A estenose aórtica é uma doença que afeta 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 80 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida. Frequentemente os seus sintomas (cansaço, dor no peito e desmaios) não são valorizados pelas famílias portuguesas e o diagnóstico acaba por ser adiado, o que pode ser fatal.
A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração não volte para trás.
Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.
O diagnóstico da estenose aórtica pode ser confirmado com recurso à auscultação, ecocardiografia com doppler, seguindo-se muitas vezes um cateterismo cardíaco para completar o estudo.
Cada vez mais o tratamento desta doença passa pelo implante de uma nova válvula cardíaca, através de um cateter introduzido por uma artéria (geralmente na virilha), sem necessidade de parar o coração. Demora cerca de uma hora e meia e pode fazer-se quase sem anestesia, com recuperação em dias.
Esta técnica minimamente invasiva é, para muitos especialistas, é o grande avanço da cardiologia dos últimos 20 anos. Tem inúmeras vantagens em relação à cirurgia de peito aberto (cirurgia convencional) e diminui os riscos relacionados com o tratamento.
Atualmente existem 5 centros públicos e 6 centros privados de Hemodinâmica, em Portugal, com capacidade para a realização desta cirurgia.