Albino Reis, muito amavelmente, recebeu o AUDIÊNCIA na Casa Paroquial em Vilar de Andorinho. O Padre Albino Reis, tem uma história extraordinária que marca pela diferença e pela dedicação a Deus, às pessoas e às causas que abraça.
O Padre Albino é natural de onde?
Sou natural de Vale de Penela, concelho de São João da Pesqueira. Fui com os meus pais para Angola até ao dia 25 de Abril de 1974. Após o meu regresso a Portugal, estudei em Torre de Moncorvo, terra da minha mãe e entrei para o Seminário de Lamego quando tinha 18 anos.
Como surgiu o seu chamado para servir a Deus?
Ainda hoje é mistério para mim. Talvez a minha vocação tenha começado quando lia algumas revistas missionárias, como a Audácia e Além-mar que trazia para casa e ficava apaixonado com os testemunhos de grandes missionários que contavam grandes aventuras missionárias em África, América e na Asia. Entrei para os Missionários Combonianos e tive passagem por Coimbra, Santarém e Paris onde conclui o meu curso de teologia.
Também foi missionário no Brasil, como viveu essa aventura?
Foram 10 anos muito complicados, mas vividos com muita entrega. Eu estava na zona Pré Amazónica entre o Maranhão e Paraná no Nordeste Brasileiro. Nesses locais havia fazendeiros a usar a força das armas com os seus jagunços, os povos indígenas, os Sem Terra e os garimpeiros à procura de ouro. Eram realidades muito complicadas. A igreja marcava a sua presença e como missionário, tive momentos muito complicados, com muito perigo, não tinha a vida fácil. Até recebia ameaças de morte. Mas, não parei porque era preciso ajudar as pessoas e sobretudo os mais frágeis. Na época até aceitei a minha candidatura política para perfeito para mudar o rumo das coisas, sentia que podia fazer algo mais. Mas não aconteceu porque tive de regressar a Portugal. Estive em Lisboa a trabalhar nas revistas dos Missionários Combonianos e ainda tive uma passagem pelo México.
Há quantos anos é pároco de Vilar de Andorinho?
Há 17 anos. Tenho uma grande paróquia para evangelizar e uma enorme família onde posso ajudar a construir vidas mais felizes. Também sou capelão no Hospital de Gaia/Espinho.
Foi o primeiro padre em Portugal a ser infetado com o Covid-19. Esteve 31 dias em confinamento sozinho… Teve medo?
Vivi na incerteza do dia de amanhã. Tive noites que não queria dormir… tive febre, tosse, dores de cabeça, muitas dificuldades de respirar e não sentia sabor na comida…. Mas, após 31 dias em confinamento… sozinho, mas com Deus a zelar por mim recuperei…Tive medo porque o vírus é um assassino invisível e é preciso estar atento porque ele mata e aparece quando nós menos contamos… Nesta difícil prova, os Vilarenses e os amigos estiveram solidários comigo. Tinha dias com 200 chamadas registadas. Agora, é preciso continuar a viver a vida como Deus quer, e fazer a minha parte para que o amanhã seja melhor.
Qual foi o momento mais marcante na sua vida como Padre em Vilar de Andorinho?
Um dos momentos mais felizes foi a construção da Igreja em Vila D’Este. Era um projeto do Padre Floro e eu consegui realizá-lo.
Tem uma paixão das viagens em duas rodas. Pertence a algum grupo de Motards?
Sempre gostei de andar de mota. Andava em Paris quando lá estudava e usava este meio de transporte nas minhas aventuras no Brasil. Até precisava de fazer autênticos malabarismos, piruetas em cima de uma mota. Os difíceis caminhos que tinha de fazer assim me obrigavam… Aqui em Gaia tenho o prazer de pertencer ao grupo Motards Lobo e Cª em Pedroso-Gaia.
O que lhe dá esperança?
