António Miguel Soares, presidente da Câmara Municipal de Nordeste, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, falou sobre a época natalícia e os projetos da autarquia nesta para esta quadra. Além da típica iluminação de Natal, o autarca salientou o Mercadinho, como uma ajuda importante para os comerciantes e as instituições do concelho. Além disso, na passagem de ano, a autarquia irá oferecer “o maior bolo rei alguma vez servido nos Açores”. Para 2023, os sonhos são simples: paz no mundo e mais emprego no Nordeste.
Depois de dois anos distintos, fruto dos constrangimentos impostos pela pandemia, este Natal chega com um voto de normalidade. Por conseguinte, no contexto da época natalícia que se avizinha, que iniciativas serão promovidas pela Câmara Municipal de Nordeste?
Vamos realizar, novamente, o Mercadinho de Natal, onde estarão expostos produtos tradicionais, cá do concelho, não só de artesanato, mas também alguma doçaria. Vamos fazer, também, no jardim anexo à Câmara Municipal, uma espécie de Feira de Doces, que envolve todas as instituições. É uma forma de apoiarmos as instituições, mas, também, de divulgação do que de bom temos no Nordeste. Há pessoas que fazem coisas de grande qualidade e que, por vezes, não têm a capacidade de divulgação, por isso, o município associa-se aos empresários, de forma a que possamos ajudar a divulgar, para que isso resulte em mais vendas e, consequentemente, mais riqueza para esses mesmos comerciantes. Acaba por ser um mercado de divulgação e interajuda. O Nordeste é um concelho de gente guerreira, que luta, diariamente, e, por isso, associamo-nos sempre a estas iniciativas, não só aos empresários, mas também às instituições. Além disso, temos, como habitualmente, a iluminação de Natal. A inauguração estava prevista para sexta-feira, dia 2 de dezembro, mas como se previa mau tempo e nós tínhamos um serão com animação, foi transferido para segunda-feira, dia 5. Este é um Natal diferente, mas ao mesmo tempo, contido, devido à questão da guerra na Ucrânia. Trata-se de um povo irmão e nós não estamos, propriamente, em festa. Vamos fazer as nossas coisas, mas de forma contida, temos a iluminação, como é habitual, não com grande reforço, atendendo a essa situação e, também, à indicação do próprio Governo central sobre o facto de devermos ter alguma atenção na questão do consumo energético. Para além da semana do Natal, onde haverá música e ambiente de festa, de notar que vamos ter os festejos da passagem de ano, como é habitual, com o fogo de artifício e também com animação cultural durante o período da noite, no centro da vila de Nordeste e vamos, também, servir o maior bolo rei que alguma vez foi servido aqui nos Açores, com cerca de 22,5 metros, para toda a comunidade e para quem nos visita.
De que forma é que a autarquia vai apoiar e melhorar o Natal das famílias mais carenciadas?
A Câmara vai distribuir cabazes de bens essenciais pelas famílias carenciadas, em parceria com o Lions Clube de Nordeste. Vamos distribuir 150 cabazes. Efetivamente, com a redução dos programas sociais, nós notamos, no concelho, mais dificuldade e temos de acudir e dar, pelo menos, mais dignidade às famílias. Com a indicação do Gabinete de Ação Social da Câmara Municipal de Nordeste, e também com a envolvência das paróquias e das Juntas de Freguesia, acabamos por atribuir esses cabazes a famílias sinalizadas, que entendemos que estão a viver com algumas dificuldades, de forma a tornar a ceia de Natal um pouco diferente e permitir que todos possam viver esta magia do Natal.
Como é que o senhor presidente vai comemorar este Natal?
Vou festejar com a minha família, normalmente. Vou à missa e fazer um jantar, em casa, com a família restrita, como já vem sendo habitual, há vários anos.
Qual é a mensagem natalícia que gostaria de transmitir à população?
A mensagem que eu gostaria de transmitir é que este Natal será um pouco diferente, devido ao que está a acontecer no mundo, mas que todos nós temos de ter esperança num futuro melhor e, quanto a isso, nós, enquanto executivo, e eu, enquanto presidente da Câmara, tudo farei para defender a minha gente e a população do Nordeste.
Para terminar, quais são os seus maiores sonhos para 2023?
Para o mundo, eu espero que haja paz, que é fundamental para o desenvolvimento das economias mundiais e de todos os países. Para o Nordeste, eu desejaria que o desemprego acabasse, que as pessoas tivessem o mínimo para a sua manutenção e que acreditassem no nosso concelho, porque tem perspetivas de futuro. Terem esperança num Nordeste, sempre melhor, porque é para isso que eu trabalho, todos os dias, para conseguir o melhor para o nosso concelho. O desemprego é uma das maiores preocupações que eu tenho para o desenvolvimento do Nordeste. Acabamos por estar a fazer algumas obras importantes para o concelho, que poderão vir a melhorar, mas tem de haver, da parte do Governo Regional, uma maior atenção para os concelhos periféricos, como é o Nordeste. Tem havido, mas tem de continuar a haver e, quem sabe, reforçar essa situação, porque com a falta de empregos e de empregadores, é muito difícil superar as dificuldades. Um dos grandes objetivos da nossa parte é fixar as pessoas no concelho, mas, para isso, tem de existir uma ajuda séria e um reforço da aposta. Assinamos um protocolo para a construção de 75 casas, por isso, nesse aspeto, vamos arranjar solução, mas além da casa, as pessoas necessitam de uma forma de sobrevivência, ter trabalho, que no nosso concelho tem ficado aquém das expectativas. Tem vindo a melhorar, mas ainda é necessário mais e vamos continuar a lutar, de forma a conseguirmos fixar as famílias e que elas vivam com dignidade.