500 CRIANÇAS EXPERIENCIAM SER-SE EMPREENDEDOR

Cerca de 500 crianças participaram como empreendedores na 4.ª edição da Feira dos Mini-Empreendedores, promovida pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, aconteceu a 10 e 15 de maio. Uma iniciativa desenvolvida no âmbito do programa de educação para o empreendedorismo do 1.º ciclo “Crescer e Empreender”, em parceria com as escolas básicas e integradas da Ribeira Grande, de Rabo de Peixe e da Maia.

Os alunos do 4.º ano das 16 escolas do primeiro ciclo do concelho da Ribeira Grande participaram na 4.ª edição da Feira dos Mini-Empreendedores. A manhã de dia 10 de maio abrangeu os alunos da Maia e da Ribeira Grande, no Largo Hintze Ribeiro, e a do dia 15 os alunos de Rabo de Peixe, no Centro Comunitário desta vila.

O Presidente do município explicou ao AUDIÊNCIA que esta é mais uma iniciativa da Câmara Municipal, e que surge “atendendo à preocupação de incentivar nos mais novos o espírito empreendedor” através de sessões de empreendedorismo que são levadas até à escola por técnicos da Câmara. O culminar deste programa de educação “Crescer e Empreender” acontece durante a Feira dos Mini-Empreendedores e conta com a apresentação de “alguns produtos que são feitos em casa com a ajuda dos pais e dos encarregados de educação.

De acordo com Alexandre Gaudêncio, este projeto “inovador” é capaz de contribuir para “algum ensinamento que lhes possa ser útil para a vida”, já que é um primeiro contacto entre o trabalho e o dinheiro arrecadado. Satisfeito, o autarca remata admitindo que “é com grande satisfação que chegamos a este dia e vemos que eles apreendem o que foi ensinado, ao avaliar pelos produtos expostos e pelas vendas que estão a conseguir efetuar”.

Por outro lado, as professoras entrevistadas pelo AUDIÊNCIA (que acompanharam os educandos nesta atividade), admitem que este projeto, que em muito fomentou o espírito empreendedor das crianças, foi recebida com grande alegria e animação por parte das mesmas, sendo que viram neste exercício uma oportunidade para conseguirem ganhar dinheiro fruto do seu trabalho.

A professora de Rabo de Peixe, Micaela Rebelo, conta que durante as sessões nas escolas promovidas pela Câmara Municipal, as crianças foram “explorando o conceito de se ser empreendedor” e que “competências eram necessárias”. A docente afirma também que os alunos “até descobriram que já tinham algumas dessas competências, bastava saber explorá-las e utilizá-las para os objetivos que queriam atingir”.

Alzira Custódio, também docente na vila rabopeixense, explica como foram formadas as equipas de trabalho e por que processos a atividade passou: “as crianças uniram-se em grupos e depois pensaram no que queriam vender. Os responsáveis pelo projeto iam vendo se era viável e a partir daí fizemos uma reunião com os encarregados de educação e estes combinaram o que cada um poderia fazer para ajudar as crianças”.

Por outro lado, Carla Lopes, professora nos Fenais da Ajuda, conta que os seus alunos “estão muito contentes e a pensar no que vão ganhar”, ainda que a decisão sobre o que fazer com o dinheiro não tenha sido tomada.
A docente também explicou em que consistiam as atividades dos seus alunos: “tenho meninos que ajudam os pais no quintal e têm muitas hortaliças e legumes, então escolheram vender isso; outro grupo decidiu fazer folhados de salsicha, mini-quiche e folhados de pizza; já que há comida, também há bebida. Outros meninos lembraram-se de fazer sumo de laranja, limonada e água, e também temos compotas caseiras”.

As ideias, tal como disse Ana Rita Remígio, professora na Maia, partiram dos alunos, mas foram os pais os grandes impulsionadores e ajudantes dos filhos. Isabel Vicente, mãe de uma das crianças, diz que ainda que o tempo fosse escasso, havia momentos “para que pudéssemos ajudar as crianças, arranjando maneira para estarmos presentes nos nossos tempos livres”.

A ideia de um grupo em particular da Escola Básica e Integrada da Maia, foi fazer «‘cupcakes’ com ‘emojis’, isto porque a mãe de um dos alunos é pasteleira», o que facilita a concretização dos pedidos das crianças, de acordo com Ana Rita. Tal como os restantes alunos, também estes pensam no que farão com o dinheiro arrecadado, escolhendo “um passeio de barco”.

Uma das turmas da Escola Básica/Jardim de Infância da Ribeirinha, impulsionada pela professora Sandra Furtado, decidiu “optar por algo diferente” e apresentar, por exemplo, jogos tradicionais ou até mesmo sabonetes caseiros. A responsável afirma que as crianças “gostam muito deste tipo de atividades” por poderem estar em contacto com o público, “vender os seus produtos, contar o dinheiro e fazer troco”. Filomena Cabral, mãe de uma das crianças, afirma que a excitação é muita na véspera da feira por ser “a primeira vez que participam”, além de que “é uma atividade diferente daquelas a que estão habituados”.

À semelhança dos outros anos esta feira foi aberta ao público, e lá era possível adquirir vários produtos: malassadas, brigadeiros, ‘cupcakes’, folhados, artesanato, plantas, legumes, flores, entre outros. Imaginação não faltou às crianças que, após a preparação do seu negócio, viram o resultado do seu trabalho ser remunerado.