A cerimónia de 25 de abril da União de Freguesias de Pedroso e Seixezelo contou com a presença de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. O discurso do autarca gaiense e de Filipe Lopes focaram a situação atual, mas sobretudo a importância do poder local e da representação que este tem da população. A cerimónia contou ainda com a entrega das medalhas de mérito e honra das freguesias de Pedroso e Seixezelo a seis homenageados.
Viva abril, Viva Pedroso e Seixezelo, Viva Vila Nova de Gaia!
Foi a frase que marcou o fim do discurso de Filipe Lopes na cerimónia do 25 de abril da União de Freguesias de Pedroso e Seixezelo.
A cerimónia contou com a presença de Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e teve o seu início no exterior do edifício com o hastear das bandeiras, acompanhado pelo hino nacional interpretado por jovens da Associação Musical de Pedroso.
O presidente da União de Freguesias de Pedroso e Seixezelo destacou a importância da liberdade conquistado na revolução de 1974, lembrando que hoje as pessoas, os seus desejos e anseios são representados pelo poder local, assente nas juntas de freguesia.
“O 25 de abril trouxe-nos a liberdade e isso fez e faz, diariamente, aumentar a nossa responsabilidade. Responsabilidade de nos superarmos todos os dias, de através da nossa ação acrescentar valor na comunidade, responsabilidade de com as nossas ações sermos exemplo para as gerações vindouras”, disse Filipe Lopes.
O autarca garantiu que lhe é difícil perceber o mau nome que a política ganhou na sociedade depois de uma luta tão grande batalhada pelos capitães de abril em 1974, ainda assim, garantiu que ele e a sua equipa trabalham diariamente para fazer o seu melhor em prol da população. “Continuo a acreditar que a política, a educação, a cultura, entre outras, podem ter um excelente papel na construção de uma comunidade”, acrescentou.
Filipe Lopes também não deixou passar a ocasião sem falar de todas as obras e projetos que a freguesia recebeu ao longo dos últimos anos, como, por exemplo, a piscina municipal Aurora Cunha, o polidesportivo de Seixezelo, a casa mortuária de Seixezelo, a reabilitação de mais de 80 ruas, o projeto “Um Bebé, um Futuro”, “Escola vai à Junta”, Petrus Run, Cinema ao ar livre, entre muitos outros.
“Eu acho que estamos num dia bom. Um dia em que podemos lembrar a nossa história, podemos lembrar os valores da liberdade e da democracia. Em que podemos dizer, sem margem de dúvidas, que a esmagadora maioria das pessoas, são pessoas extraordinárias. Na política, nas empresas, nas universidades, no desporto, na cultura, Portugal é um país extraordinário, com pessoas fantásticas”, disse Eduardo Vítor Rodrigues depois de um discurso de situação de pandemia, e do que isso tinha representado para as pessoas, as suas mudanças de hábitos e na descentralização do poder.
“Era bom usar este dia para lembrar da democracia, lembrar os valores da liberdade, da ética, da decência. Para lembrar dos valores da comunidade, para voltarmos a valorizar o que é nosso, para voltarmos a valorizar as nossas raízes (…) Que voltemos a valorizar o poder local, aqueles que se dedicam a trabalhar localmente, estando no poder ou estando na oposição e, voltarmos a valorizar aquilo que é nosso”, refletiu o autarca gaiense.
No fim, depois de afirmar que era uma honra tão grande estar presente nesta cerimónia simbólica, com entrega de prémios e com homenagem a nomes da freguesia, como estar na inauguração de grandes obras, usando como exemplo o posto da GNR dos Carvalhos e o novo centro de saúde, a frase de Eduardo Vítor Rodrigues: “Quero deixar-vos uma palavra de feliz 25 de abril, que o 25 de abril seja todos os dias”.
