STOCKS PESQUEIROS DOS AÇORES MAIS PRÓXIMOS DO NÍVEL DO RENDIMENTO MÁXIMO SUSTENTÁVEL

A reunião de encerramento do projeto PESCAz decorreu no passado dia 9 de dezembro, na Escola do Mar dos Açores, e contou com a presença do IMAR – Instituto do Mar, Okeanos – Instituto de Investigação em Ciências do Mar, da Universidade dos Açores, da Federação das Pescas dos Açores (FPA), da Associação de Produtores de Espécies Demersais dos Açores e da Direção Regional das Pescas (APEDA).

 

Financiado pelo Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, através do Governo dos Açores, o projeto PESCAz surgiu com o intuito de examinar se o conhecimento científico existente podia ser utilizado, para reduzir as incertezas das avaliações de stocks de pesca, realizadas pelo Conselho Internacional de Exploração do Mar, avaliando as implicações para a gestão pesqueira.

Após três anos do PESCAz, Régis Santos, investigador responsável pelo projeto, concluiu que a equipa “atingiu, com sucesso, o objetivo proposto, uma vez que as informações utilizadas, como dados de entrada dos modelos de avaliação de stocks, foram significativamente melhoradas. Além disso, também foi possível explorar algumas abordagens complementares, tal como aquela que utiliza o conhecimento dos pescadores”.

Salientando que, embora o projeto não seja de avaliação de stocks, o investigador ressaltou que foram desenvolvidas várias atividades relacionadas com a mesma, devido à importância e urgência de existir uma evolução nesta temática. Os resultados, ainda preliminares, apontaram, ainda, que alguns recursos são intensivamente explorados. No entanto, de maneira geral, os stocks encontram-se ao nível do rendimento máximo sustentável.

Apesar destes resultados representarem um grande avanço na investigação das pescas na região, Régis Santos destacou, ainda, que os mesmos “têm de ser revistos e validados pelos comités científicos internacionais, antes de serem utilizados para a gestão”.

Num contexto científico, João Gonçalves, presidente do IMAR, e Gui Menezes, diretor do Okeanos, comentaram a história e a importância dos institutos na ciência marinha feita em Portugal, detalhando a monitorização e a investigação científica das pescas, realizadas, nas últimas décadas, nos Açores. Por outro lado, Alexandra Guerreiro, diretora regional das Pescas, reforçou a importância do investimento governamental nos projetos de ciência pesqueira. Já o presidente da APEDA e vice-presidente da FPA, Jorge Gonçalves, evidenciou o valor que o conhecimento e os dados científicos têm na gestão das pescas.

A reunião terminou com uma conversa entre os membros das comunidades piscatórias, científicas e políticas, sobre os desafios na gestão das pescas e como podem ser solucionados.