23º FESTIVAL DE TEATRO DE RIO TINTO ALIOU A CULTURA À SOLIDARIEDADE

A 23ª edição do Festival de Teatro de Rio Tinto decorreu entre os passados dias 4 e 25 de novembro e contou com o apoio da Junta de Freguesia riotintense e da Câmara Municipal de Gondomar. Aliando a cultura à solidariedade, o Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto recebeu seis peças, com entrada gratuita, mediante a entrega de um bem alimentar, de higiene, limpeza ou para animais, que reverteram a favor da Associação Alma, que está sediada nesta coletividade desde fevereiro do corrente ano.

 

A 23ª edição do Festival de Teatro de Rio Tinto decorreu, entre os passados dias 4 e 25 de novembro, no salão do Grupo Dramático Beneficente desta localidade. Este ano, o certame foi solidário, contando com entrada gratuita, mediante a entrega de um bem alimentar, de higiene, limpeza ou para animais, a favor da Associação Alma, que está sediada nesta coletividade, desde fevereiro do corrente ano, e tem apoiado inúmeras famílias carenciadas desde a pandemia até aos dias de hoje.

Apoiada pela Junta de Freguesia de Rio Tinto e pela Câmara Municipal de Gondomar, esta iniciativa contou com a adesão em massa dos riotintenses que fizeram questão de assistir, todos os sábados e domingos, às seis peças que estiveram em palco, nomeadamente “Até que a boda nos separe”, pelo Grupo Dramático e Recreativo da Retorta; “Maria, não me mates que sou tua mãe!”, pelo TIPAR Paranhos; “O Homem de Branco”, pelo Teatro Experimental Intervenção Alvarim (TEIA); “Riotintense, a cidade dos livros”, pelo OPSIS Infantil; “Auto da Barca Maroto”, pelo OPSIS Juvenil; e “Os novos ricos”, pelo Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto.

Evocando a relevância deste Festival de Teatro, Jorge Magalhães, presidente da Direção do Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto, fez questão de ressaltar, em exclusivo ao AUDIÊNCIA, que “nós temos sempre casa cheia, portanto as pessoas anseiam, anualmente, a chegada do mês de novembro, para participarem neste evento. Este ano, acoplamos na nossa instituição a Associação Alma, que partilhou connosco que existem muitas pessoas com dificuldades à nossa volta, então nós sacrificamos a nossa bilheteira, em prol da comunidade e, em vez de dinheiro, pedimos para trazerem bens alimentares, de higiene, limpeza ou para animais, para serem distribuídos por quem mais precisa”.

Assegurando que “conseguíamos fazer mais, se tivéssemos mais apoio”, o dirigente associativo não escondeu a sua vontade de levar este festival mais longe, porque “os riotintenses gostam e aderem a este tipo de iniciativas”.

Neste seguimento, João Sousa, autor, encenador e ator do Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto, não escondeu, a este órgão de comunicação, que “o sentimento é de dever cumprido. O feedback que temos das pessoas é que além da iniciativa ter sido boa, acho que a Associação Alma conseguiu uma boa recolha, para o serviço que faz. Nós temos sempre uma grande afluência e nunca conseguimos dar resposta a todos os pedidos, embora esta sala seja maior, porque as pessoas sabem que em novembro têm sempre teatro no Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto”.

Presente no certame, Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, sublinhou, ao AUDIÊNCIA, que “o Festival de Teatro de Rio Tinto é a maior realização teatral que nós fazemos na cidade e temos uma casa que se torna pequena todos os anos e em todas as peças. Os bilhetes são uma forma de nós conseguirmos gerir o espaço e, este ano, juntamos o útil ao agradável e em vez da compra do bilhete ser feita através de um valor financeiro, foi através de bens alimentares, que serviram depois para o apoio social. Acredito que foi importante aliarmos a cultura à solidariedade, porque é muito relevante trazermos estes valores para as pessoas”.

Garantindo que o balanço é extremamente positivo e que estiveram cerca de 200 pessoas em cada espetáculo, lotando todas as sessões, o autarca afiançou que “a cultura de longe está morta em Rio Tinto. O Dramático é um excelente exemplo daquilo que é a cultura em Rio Tinto, mas temos outros exemplos, como o Orfeão, a Banda e a Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, portanto temos um conjunto imenso de entidades que promovem, e muito, a cultura na cidade. Este festival, na área do teatro, é o único, é um evento fantástico e é um sucesso”.

Também Luís Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar, fez questão de participar nesta iniciativa, afirmando, a este órgão de comunicação, que “o Dramático de Rio Tinto é uma instituição muito forte e com uma história muito grande, especialmente na cidade, mas também é um símbolo de Gondomar. Nós temos vários festivais de teatro no nosso município e apoiamos todos. É óbvio que nós sabemos que a sala do Dramático está sempre cheia, semana após semana, e percebemos a importância desta casa, não apenas para a divulgação da cultura, mas também em termos sociais e para a vizinhança e é importante termos uma instituição como esta, que é também um polo de atração e de confraternização e é assim que esta casa tem funcionado há muitos anos, pelo que compreendemos bem a importância destas instituições. Os festivais de teatro são mais uma manifestação importante da nossa cultura e é fundamental apoiarmos”.

A 23ª edição do Festival de Teatro de Rio Tinto aliou a cultura à solidariedade e angariou 843 bens alimentares, 459 produtos de higiene pessoal, 18 produtos de limpeza e 24 artigos para animais, que reverteram a favor da Associação Alma, que face à conjuntura atual tem-se deparado com o aumento do número de famílias que pedem auxílio. “Nós somos de Rio Tinto e acreditamos que pequenos grupos, em pequenas comunidades fazem coisas incríveis. O Dramático abriu-nos a porta e afiançamos que devemos ter esta força dentro da nossa comunidade e do nosso concelho”, revelou Alexandra Vaz, presidente da Associação Alma, em exclusivo ao AUDIÊNCIA.

Agradecendo ao Grupo Dramático Beneficente de Rio Tinto por reverter as verbas desta edição a favor da instituição de solidariedade social que lidera, Alexandra Vaz enalteceu que “foi incrível, a cada semana, as pessoas foram-se adaptando às nossas necessidades. Estamos muito gratos, por nos permitirem continuar no terreno, a ajudar muitas famílias, sem quaisquer benefícios”.