UM GRANDE TORNEIO POLICIÁRIO NO ESPAÇO VIRTUAL EM 2025

O próximo ano vai ficar marcado por um grande torneio de decifração e produção policiária que assinala o cinquentenário da secção “Mistério… Policiário”, por Sete de Espadas na revista Mundo de Aventuras. O torneio arranca no dia 1 de janeiro de 2015 e tem a particularidade de decorrer integralmente no espaço virtual, através dos endereços localdocrime.blogspot.com, reporterdeocasiao.blogspot.com e apaginadosenigmas.blogspot.com. O torneio será composto por 12 provas, uma em cada mês do ano, publicadas no primeiro dia do mês respetivo, rotativamente e em exclusivo, naqueles espaços policiários. A saber: blogue Local do Crime (provas 1, 4, 7 e 10); blogue Repórter de Ocasião (provas 2, 5, 8 e 11) e blogue A Página dos Enigmas (provas 3, 6, 9 e 12), sendo que o prazo para envio de soluções decorrerá até ao último dia do respetivo mês. A seleção dos problemas a publicar será da responsabilidade de cada um dos espaços, que os publicará em exclusivo, bem como a respetiva solução, que será divulgada até ao dia 10 do mês seguinte, bem como a pontuação das soluções apresentadas, que será divulgada até ao dia 20.

Entretanto, prossegue nas páginas do AUDIÊNCIA o concurso atualmente em curso, com a publicação da conclusão do sétimo conto, recordando a parte final do texto da sua primeira parte:

“(…)

– Não diga isso homem, eu vivo só há muito tempo, depois de uma vida feliz com mulher e filhos e não sei o que hei de fazer à minha vida…! – desabafou o estranho e continuou…

-Olhe, neste momento, só tenho esta companhia (exibiu uma garrafa de whisky na mão esquerda) e já estive a comer uma pizza numa pizzaria! Você lá sabe o que é estar só em casa, sem ninguém!? Chegamos lá, à noite, a mesma está fria, gelada, sem uma ponta de mimo, sem calor humano… nem me apetece confecionar comida. Janto sandes e coisas enlatadas. Às vezes nem mudo de roupa, sento-me no sofá vejo televisão e adormeço… De manhã acordo, lavo a cara e vou para o trabalho… Não me apetece fazer nada e a casa está sempre suja, desarrumada, húmida… Quem me dera que a minha mulher voltasse para mim e me devolvesse os meus filhos… É que isto de estar e viver só, tem muito que se lhe diga… uma coisa é querermos estar sós, sabendo conscientemente que temos família em casa… há sempre o regresso e a família lá está à nossa espera, mesmo havendo discussões e muitas arrelias… outra coisa é estarmos e permanecermos realmente sós e vivermos sem qualquer companhia!!! Não desejo isto a ninguém. É horrível. É uma miséria…

Ele ouviu, primeiramente perplexo e depois sereno, esta comunicação de desgostos daquele homem desconhecido e abruptamente como que atingido por um vislumbre fulminante retorquiu:

-Oh, homem, venha daí vamos passar a consoada a minha casa!…

 

“Um Caso Policial no Natal” – SÉTIMO CONTO

YHWH, de L. Manuel F. Rodrigues

II – PARTE (conclusão)

Esquecera-se completamente do propósito da sua misteriosa saída noturna. Caminharam juntos até à sua residência. A porta cá em baixo estava entreaberta… estranhou porque ficava sempre trancada! Subiram as escadas e chegaram ao seu 2.º andar esquerdo daquele prédio trintenário… Ele à frente, como um cicerone qualificável, o solitário na retaguarda. Colocou as mãos num dos bolsos do agasalhado vestuário em busca da chave da porta e curiosamente não a encontrou… Voltou-se para trás e comentou para o seu novo amigo:

Não compreendo, quase jurava que tinha o porta-chaves no bolso! Não faz mal, tocamos à campainha.

E assim sucedeu em simultâneo com um último desabafo:

Amigo, prepare-se para a confusão… vai voltar a gostar de ficar só!…

Trim… trim… (som da campainha).

A porta abriu-se e deu de caras com a esposa.

Amigo, venha daí… -exclamou virando-se para trás… Não viu ninguém… (!?) Estava só! Ficou estupefacto! Que coisa… O homem tinha desaparecido…!

Proclama a mulher, perante a perturbação e o rosto pasmado do marido:

Oh, homem, saíste!?… O que é que tens, o que foi!? Parece que viste um fantasma?? -interrogou-se.

– Hem!? Não, nada, eu… não foi nada… fui só até lá fora espairecer… – justificou-se.

—–oooOooo—–

Entrou de ombros encolhidos e despiu a pesada e confortável samarra enquanto o seu odor preferido de bacalhau cozido com batatas se expandia pelo hall de entrada. Olhou novamente para a porta de acesso ao seu lar, doce lar (!?) e mantendo-se intrigado, depressa o mistério se desvaneceu proferindo de seguida para as filhas que estavam na cozinha:

-Queridas, vamos ao bacalhauzinho que deve estar delicioso, como sempre…!

Entrou na sala e aconchegou-se no sofá, a televisão estava ligada. Antes de se sentar à mesa e enquanto meditava no sucedido olhou para a deslumbrante árvore de Natal da família – era repetidamente a mesma, na última dezena de anos! – e lá observou com um sorriso matreiro os embrulhinhos da praxe a si destinados… De certeza, mais uma vez, as prendas da garrafinha do tinto especial e o aftershave juntamente com a água-de-colónia de marca, para não lembrar das peúgas e cuecas, estavam prontinhas para serem desembrulhadas…!

Mas, primeiro, havia que degustar o tentador e irrepreensível fiel-amigo!!

—–oooOooo—–

Entram na sala de rompante com as travessas na mão, compostas de suculenta comida, as suas três filhas e exclamam num misto de irritação e carinho, em uníssono:

Papá, ainda não te descalçaste…!?!

 

Natal de 2007

AVALIAÇÃO-PONTUAÇÃO

Os nossos leitores têm a partir de agora 30 (trinta) dias para proceder à avaliação deste sétimo conto a concurso e ao envio da pontuação atribuída, entre 5 a 10 pontos (em função da qualidade e originalidade), através do email salvadorsantos949@gmail.com. Recorda-se que o conto vencedor do concurso será o que conseguir alcançar a média de pontuação mais elevada após a publicação de todos os trabalhos, sendo possível (e muito desejada!) a participação dos autores no “lote de jurados”, estando, porém, impedidos de pontuar os seus originais (escritos em nome próprio ou sob a forma de pseudónimo), de maneira a não “fazerem juízo em causa própria”.