PROJECTO GOLFE ESCOLAR COMEÇOU HÁ DUAS DÉCADAS

Apesar de se tratar de uma actividade desportiva relativamente pouco visível, em termos do universo escolar, o Projecto Golfe no âmbito do Desporto Escolar já completou duas décadas de existência e é bem provável que a sua implantação no seio do sistema educacional do Estado tenha sido influenciada a partir do momento em que esta modalidade, que se pratica ao ar livre e que tem milhões de praticantes, em todo o mundo, nomeadamente nos países anglófonos, foi internacionalmente reconhecida como modalidade Olímpica.

O projecto em causa, designado por Desporto Escolar – Grupo Equipa de Golfe, surgiu na região do Grande Porto, há cerca de duas décadas e o professor José Tenente, um algarvio que parece dar-se maravilhosamente com os ares nortenhos é, desde a primeira hora, o coordenador do Grupo de Gaia, que engloba as Escolas Secundárias António Sérgio e de Santa Marinha. Porém, há no concelho de Gaia, mais três escolas que aderiram ao projecto inicial; a de Canidelo, que tem como coordenador o professor Jorge e que terá sido mesmo pioneira no concelho; a Escola D. Pedro I, coordenada pela professora Isabel Barbosa (é já uma grande entusiasta da modalidade) e a Escola Costa Matos (o seu coordenador é o professor César Viegas), as quais tiveram uma adesão de tal forma sólida, que a modalidade nestes estabelecimentos escolares parece ter vindo para ficar.

Mas, se é certo que esta actividade inovadora tem gerado nos jovens praticantes um entusiasmo crescente, claramente demonstrado pela nulidade do número de desistências, as várias concentrações periódicas que ocorrem ao longo do ano lectivo, nos diversos percursos envolvidos no protocolo – Golfe da Quinta do Fojo, City Golfe (Senhora da Hora), Oporto Golf Club (existe em Espinho, desde o longínquo ano de 1890 e é o mais antigo percurso português), Golfe Vale Pisão (Agrela, Santo Tirso), Estela Golfe Clube (Póvoa de Varzim) e Golfe da Quinta da Barca (Gemeses, Esposende) – para além do seu espírito festivo, tem vindo a fortalecer as suas raízes desde que iniciou a actividade. consolidando-as com maior ou menor intensidade, em função do número de aderentes e do próprio entusiasmo com que cada um se entrega às iniciativas de cada agrupamento.

   Segundo o prof. José Tenente, o docente responsável pela actividade nas escolas António Sérgio e Santa Marinha, desde o seu início, «o número global de alunos inscritos rondará as várias centenas, se tivermos em conta a participação média de 15 elementos por ano. Porém, a alegria e o sucesso que colocam em cada acção são a demonstração clara da sua satisfação, não apenas em cada aula, mas nas próprias concentrações regulares, que começam com uma demonstração de jogo de finalização, no “putting-gren” e terminam no “driving-range”, um espaço de treino mais amplo e adequado para bater bolas tendo em vista os alvos mais distantes».

Em boa verdade, as concentrações regulares fora do seu espaço familiar, também contribuem para que os alunos obtenham uma maior desinibição emocional que virá a ter reflexos na sua vida futura. No fundo, fomentar o gosto pela prática desportiva através do golfe é também uma forma de criar e aperfeiçoar hábitos de higiene e auto-disciplina, sem esquecer o respeito pelo “fair-play” que tem nesta modalidade regras ímpares, nas quais todos se empenham, uma vez que cabe a cada participante em jogo a verificação dos “scores” do companheiro de formação, facto que confere aos próprios resultados individuais uma probabilidade de viciação praticamente nula.

Mas nem tudo são rosas, porque as infraestruturas existentes nem sempre conseguem responder adequadamente às necessidades de transporte para a deslocação em tempo útil aos diversos campos onde ocorram as concentrações regulares, que envolvem a participação dos alunos de todas as escolas envolvidas. Face à experiência adquirida neste curto historial do programa, professores e alunos consideram razoável o número de três aulas semanais concedidas, embora os alunos do ensino especial, sendo bastante menos, sintam também alguma dificuldade em acompanhar com regularidade o programa estabelecido.