“PORTUGAL E OS PORTUGUESES RENASCERAM HÁ 49 ANOS”

A Junta de Freguesia de Canelas comemorou mais um ano da Revolução dos Cravos, com uma sessão solene, que decorreu no Salão Nobre da edilidade. A cerimónia contou a intervenção de várias forças políticas e com a presença de inúmeros representantes de coletividades, entidades civis e militares.

 

Os 49 anos do 25 de Abril foram celebrados no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Canelas, no âmbito de uma cerimónia, que sucedeu o tradicional hastear das bandeiras, seguido de uma romagem ao cemitério.

Manuel Benjamim Soares, presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Canelas, iniciou a comemoração, evidenciando a importância da Revolução dos Cravos e que “homenageamos todos os que possibilitaram a liberdade do país”.

Seguidamente, César Coutinho, deputado do PSD, foi convidado a intervir, ressaltando que “o 25 de Abril não pode juntar-se a uma data, mas deve ser um processo de consolidação e dinâmico, que se deve ajustar aos desafios do futuro, como as questões climáticas e ambientais, a pobreza energética, a inteligência artificial e os refugiados”. O representante social-democrata ainda enfatizou que “o 25 de Abril é de todos, sem exceção, e deve ser comemorado sem preconceitos, porque, neste dia, celebramos muito mais o que nos une, do que aquilo nos separa”.

Também, Rosa Teixeira, em representação do PS, referiu que “nasci em liberdade, numa era que me foi permitido escolher os livros que leio, a música que escuto, em que tenho acesso à informação, relatada de forma livre, expressando sem medo a minha opinião”, recordando, também, os objetivos da revolução: “descolonizar, democratizar e desenvolver”.

“A preservação da liberdade e dos direitos continua a depender de cada um de nós” destacou a deputada socialista, que aproveitou o momento para evidenciar a importância desta data e da sua comemoração, reiterando que “é dia de recordar”.

Posteriormente, foi realizada a entrega de lembranças por parte dos membros do executivo da Junta de Freguesia, que homenagearam Dionísio Pinho, Edmundo Coutinho, José Moreira e Paulo Castro, “pelos serviços prestados, tanto na parte do associativismo, como na educação, que muito dignificam a localidade”.

No seguimento das homenagens, Arménio Costa, presidente da Junta de Freguesia de Canelas, surpreendeu todos os ex-presidentes da autarquia, com a inauguração de uma exposição de fotografias, no Salão Nobre, que distinguiu todos aqueles que já estiveram à frente dos destinos da edilidade.

Por conseguinte, Armando Nogueira, que liderou os destinos da Junta desta localidade de 1986 a 1987, evocou o seu percurso até chegar à presidência da freguesia, depois do 25 de Abril, assim como tudo o que concretizou, durante o seu mandato, congratulando todas as pessoas que passaram pelo executivo e que “têm lutado para transformar uma das freguesias mais rurais de Gaia, numa localidade onde, hoje, se discute se devia ser uma cidade”.

Também Daniel Couto, eleito de 1990 a 1996, foi convidado a intervir, reconhecendo “o trabalho feito por todos os ex-presidentes” e exaltando que “em todos os autarcas homenageados há um estado de desenvolvimento, em Canelas”.

Seguidamente, Vítor Canastro, que exerceu a função de presidente da Junta de Freguesia de Canelas de 2005 a 2009, agradeceu a homenagem, não deixando de parte os seus colegas do executivo e afirmando que “também revejo neles esta distinção, porque as autarquias não são geridas só pelo presidente”.

Já, Arménio Costa, presidente desta edilidade desde 2013, constatou que “Portugal e os portugueses renasceram há 49 anos, para a democracia, os direitos e os deveres”, salientando, ainda, que “esse dia veio trazer-nos a liberdade da qual já não prescindimos e que, por isso, temos a obrigação de cuidar”.

Asseverando que “49 anos depois, construímos um país cada vez mais desenvolvido, onde este progresso é medido pela felicidade dos portugueses”, o presidente da Junta de Freguesia de Canelas, aproveitou, ainda, para destacar que “a geração dos meus pais enfrentou a ditadura, deu-nos a liberdade e lançou os alicerces do país que somos hoje. Já a minha geração, está, agora, a ser posta à prova, pois combati uma pandemia, que à sua maneira veio restringir a nossa liberdade e testar os nossos alicerces como nação e saímos vencedores de uma situação inédita do mundo”.

O último a falar foi Manuel Benjamim Soares, presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Canelas, que agradeceu a presença de todas as pessoas e aproveitou para dedicar, aos presentes, um poema alusivo à data, escrito por José Carlos Ary dos Santos.

Recordando os tempos antes da revolução, o líder da casa da democracia canelense sublinhou que “alguns ainda se recordarão de Canelas há 50 anos atrás, éramos mais novos, mas eram tempos muito difíceis”, afiançando que “a partir de 1974, este território cresceu”, enumerando alguns dos trabalhos realizados na freguesia.

Por fim, a cerimónia terminou com um momento musical, durante o qual os presentes cantaram, em uníssono, o hino nacional.