PROBLEMAS DE RENDIMENTO E VENDA DO PESCADO EM RABO DE PEIXE

André Brafford, presidente do Grupo Parlamentar do PS Açores, esteve a acompanhar os pescadores e armadores no Porto e na lota de Rabo de Peixe. O encontro insere-se num conjunto de iniciativas que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista levou a cabo, nas duas últimas semanas, em que os deputados de sete ilhas dos Açores visitaram portos, assistiram às primeiras vendas em lota e reuniram com parceiros do setor.

“O Governo dos Açores tem executado uma política que pretende incentivar a valorização do pescado, mais do que as quantidades capturadas, no entanto, em Rabo de Peixe é preciso encontrar medidas mais específicas e direcionadas, porque há especificidades próprias daquela comunidade piscatória”, afirma André Bradford.

Um dos problemas existentes na comunidade piscatória é a disparidade de rendimento e a sua distribuição. André Bradford lembra que em Rabo de Peixe a atividade das pescas tem um peso maior nos rendimentos das famílias: “Não nos podemos esquecer que as pescas foram a rede de segurança para quem, durante os anos de crise, ficou desempregado.”

O líder parlamentar sublinha, também, que “por causa do espirito comunitário, de solidariedade e de camaradagem que se vive na comunidade de Rabo de Peixe, mais pessoas foram integradas nesta atividade, logo os barcos passaram a ter mais pescadores a bordo o que obriga a uma maior divisão dos rendimentos obtidos”.

Agora, acrescenta o líder parlamentar, é preciso encontrar respostas direcionadas: “Apostando, por exemplo, em condições que garantam uma maior estabilidade contratual entre pescadores e armadores. É possível que outros setores de atividade, que estão em fase de retoma, possam ter condições para, com salários justos, integrar algumas das pessoas que estão nas pescas”.

Também a nível do sistema de vendas do pescado “podem ser implementados em Rabo de Peixe alguns dos procedimentos que estão a resultar nas outras ilhas e que têm permitido uma valorização do preço final”. André Bradford realça que nestes primeiros seis meses do ano, quando comparados com os de 2016, “as capturas aumentaram 3% e os proveitos 6%”.