“A Festa da Flor é extremamente importante para o concelho”
Fundada na década de 90, enche a Ribeira Grande de cor, mais assiduamente, desde 2013, altura em que Alexandre Gaudêncio tomou conta dos destinos do concelho. As flores são as rainhas e são milhares os que participam e assistem à festividade. A Festa da Flor é um dos eventos âncora da cidade, dinamiza a economia local e leva além-fronteiras o nome da Ilha de São Miguel, através do turismo.
Qual é a história e a relevância da Festa da Flor?
A Festa da Flor começou na década de 90, com o propósito de dinamizar culturalmente a cidade. A ideia inicial seria replicar, à nossa dimensão, a Festa da Flor da Região Autónoma da Madeira. Esta iniciativa foi um enorme sucesso porque conseguiu atrair muitas pessoas à Ribeira Grande. No entanto, a festa ficou suspensa durante alguns anos, por decisão política. E fomos nós, assim que tomamos posse dos destinos do município, em 2013, que retomamos as festividades. Neste contexto, pedimos às Juntas de Freguesia para fazerem parte do evento e todas aderiram. Foi um grande sucesso. Desde então, todos os anos, temos promovido a Festa da Flor, sempre no fim de semana anterior à Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres, para aproveitar a presença de muitos emigrantes, que se deslocam à ilha, por essa altura.
Qual é o impacto que esta festividade tem na economia local e na divulgação do concelho da Ribeira Grande?
A Festa da Flor é extramente importante para os comerciantes do concelho, pois permite dinamizar e envolver todas as comunidades do município. Esta iniciativa também tem o propósito de preencher um vazio recreativo e cultural que se viva nesta altura do ano, contribuindo, através da dinâmica a que se assiste, à valorização do comércio e ao fomento da economia local. Para além disso, cada vez mais, a Festa da Flor tem tido um cartaz turístico, que tem atraído muita gente à Ribeira Grande.
A situação pandémica obrigou a alguns ajustes, nos dois últimos anos. Quais são os planos da edição deste ano?
Para este ano, temos a intenção de realizar a festa, desde que a situação pandémica o permita. Temos um acordo com todas as Juntas de Freguesia, para que possam apresentar carros alegóricos, com as suas tradições locais, no habitual cortejo, que empresta um colorido diferente ao centro histórico da Ribeira Grande.
De que forma é que a população vive esta tradição?
Temos sentido que a população tem aderido em massa à nossa Festa da Flor. Basta ver pela quantidade de figurantes, que ultrapassavam as 1000 pessoas e, antes da pandemia assolar o país e o mundo, faziam questão de participar, trajando-se de acordo com o tema da festa. Além dos participantes, eram ainda milhares os visitantes, que se posicionavam ao longo do percurso do cortejo alegórico.
Neste âmbito, qual é a sua estratégia para o desenvolvimento turístico da Ribeira Grande?
O desenvolvimento turístico do concelho passa pela divulgação das nossas tradições, onde a Festa da Flor faz parte de um dos nossos eventos âncora. Acreditamos que é através da cultura, que podemos trazer mais pessoas à Ribeira Grande, principalmente ao nível do turismo. Esta é uma dinâmica que nós estávamos a ver que estava a dar resultado antes da pandemia e que, agora, num período pós-pandémico, acreditamos que podemos voltar a ter essa atividade, com resultados positivos muito interessantes.
Quais são as suas perspetivas para o futuro?
Tenho a expetativa de que 2022 será o melhor ano das nossas vidas. Após a pandemia, precisamos de retomar a atividade económica e as nossas tradições deverão merecer a nossa atenção. Eu acredito que a Festa da Flor é um dos eventos, onde se incluem também o Cantar às Estrelas e a Feira Quinhentista, entre muitos outros festivais, que podem trazer mais pessoas à cidade e ao concelho e, consequentemente, gerar mais retorno económico.
Como vê a distinção como este Troféu AUDIÊNCIA?
É sempre uma enorme honra receber um prémio do Jornal AUDIÊNCIA. Recebo-o como sendo o reconhecimento do nosso trabalho e um incentivo à divulgação da Festa da Flor da Ribeira Grande, junto da comunidade.
Qual é a mensagem que gostaria de transmitir aos nossos leitores?
Gostaria de aproveitar para convidar todos a visitarem-nos. Os Açores, e em particular a Ribeira Grande, têm-se afirmado como um destino turístico de excelência e nós queremos aproveitar essa “onda”, ou não fossemos a Capital do Surf, para atrairmos, cada vez mais pessoas e, dessa forma, dinamizar a nossa economia local.