“O MEU OBJETIVO É CONTINUAR A TRABALHAR, CANTAR E LEVAR OS AÇORES E O POVO PORTUGUÊS ALÉM FRONTEIRAS”

Rui Açoriano é natural de Ponta Delgada, mas a vontade de seguir o sonho de ser cantor obrigou-o a deixar a sua terra natal. Atualmente, vive em Marco de Canaveses e dedica-se à música e à sua carreira profissional, enquanto bombeiro voluntário. O cantor açoriano confessou que irá lançar, em breve, um cd inédito, visto que “ainda não existe um estilo de música popular portuguesa no meu estilo, aqui nos Açores”. Em entrevista ao AUDIÊNCIA, Rui abordou a sua saída da ilha; a evolução da carreira musical e ainda das ambições para o futuro. Jorge Bandeira, agente de Rui Açoriano, aproveitou a ocasião para enaltecer o trabalho realizado pelo cantor.

 

 

Vive no Marco de Canaveses, é Açoriano e hoje está de regresso a S. Miguel. Estou confuso se é o Ruizinho ou o Rui dos Açores, como é que é?

Antes de mais, boa tarde a todos, obrigado desde já por esta surpresa. Antes era Ruizinho, mas o nome artístico atual é Rui Açoriano. Sim, estou a viver em Marco de Canaveses e é uma honra enorme estar aqui na minha ilha, a apresentar o meu trabalho, a apresentar o trabalho da JB Produções e do meu empresário Jorge Bandeira.

 

Qual foi o sabor que sentiu com este mar mesmo aqui ao canto, o ilhéu atrás de si a observar?

Olhar para a frente e ver pessoas conhecidas, pessoas da família, ver as pessoas a dizer: “Rui Açoriano! Rui Açoriano!”, senti uma emoção que não há explicação para descrever. A minha filhota com uma t-shirt toda elaborada com o logotipo é, sem dúvida, muito gratificante e não há palavras. Eu acho que não consigo descrever a emoção que estou a sentir neste momento, o estar aqui na minha ilha, São Miguel, e apresentar este grande espetáculo, pela primeira vez, o “Somos Portugal” e eu estar presente é fenomenal, sem dúvida.

 

O que é que o levou a ir para Marco de Canaveses?

Marco de Canaveses foi uma escolha também derivada à produção da JB Produções, ao trabalho que estou a desenvolver com o empresário Jorge Bandeira, que está a encaminhar e a tratar de todo o meu trabalho. E também a toda a logística para a nossa preparação do cd que será lançado ainda este ano, esperamos nós, mais tardar no final do verão. Escolhi também pelo facto de Marco de Canaveses ser um bocadinho semelhante ao que nós temos nos Açores, temos o rio Tâmega e o rio Douro, temos aqueles montes verdes que também se enquadra com aquilo que nós temos nos Açores e a gastronomia que é fantástica. Como eu fui sozinho, foi uma boa aposta, estou feliz e contente. Estou a trabalhar nos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses como profissional, desde já mando um grande abraço e um agradecimento especial ao comando e à direção dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses, por apostar no meu trabalho e no meu profissionalismo como bombeiro. Agora, o meu objetivo é continuar a trabalhar, cantar e levar os Açores e o povo português além fronteiras.

 

Embora não sejam vizinhos, o grupo que acaba de atuar no palco, era da Ribeira grande e, atualmente, está em Viseu…

Exatamente, a Maria Melo e Pedro Botelho da Explosão Radical. São grandes amigos meus e nós estamos sempre em sintonia, são pessoas cinco estrelas, um casal fantástico que também deixou a sua ilha e está a trabalhar também profissionalmente na música. É de louvar termos açorianos que vão em busca de um sonho e, principalmente, vão em busca de um sonho, mas sempre em representação da sua região e seu arquipélago. É com muito orgulho que sou açoriano e o sotaque eu não quero perder.

 

O que falta, no seu entender, para que não seja obrigatório “emigrar” dos açores para o Continente ou para os Estados Unidos para ter alguma projeção musical?