Medalhas das freguesias
A comemoração do dia da liberdade também foi momento de entregar as medalhas de honra e mérito das freguesias, como já tem vindo a ser hábito nos últimos anos. Este ano foram seis os contemplados, dois com a medalha de mérito e quatro com a medalha de honra. A distinção com a medalha de mérito pretende distinguir pessoas coletivas ou singulares que tenham praticado atos de assinalável benefício nas áreas social, cultural, económica, humanitária, desportivo, entre outras, e foi atribuída a duas jovens atletas: Ana Alexandre Vale, ligada à área do voleibol, e Daniela Campelo, pelos seus feitos e títulos na área do BTT.
Já a medalha de honra pretende homenagear aqueles que realizem ou tenham realizado um percurso de contributo para o bem das freguesias e dos seus habitantes, ou que tenham contribuído para a promoção do nome de Pedroso e Seixezelo. Com esta distinção honrosa foram destacados o professor Doutor Cândido dos Santos, antigo vice-reitor da Universidade do Porto, o Centro Social e Paroquial de São Pedro de Pedroso, que comemorava 25 anos de inauguração da nova sede, a Conferência de São Vicente de Paulo de Pedroso, com 75 anos de serviço aos outros, e João Pedro Bártolo, jogador, treinador e co-fundador do Basket em Cadeira de Rodas do Basket Clube de Gaia.
Eduardo Vítor Rodrigues parabenizou todos os homenageados, no entanto não deixou de destacar a figura do professor Doutor Cândido dos Santos, com quem confessou ter o gosto de se cruzar novamente, agora fora dos corredores onde habitualmente se cruzava com ele, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, primeiro como aluno, e depois como professor.
“Cada vez mais precisamos de exemplos, bons exemplos na nossa comunidade. Pessoas de carne e osso, que circulam nas mesmas ruas que nós, que frequentam os mesmos espaços. Continuem o vosso caminho, dignificando e ajudando a afirmar Pedroso e Seixezelo!”, agradeceu Filipe Lopes aos homenageados.
Sede da UF Pedroso e Seixezelo tem novo elevador
No dia da cerimónia do 25 de abril, a União de Freguesias de Pedroso e Seixezelo, inaugurou, simbolicamente, o salão nobre da Junta de Freguesia de Pedroso, depois de ter sofrido obras de reabilitação, e também, com enfoque maior, o elevador que foi colocado na mesma instituição.
“Quando aqui chegamos não havia acessos para pessoas com mobilidade reduzida, nem estacionamento reservado no exterior, nem rampas de acesso mesmo a nível do rés-do-chão. Nós fomos criando isso, mas faltava um equipamento para que as pessoas circulassem por todos os pisos do edifício”, contou Filipe Lopes que ainda acrescentou que o mesmo está pronto desde finais de setembro de 2020, mas que devido à pandemia, ainda não havia sido inaugurado formalmente.
Eduardo Vítor Rodrigues também salientou o elevador no seu discurso, atribuindo-lhe uma importância extrema, ainda que a população possa não ter a mesma perceção por se tratar de uma obra mais pequena. “Não custou muito dinheiro, não é muito caro, não abre telejornais, mas, talvez por isso, eu julgo que valha a pena lembrar que sendo uma obra aparentemente pequena, relativamente barata, sem nenhuma dificuldade do ponto de vista técnico, é uma daquelas que ainda não tinha sido feita”, acrescentou o autarca gaiense sobre a obra que significou um investimento de 45 mil euros.
Pedro Bártolo, um dos vencedores da medalha de honra, desloca-se numa cadeira de rodas e usou o novo elevador. O presidente de Pedroso e Seixezelo confessou que o atleta já podia ter sido distinguido em anos anteriores, caso houvesse esta facilidade de deslocação. “Ele podia perfeitamente ter sido enquadrado em qualquer um dos anos, foi-se adiando por esse mesmo motivo”, explicou Filipe Lopes, que ainda acrescentou que o elevador serve não só pessoas com mobilidade reduzida, mas também funcionários da junta que sobem e descem as escadas centenas de vezes por dia e, muitas vezes, carregados com processos e materiais.
“O mérito das coisas vale pela iniciativa e pela importância dos destinatários das ações”, terminou a dizer o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues sobre a obra. Já Filipe Lopes salientou a necessidade deste elevador em nome de uma “sociedade mais inclusiva e igual, naquela que é a casa da democracia”.