A vida não é uma corrida, mas sim uma caminhada que deve ser desfrutada com Deus e com todos aqueles que nos rodeiam diariamente. Tenho esperança que juntos podemos preparar melhor o amanhã para uma vida mais feliz.
Testemunhos…
Profª Carla Morais
“Decorria o mês de outubro do ano 2003, quando na freguesia de Vilar de Andorinho e mais propriamente na capela de Balteiro, eis que entra o novo pároco da freguesia.
A sua entrada causou-me espanto, sim, acho que é a palavra mais apropriada para aquele momento. Estava na igreja para ouvir Jesus e parecia que também O estava a ver.
O senhor Padre Albino entrou com a sua batina, de cabelo meio comprido (como ainda hoje) a tocar-lhe os ombros e barba por fazer. Naquele momento, a imagem que me veio de imediato foi a imagem de Jesus.
Não sei se por esse motivo ou simpatia, tive de imediato, uma empatia inexplicável por aquele senhor.
Com um discurso livre, de fácil acesso a todos, padre Albino cativou desde o início quem assistia às suas homílias. Em cada sermão que realizava chegava e chega, aos corações de quem está presente.
Em dezembro do mesmo ano, decide incutir uma prática na freguesia, a “Bênção das Grávidas”, no dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, padroeira de Portugal e antigo dia da mãe.
Para mim, a fé estava de novo renovada, pois estava grávida da minha primeira filha, que viria a nascer um mês depois.
Ao longo destes anos, o senhor padre tem tido uma presença muito forte na freguesia, estando ligado a várias instituições, sejam elas culturais, religiosas, entre outras.”
Rui Silva (Deputado da Freguesia)
Com a humildade que o caracteriza, é um ser humano que ouve mais do que fala, sendo que, as palavras que profere, têm sempre o intuito de conciliação entre todos. Nunca são de julgamento, mas sim de nos fazer entender, de que por sermos humanos, erramos, e a melhor forma de superar os nossos erros ou falhas, é pela conversão e arrependimento.
Um homem que influencia quem com ele convive, com o respeito que todos os párocos antecessores o merecem, não posso deixar de enaltecer o que já foi realizado durante este tempo do Padre Albino Reis, na nossa freguesia: a Igreja da Sagrada Família em Vila D´Este; o Centro Catequético Padre Joaquim Faria em Vilar; o Centro Catequético João Paulo II de Balteiro as instalações dos Escuteiros, o novo Centro Social e Paroquial de Vilar de Andorinho, a Loja Social; o Rancho Folclórico do Divino Salvador de Vilar de Andorinho e o edifício onde será o lugar da sua futura sede.
Para além de todas estas obras, as mais visíveis, com maior ou menor relevância para cada um de nós, existem as obras invisíveis, que são tão ou mais importantes que todas as elencadas acima. Falo da parte espiritual e humana da comunidade, das pedras vivas da igreja de Vilar de Andorinho, da família que congrega todos e cada um, os mais presentes na eucaristia e daqueles que raramente lá vão. Como em qualquer outra família, com as divergências e pluralidades de pensamento, alguém nos une em algum momento. Esse alguém é o nosso Padre Albino, pedra angular da nossa comunidade.
Um bem-haja por ser Pároco de Vilar de Andorinho.
Poesia de Ana Santos
Padre Amigo
Padre Albino é um Homem com grande humildade
Pároco da Freguesia de Vilar de Andorinho
Domina a sua missão com responsabilidade
Os Paroquianos sentem por ele grande carinho.
É um Padre frontal, justo e com sensibilidade
Demonstra o ” Dom “da palavra ao falar com os fiéis
Cativou a juventude com alegria e grande cumplicidade
E, não gosta nos Paroquianos atitudes rudes e cruéis.
A Freguesia está contente com o seu Pastor
Sabem que podem contar com ele nos momentos de dor
Procuram-no para aliviar os seus espinhos.
O Padre Albino tem a estima dos habitantes de Vilar
Embora ele tenha uma Paróquia grande para evangelizar
Vêm nele um Amigo que os orienta nos seus caminhos