O primeiro aspeto, que é muito importante, a nível geográfico os Açores estão longe de Portugal Continental e então nos Açores não existe estúdios, nem existe, por exemplo, a TVI para promover e lançar os artistas regionais. A minha opinião, valendo o que vale, é que os Açores deveriam investir mais nos talentos açorianos, pois existe muito talento escondido aqui e os Açores deveriam divulgar e apostar no que é nosso.

 

O que é que se perspetiva para pós-pandemia? Quais são os projetos que quer anunciar em primeira mão?

Quero anunciar que o objetivo da JB produções e do Jorge Bandeira era de começar a gravar temas originais e começar a fazer alguma promoção televisiva. Ele, sem dúvida, está a conseguir e só tenho mesmo a agradecer. O nosso objetivo era não ter muitos espetáculos, mas fazer promoção, contudo, Deus é grande e o Jorge tem feito um grande trabalho e estão a aparecer espetáculos. Desde maio até setembro tenho à volta de 17 espetáculos, o que é muito bom para um artista vindo dos Açores para o continente onde existem centenas de artistas, a incorporar e a ingressar no mundo da música. Posso desvendar que, na semana passada, já estive a colocar voz e ver tons dos novos temas que irão sair brevemente para o meu primeiro cd. Como já tinha dito anteriormente vai ser lançado no final do verão, início de setembro/outubro. Ainda não temos título para o cd, mas acreditem mesmo que, aqui nos Açores, não vai existir nada igual ao trabalho que estou a desenvolver, porque ainda não existe um estilo de música popular portuguesa no meu estilo, aqui nos Açores. Vai ser inédito e vamos apostar forte com várias surpresas, vão ter de ir acompanhando as nossas redes sociais: Rui Açoriano no Instagram e no Facebook e também JB Produções. Aproveito, desde já, quero agradecer ao Jorge Oliveira, um grande compositor da música popular portuguesa, que está a trabalhar em conjunto connosco na elaboração e na composição dos nossos temas. O que está a ser apresentado nas televisões são três temas que, alguns de vós conhecem, é de salientar o tema “Fazes de mim o teu Yó, Yó”, que está a ser sucesso em apenas duas semanas. As coisas vão fluindo naturalmente, não me quero alongar muito, nem dizer algo que não possa. É bom que as pessoas sintam que eu estou a trabalhar, não fiquei esquecido nem parado. As pessoas podem ter pensado que o Rui Açoriano ficou aí uns meses parado e voltou para os Açores, mas não, o Rui não voltou para os Açores, continua a trabalhar no mundo da música e a gravar o seu trabalho juntamente com a JB Produções. Portanto, estejam atentos às televisões nacionais, porque vão surgir novas datas e novidades.

 

Passando agora para o seu empresário… Jorge Bandeira, representa mais algum artista açoriano?

Não, açoriano é o único e já me estou a ver à nora. Isto foi tudo uma junção de situações que me fizeram chegar ao Rui. Ele expôs-me o trabalho dele, eu vi que ele tinha bastantes capacidades, tinha talento e a história de vida dele impressionou-me pela positiva. Ele é um lutador, é um filho da Terra, dos Açores, mas tenho quase a certeza absoluta que ele no continente é tratado como se fosse um português do continente. Foi uma aposta para o tentar ajudar para que ele não regressasse aos Açores, sem realizar o seu sonho. Ele foi para o continente para realizar o seu sonho e a JB produções, a sua equipa e alguns apoios, estão a ajudar o Rui a chegar ao patamar que ele pretende. Esperemos que daqui um tempo seja um nome da música popular portuguesa que seja ouvido em Portugal continental e nos quatro cantos do mundo, é para isso que estamos a trabalhar.

 

Senhor empresário, não sei se tem mais alguma coisa a dizer, se quiser está à vontade… 

Queremos agradecer a sua mobilidade para com o Rui Açoriano, é sinal que o nome do Rui já está a ser um nome sonante a nível da música popular portuguesa, tanto no continente como nos Açores. Nós fomos contactados pela televisão e nós não podíamos perder esta oportunidade, tínhamos de lhe dar este brinde pelo magnífico trabalho que ele tem feito. Espero que um dia ele volte cá para fazer o maior espetáculo da vida dele.