Numa co-produção das companhias Teatro GRIOT e Artistas Unidos, Ventos do Apocalipse, publicado em 1993, aborda a guerra civil moçambicana como pano de fundo, retrata conceitos como a destruição, a miséria, o sofrimento, o ódio, a superstição e a morte.
Daniel Martinho, um dos actores da peça, em declarações ao Jornal Audiência, disse: “Este trabalho retrata a procura da terra prometida, a procura de melhores condições de vida, o arriscar a vida, atravessando mares, guerras, xenofobia, má governação e o capitalismo selvagem. O dilema do nosso século vê-se espelhado neste Ventos do Apocalipse”.
Destaca-se o facto da escritora desta peça moçambicana, Paulina Chiziane, ter sido a primeira mulher do seu país a publicar um romance. Com Balada de amor ao vento, que editou em 1990, a propósito do tema da poligamia, encetou uma carreira que conta actualmente com mais de dez obras publicadas, pelas quais recebeu o Prémio José Craveirinha de Literatura (2003), o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (2013) e o Prémio Camões (2021). Entre os livros que publicou encontram-se, entre outros: O sétimo juramento, As andorinhas, O alegre canto da perdiz, Na mão de Deus, Por quem vibram os tambores do Além e O canto dos escravizados.
Auditório Osvaldo Azinheira no Cine-Teatro da Academia Almadense, dia 7 às 21h30 e dias 8 e 9 às 15h.
Texto e encenação: Noé João, a partir da obra homónima de Paulina Chiziane
Interpretação: Ana Paula Monteiro, Daniel Martinho, Huba Mateus e Rolaisa Embaló
Luz: Pedro Domingos
Som: André Pires