O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, deslocou-se, no passado dia 10 de julho, ao município da Trofa, para inaugurar a nova USF Uma Ponte para a Saúde, um edifício construído de raiz, para os cuidados de saúde primários do concelho, que contou com um investimento de 2,4 milhões de euros e permitirá dar resposta a mais de 14 mil utentes. Esta Unidade de Saúde Familiar está em funcionamento há mais de um mês, porém o segundo piso ainda se encontra encerrado, uma vez que não está dotado de escadas exteriores de emergência, algo que o membro do Governo responsável pela área da saúde prevê que esteja concluído “nos próximos meses”.
Sete anos depois do lançamento da primeira pedra, pelo então secretário de Estado da Saúde e atual diretor do Serviço Nacional da Saúde (SNS), Fernando Araújo, as novas instalações da Unidade de Saúde Familiar da Trofa foram inauguradas, no passado dia 10 de julho, por Manuel Pizarro, ministro da Saúde, Sérgio Humberto, presidente da autarquia trofense, Nuno Carvalho, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Santo Tirso/Trofa, e Paulo Marques, diretor clínico desta USF, que vai acolher a Unidade de Cuidados na Comunidade da Trofa.
Em causa está um edifício que contou com um investimento de 2,4 milhões de euros, suportado pelo Governo, e que permitirá dar resposta a mais de 14 mil utentes, estando dotado com dois pisos, 16 gabinetes médicos, salas de saúde materno-infantil e de enfermagem e posto de colheitas.
Após o descerramento da placa, os convidados foram conduzidos ao longo de uma visita pelas instalações desta USF Uma Ponte para a Saúde, que vem substituir a anterior, situada na Rua Abade Inácio Pimentel, e entrou em funcionamento a 19 de junho.
Posteriormente, foi Nuno Carvalho, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Santo Tirso/Trofa, quem deu início às intervenções, dirigindo um agradecimento especial “a todos os que acompanharam este projeto”. “Este edifício, que inauguramos hoje, vai permitir prestar mais e melhores cuidados aos seus cerca de 14300 utentes. São melhores instalações também para cerca de 30 profissionais, médicos, enfermeiros, secretários clínicos, mas também médicos internos e assistentes operacionais que aqui trabalham”, ressaltou o diretor executivo do ACES.
Garantindo que este novo equipamento será “um motivo de orgulho para todos os trofenses”, Nuno Carvalho evidenciou, ainda, que visa “transformar as duas UCSP da Trofa em USF. Já que falamos em futuro, no antigo edifício conhecido como Centro de Saúde da Trofa, faremos, a curto prazo, uma nova intervenção, que vai permitir que a atual UCSP da Trofa tenha instalações mais condignas, para prestar serviços às suas populações”.
Seguidamente, o presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, tomou a palavra, dirigindo-se a Nuno Carvalho, afirmando que “são pessoas como o engenheiro que nós precisamos no Serviço Nacional de Saúde” e a Paulo Marques, diretor clínico desta USF, congratulando-o pelo trabalho que tem sido desenvolvido e pela concretização deste que era um sonho antigo.
Destacando que quando há sintonia entre o Governo e o poder local “chegamos verdadeiramente a bom porto”, o edil trofense sublinhou que “são necessárias mais duas USF tipo B no concelho, uma na cidade da Trofa, nas antigas instalações em São Martinho do Bougado, e outra em Alvarelhos, para termos melhores serviços. Também precisamos de CRI, como já tivemos no município, e eu não quero uma deslocalização pontual, mas, sim, frequente”.
Na ocasião, Sérgio Humberto revelou que “está um edifício feliz”, direcionando o seu discurso para Manuel Pizarro, atestando que “nós temos de ter boas infraestruturas no concelho da Trofa, para termos os nossos profissionais de saúde motivados para prestarem um melhor serviço aos nossos utentes e é isso o que nós queremos todos e nós temos essa responsabilidade de proporcionarmos isso à nossa população”.
As intervenções foram encerradas pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que fez questão de frisar que “hoje é um dia feliz para a Trofa, para os profissionais de saúde e para os utentes, não porque o trabalho desta USF, que existe desde 2011 e é do tipo B desde 2012, não fosse já muito dedicado e muito esforçado e gerava manifestos ganhos em saúde para as pessoas que eram atendidas pelos profissionais, mas porque, aqui, as condições são diferentes e melhores”.
Reiterando o objetivo de generalizar o modelo de organização das USF modelo B, com remuneração acrescida para os profissionais, Manuel Pizarro evocou o “ciclo de investimento sem precedentes no SNS”, assegurando que “vamos duplicar o número de gabinetes de saúde oral nos centros de saúde, que são 150 e que vão passar a ser cerca de 300. Vamos distribuir equipamentos que permitem o diagnóstico precoce de doenças muito prevalentes, como aparelhos de Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) e Monitorização do Eletrocardiograma de 24 horas, para a avaliação de doença cardiovascular, ou espirómetros para a doença respiratória, que são muito importantes, porque são de utilização tecnológica simples e permitem que os médicos de medicina geral e familiar tenham melhores condições para diagnosticar e para acompanhar as pessoas, aliviando a pressão sobre os hospitais e as urgências”.
Por conseguinte, o ministro da Saúde evocou a assinatura do auto de transferência de competências entre o Governo e a Câmara Municipal da Trofa, reforçando que “tenho muita expectativa de que isto nos vai permitir caminhar ainda mais depressa e ainda melhor no sentido de melhorar a prestação de cuidados de saúde às pessoas da Trofa, que é, no fundo, o nosso objetivo”. “Estamos a trabalhar em proximidade com a autarquia para, no âmbito do acordo de descentralização, assegurar também aquilo que são os equipamentos de cuidados de saúde primários que ainda têm de ser ou requalificados ou construídos de novo, de forma que todos os trofenses tenham um padrão de atendimento que, pelo menos, se aproxime desta extraordinária USF Uma Ponte para a Saúde”, enfatizou.
Aquando da inauguração, esta Unidade de Saúde Familiar ainda não funcionava em pleno, uma vez que o segundo piso se encontrava fechado, devido à inexistência de escadas exteriores de emergência, como é exigido pela Autoridade Nacional de Proteção Civil. Explicando que isto aconteceu devido ao facto de dois concursos públicos, para o efeito, terem ficado desertos, Manuel Pizarro salientou, aos jornalistas, que esta questão “não tolda a boa notícia que é a abertura desta USF”, adiantando que prevê que fique resolvida “nos próximos meses”.