“UM DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS É ESCUTAR E É NESSE SENTIDO QUE A VOADES EXISTE”

“Solidão: a pandemia invisível” foi o mote da Conferência promovida pela Vozes Amigas de Esperança (VOADES), que teve como orador convidado o psicólogo Jesus Madrid, também presidente da VOADES Internacional. A iniciativa, que decorreu no passado dia 11 de maio, na Universidade Sénior Contemporânea do Amial, no Porto, contou com a presença de dezenas de pessoas, que tiveram a oportunidade de refletir sobre a importância do projeto “Escutando a Solidão”, na vida de quem o procura.

 

A Vozes Amigas de Esperança de Portugal (VOADES) é uma organização de voluntariado, sem fins lucrativos, que contempla uma linha telefónica que apoia pessoas que precisam de ser ouvidas e orientadas, em contexto de crise emocional, de forma anónima e gratuita, além de realizar ações de formação, seminários e grupos de desenvolvimento pessoal.

Com o intuito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida emocional de cada pessoa e de cada família, a VOADES promoveu, no passado dia 11 de maio, na Universidade Sénior Contemporânea do Amial, no Porto, uma Conferência com o tema “Solidão: a pandemia invisível”, que foi dirigida pelo psicólogo Jesus Madrid, presidente da Vozes Amigas de Esperança Internacional, que contou com sala cheia e proporcionou reflexões importantes aos seus participantes e enalteceu a relevância da saúde emocional. “Este é um tema extremamente importante para nós, pois trata-se de uma doença escondida, que tem vindo a aumentar depois da pandemia, porque as pessoas foram privadas da sua liberdade e nós, como seres humanos e sociais que somos, fomos muito afetados”, afirmou Madalena Duarte, presidente da VOADES Portugal, em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, fazendo um balanço extremamente positivo do evento.

Ressaltando que há cada vez mais jovens, dos 12 aos 15 anos, a procurarem esta linha “com problemas de solidão, não são só seniores, como acontecia”, a líder desta organização assegurou que a utilização das redes sociais e da internet também separa as pessoas e que “a solidão não significa, apenas, que as pessoas estão sozinhas, mas, também, que se sentem sozinhas, apesar de estarem presencialmente ou falarem com outros cidadãos”.

Considerada como sendo a “doença invisível”, segundo a presidente da VOADES Portugal, a solidão resulta de um complexo de fatores, associados à perda de esperança e do propósito de vida. “Faltam medidas de combate à solidão e eu gostava de apelar ao Estado e às instituições para esta questão, que já está a afetar os jovens, que são o futuro da nossa sociedade, assim como para a necessidade da realização de mais iniciativas, relacionadas com a temática em causa, junto da comunidade escolar”, reiterou Madalena Duarte, evidenciando que “a falta de sentido da vida conduz à solidão, porque as pessoas fecham-se e não querem conviver com os outros e quando têm um objetivo de vida, têm uma vocação e não se sentem tão sozinhos”.

Enaltecendo a importância da missão desta instituição, a dirigente associativa sublinhou que “um dos principais objetivos é escutar e é nesse sentido que a VOADES existe. Nós tentamos acompanhar todas as pessoas que nos contactam, escutando-as e dando o nosso contributo, para que se voltem a integrar na sociedade”.