentais da democracia”.
“Continuemos a melhorar todos os dias, a lutar para que a gestão da causa pública seja clara, a lutar para que a gestão da coisa pública seja transparente, a lutar para que cada um se governe com o que tem e não com aquilo que arrecada de uma forma poluída, a lutar para que no passado, no presente e no futuro cada um seja capaz de, no serviço público, perceber que está transitoriamente a executar uma das tarefas mais extraordinárias que alguém pode ter, que é gerir, governar a causa e a coisa públicas”, sublinhou o edil, acrescentando que anseia que “saibamos construir um Portugal cada vez mais reforçado, cada vez mais transparente e isso começa em Vila Nova de Gaia”.
Segundo afirmou o autarca, “para além de resultados nas políticas materiais e nas políticas imateriais, Vila Nova de Gaia tem cuidado com os recursos de cada um. Queremos fazer coisas. Fazemos coisas. Mas, o que fizermos há de ser com o formato público da clareza, da transparência e da boa gestão. Aqui, não se operará nunca, neste contexto, o paradigma de “ele rouba mas faz”, porque esse paradigma tem associada a ideia de que para fazer é preciso a primeira parte e eu estou absolutamente convencido, não apenas pela teoria, mas com a prática, de que é possível fazer sem usar instrumentos predatórios para com os recursos de cada um, que devemos, em absoluto, respeitar”.
Deixando uma mensagem de esperança, Eduardo Vítor Rodrigues salientou que “este dia fortaleça, em cada um, o sentimento de responsabilidade pela democracia, mas, sobretudo, o sentimento de esperança por o país extraordinário que nós temos, por o país extraordinário que nós somos e por aquilo que podemos ser no futuro. Cada vez melhores, ultrapassando as dificuldades, ultrapassando os dilemas e construindo, a cada dia, um país mais próspero, uma cidade mais próspera, mais sustentável, mais integradora, mais coesa. Este não é o ano para falarmos da cidade, não é o ano bom, nem o momento bom para fazermos balanços da cidade neste 25 de Abril, este é apenas o ano para deixar garantido que, pelo exemplo, temos demonstrado que é possível governar, é possível gerir a coisa pública, os recursos, com inteligência, é possível desonerar os cidadãos de taxas mais ou menos criativas e é, finalmente, possível olhar para a gestão, como uma gestão focada nas pessoas e não focada nas pedras e sempre que tivermos de optar pelas pedras, que seja porque elas vão servir, de facto, as pessoas”, enaltecendo que o dia 25 de Abril, “seja um dia em que nos afirmamos como um país de futuro e não como um país atolado. Portugal é um país com um enorme futuro, assim os portugueses o queiram”.
Por sua vez, Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal de Gaia, aproveitou as celebrações para fazer “uma homenagem muito sentida àqueles que no Ultramar, entre 1961 e 1973, tombaram, ficaram lá e deixaram cá as suas mães, as suas mulheres, as suas namoradas, as suas famílias e fizeram, eles próprios, por cada um que tombava, a razão primeira do 25 de Abril. Para eles, a nossa homenagem e para eles, também, o sentimento de gratidão, porque um país é feito da história de todos os dias, das vitórias e dos desejos. O que perdemos em vidas, ganhamos em liberdade. Ficamos, portanto, muito penhorados àqueles que deram a vida, para que depois viéssemos, nós, a ter a liberdade”.
O presidente da Assembleia Municipal de Gaia destacou, ainda, que “vivemos anos em que se percebe que só faz sentido estar na vida pública, quando estamos a trabalhar para os outros”, referindo que “é muito bom sentir que, hoje, os principais eixos da política pública são pessoas a cuidar de pessoas e, portanto, não há políticas públicas virtuosas se não mudarem, nem que seja um bocadinho, a vida das pessoas, no seu dia-a-dia”, porque “o povo merece que pensemos em cada política neles e que saibamos pensar o que é que muda na vida deles, pela atividade da política. Esse é, a meu ver, o sentido do 25 de Abril”.
No final, a Câmara Municipal de Gaia brindou à liberdade, através da voz da soprano Filipa Teixeira que, acompanhada pelo pianista David Ferreira, cantou o Hino Nacional.